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Visitas técnicas fortalecem o conhecimento da juventude durante Escola de Formação para a Convivência com o Semiárido

Visitas técnicas fortalecem o conhecimento da juventude durante Escola de Formação para a Convivência com o Semiárido

Desde o início da década de 1990 pessoas de diversas partes do Semiárido se reúnem em Juazeiro-BA para trocar conhecimentos sobre temas que influenciam a vida daquelas/es que residem nesta região. Este encontro anual acontece no Centro de Formação Dom José Rodrigues e é conhecido como Escola de Formação para a Convivência com o Semiárido.

Criada para disseminar a Convivência com o Semiárido entre lavradoras/es, a partir de 2015, o Irpaa direcionou o evento para jovens, entendendo a necessidade de formação para a juventude. Este ano, 32 jovens de Alagoas, Bahia e Pernambuco se juntaram para intercambiar saberes durante 12 dias de atividades práticas, teóricas e visitas técnicas.

A jovem Camila Gonçalves é estudante do curso Técnico em Alimentos no Instituto Federal - IF Campus Ouricuri, em Ouricuri-PE. Ela conta que visitar uma agroindústria foi uma experiência que ainda não tinha vivenciado. “Eu sou quase técnica em Agroindústria e não tinha tido ainda a experiência de visitar uma [agroindústria]”, revela a estudante que esteve na Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), em Uauá-BA. Camila destaca a organização feminina desde o início da produção, passando pela criação da associação, configuração da cooperativa, chegando a conquistar a agroindústria, produzindo alimentos que alcançam os mais diversos mercados.

A estudante evidencia a forma como é processado o umbu que é armazenado para uso posterior. “O que me chamou atenção foi o processamento do umbu, na conservação, porque elas não usam aditivos […] Esse processo eu não conhecia ainda”. A técnica destacada por Camila consiste no pré-cozimento da fruta e permite que a Coopercuc utilize a matéria-prima durante todo o ano.

Felipe Araújo, jovem monitor que atua na Escola Família Agrícola de Brotas de Macaúbas, na Bahia, expressou muita satisfação em poder conhecer a história de Canudos, pisando no solo onde ocorreu um dos maiores massacres patrocinados pelo Estado Brasileiro. “Eu achei incrível! A gente vê a história de um jeito muito limitado e a partir daquela visita a gente vê a história como realmente foi, a história de um povo organizado que conseguiu defender seus direitos por algum tempo […] É muito emocionante você sentir o poder de organização de um povo”, comenta Felipe.

Para o jovem “o maior aprendizado é a questão de união. Canudos, apesar de se encontrar num lugar que tinha algumas dificuldades, eles [conselheiristas] conseguiram se organizar, tanto para fazer a cidade desenvolver, quanto para resistir [...] Não foi uma luta fácil. A resistência deles vem dessa organização, vem desse poder do coletivo. A maior lição é essa, é o poder da união, é o poder do trabalho em equipe”, enaltece.

Outro roteiro de visitas teve como destino Sobradinho-BA. Tamildes Oliveira, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Cooperativa Agropecuária Familiar Orgânica do Semiárido (Coopervida) conta que a visita foi oportuna, pois conheceu “a verdadeira história, o que aconteceu com as comunidades que moravam na área da barragem, para quem está servindo a água que está saindo de lá e toda a história que tem por trás daquela construção”. Além da Barragem, Tamildes e demais colegas conheceram a Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS).

A jovem, que mora no Acampamento Orgânico e Agroecológico Estrada da Liberdade, em Campo Formoso-BA, acredita que todas as escolas deveriam seguir o modelo das Efas. “É um modelo que deveria ser de todas as escolas, tanto do campo, quanto da cidade [...] Uma escola que aplica a educação contextualizada, que entende a realidade do estudante, que fala sobre a educação do campo, sobre a agroecologia. É uma escola de alternância onde o estudante pode tá levando conhecimento para casa e de casa para a escola [...] onde o aluno é protagonista da sua história, do seu ensino, aprendendo e entendendo a história verdadeira do seu povo, do que aconteceu e do que deve se aplicar”, explica Tamildes.

A última visita técnica foi realizada na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Campus Petrolina-PE. Lá Silene de Almeida, moradora da comunidade Riachão, em Filadélfia-BA, conheceu setores que priorizam a agricultura e a pecuária voltadas para a nossa região. “É uma atividade que está direcionada para a região Semiárida. Então, para os alunos que não têm esse convívio, passam a ter um espaço que mostra como é a nossa vivência [no campo] e para a gente que vai visitar, que já é do campo, se sente honrada e representada [...] A Univasf tem um trabalho de formação que mostra para a juventude que “é possível viver no Semiárido, criar novas estratégias de Convivência. Isso é muito oportuno”, conclui Silene.

Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Fotos: Estudantes da Escola de Formação e Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
 


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