IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

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07.12.2023

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Método LUME evidencia realidades e práticas de agricultura familiar no Semiárido

Identificar as melhorias na geração de renda e valorização das práticas agroecológicas no Semiárido a partir de análises econômico-ecológicas de agroecossistemas. Esse foi um dos pontos de partida para um momento de estudo, realizado com a equipe do Irpaa, a partir da apresentação das sistematizações e resultados do Método LUME.

Organizado pela equipe dos eixos Clima e Água e Produção Apropriada, o momento de reflexão e debate, realizado na tarde da segunda-feira (04), buscou também avaliar o potencial do método LUME para aprimorar o trabalho das entidades que, assim como o Irpaa, desenvolvem o trabalho de Assessoria Técnica e Extensão Rural (Ater).

De acordo com os resultados - que reuniu dados de cerca de 50 famílias de mais de 20 comunidades do Território Sertão do São Francisco (TSSF) - o método se mostra como um instrumento de enfoque crítico, para monitorar, avaliar, comparar, apoiar e fortalecer as transformações nos sistemas alimentares no Semiárido.

Ao explorar de forma qualitativa questões como produção nos subsistemas, insumos consumidos, serviços de terceiros, horas trabalhadas em cada subsistema, tempo estimado de ocupação (trabalho doméstico e de cuidados, participação social, produtividade, mercantil e autoconsumo), custos sistêmicos, rendas não agrícolas, e inventário patrimonial (capital fundiário, capital fixo equipamento, capital fixo vivo), destacou-se um dado fundamental: a relevância das mulheres no processo de consolidação dos sistemas agroecológicos.

Desenvolvido pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, o LUME é um Método de Análise Econômico-Ecológica de Agroecossistemas que tem a finalidade de dar visibilidade a relações econômicas, ecológicas e políticas que singularizam os modos de produção e de vida da agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais e que têm sido historicamente ocultadas ou descaracterizadas pela teoria econômica convencional.

Para o colaborador do Irpaa, Alessandro Santana, ao evidenciar dados qualitativos e quantitativos, as famílias puderam compreender melhor a produção, o trabalho e outros aspectos muitas vezes subestimados. Segundo ele, um exemplo prático disso pôde ser notado em 54 famílias assessoradas pelo Projeto Ater Agroecologia. “A gente apresentou tantos aspectos qualitativos quanto quantitativos do projeto e aí foi bom, porque as famílias puderam ver dados, por exemplo, de trabalho doméstico, de trabalho de doação, de toda a renda não agrícola, mas que é feita, e as famílias se viram no processo.

E complementa que a valorização do trabalho feminino, a visibilidade da produção e renda dos agricultores familiares do Semiárido são consequências diretas desse processo em que “o método é, sem dúvida, a nossa cara aqui do Semiárido, porque visibiliza dados que de outras formas, de outros diagnósticos e metodologias ficam distantes das famílias”.

Texto e Fotos: Eixo de Educação e Comunicação do Irpaa