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Estudantes de Jornalismo produzem informações sobre a Convivência com o Semiárido

Estudantes de Jornalismo produzem informações sobre a Convivência com o Semiárido

A terceira edição da Capacitação "Comunicação para promoção das viabilidades do Semiárido", realizada pelo Irpaa em parceria com o Departamento de Ciências Humanas do Campus III da Uneb, em Juazeiro, encerrou com a socialização das experiências de produção jornalística voltada para a Convivência com o Semiárido.

Um grupo de 30 estudantes do Curso de Comunicação Social - habilitação Jornalismo em Multimeios - conheceram as principais propostas que garantem a viabilidade do Semiárido a partir de aspectos da educação, produção, acesso à terra e a água. Além disso, discutiram o papel da mídia na contrução da imagem do Semiárido, descontruindo opiniões que antes tinham por não ter acesso às reflexões trazidas na capacitação.

Ao final do curso, um programa de rádio de 15 minutos, um boletim informativo e textos para internet foram produzidos pelos/as participantes, em sua maioria estudantes do 2º e 4º períodos. As tecnologias e práticas existentes no Centro de Formação do Irpaa foram as pautas apuradas pelo grupo e transformadas em notícias.

O Programa de rádio será veiculado na próxima edição do Viva Bem no Sertão, programa de rádio produzido pelo Irpaa semanalmente e apresentado na Emissora Rural e nas rádios comunitárias de Curaçá, Canudos, Uauá, Remanso e Pilão Arcado, na Bahia.

Abaixo as produções para internet:

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Projetos do IRPAA beneficiam estudantes de comunidades rurais


Através de parcerias com instituições internacionais, o IRPAA (Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada) oferece a estudantes de comunidades rurais de estados que compõe o Semiárido brasileiro a oportunidade de participar de projetos que tem como objetivo desenvolver práticas de convivência com o semiárido. A intenção é fazer com que os estudantes apliquem, em suas comunidades, os conhecimentos adquiridos durante a permanência na instituição.

Para serem beneficiados com as bolsas de estudo, um dos critérios é estar matriculado em cursos que tenham relação com a agricultura, a exemplo do Cetep-SF (Centro Territorial Educacional Profissional do Sertão do São Francisco), escola técnica onde a maioria dos 14 estudantes beneficiados atualmente estudam.

A partir do vínculo com as escolas, os estudantes podem concorrer às bolsas e desenvolver suas atividades práticas divididas em setores: caprinos, fruticultura, viveiro de mudas, pastagem e PAIS (Produção Agroecológica Integrada Sustentável). Essas atividades são realizadas em grupos, mantendo a integração entre os setores e os estudantes.

José Alan, 20, está no IRPAA há 1 ano e 5 meses e é natural de Serra da Besta, uma comunidade de fundo de pasto do município de Uauá, Bahia. O estudante ressaltou sua relação com o IRPAA e a importância do aprendizado para o auxilio em sua comunidade, a exemplo da agricultura familiar que é baseada no uso racional da água, no uso de adubos orgânicos e nas técnicas de manejo sustentável, fazendo contraponto com a agricultura convencional baseada na monocultura.

Os cursos oferecidos pelo IRPAA e instituições parceiras proporcionam vivencias extracurriculares que contribuem de forma significativa para a formação dos alunos, levando-os a aplicarem os conhecimentos apreendidos em seu cotidiano.

Natural da comunidade quilombola de Jurema no município de Monte Santo, Bahia, Delma Ramos, 20, fala de sua experiência: “Estou aqui num grupo de agricultores, porque vejo a necessidade de minha comunidade ter uma pessoa preparada para trabalhar com os agricultores para manter uma renda familiar e não depender de pessoas de fora”, pontua a estudante que está na instituição há 1 ano e 6 meses.

 

Texto: Crísia Carem, Juliano Ferreira e Raryana Wenethya

Fotos: Adeilton Junior

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Sistema PAIS garante alimentação saudável e renda para as famílias

A Produção Agroecológica Integrada e Sustentável – PAIS é um projeto desenvolvido pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA a cerca de um ano, com o objetivo de levar às comunidades rurais da região simples técnicas de produção para a agricultura sustentável e sem uso de produtos tóxicos.

O projeto segue o formato mandala, onde um galinheiro é instalado na parte central e rodeado por canteiros distribuídos, respectivamente, com plantas medicinais, legumes e vegetais. Segundo Emanuel Messias (16), que faz curso de treinamento no IRPAA, as ervas medicinais como capim santo e mastruz são colocadas estrategicamente próximas as galinhas para automedicação das mesmas e para aquecê-las do frio.

Segundo Franciele Alves (20) no PAIS são cultivadas uma variedade de legumes e hortaliças como a rúcula, alface, tomate, coentro e outros. Ela lembra ainda da importância do plantio domaracujá para fazer sombra nas demais culturas e o sorgo que tem a função de quebra-vento.

O Sitema PAIS tem como principal objetivo a sustentabilidade do pequeno agricultor, tomando como base a utilização da matéria orgânica, presente tanto na adubação quanto na alimentação das galinhas, que tem uma importante função no projeto, pois, além dos ovos e da carne que são utilizadas para o consumo da família e para a venda, suas fezes são usadas para adubar o solo.

A iniciativa proporciona aos pequenos agricultores a criação de animais e plantio de diferentes culturas de forma sustentável e de baixo custo.

Adeilton Júnior - Repórter e Fotojornalista
Larissa Paim - Repórter
Juciane Aleixo – Repórter
Mariana Ramos - Repórter

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Perfil

Guará, um “Ser tão” acolhedor

 

José Rodrigues Alves, mais conhecido como Guará, tem 50 anos e chegou à região entre os anos de 1995 a 1997. Vindo de Araripina, Pernambuco, buscava melhores perspectivas de vida. Deixou para trás sua mãe, figura a qual era bastante apegado, e trouxe as experiências aprendidas com o pai na agricultura.

Casado com Helena Moreira Silva Alves, desde seus 27 anos, com quem teve quatro filhos, Guará se mostra um homem apaixonado pela terra desde quando morava em Pernambuco. Seu primeiro contato com a agricultura foi ainda muito jovem, quando trabalhou junto a seu pai no plantio de frutas e verduras e aprendeu, ainda lá, a não fazer uso de agrotóxicos, ou do veneno como seu pai assim chamava. Com o passar dos anos viu necessidade de se distanciar de sua família e construir sua história longe daqueles que lhe ensinaram a conviver em equilíbrio com a terra.

Recém chegado ao Vale do São Francisco, logo se instalou na Vila Mandacaru, onde trabalhou com o corte de cana-de-açúcar para uma empresa local. Permaneceu desenvolvendo esse trabalho por cerca de 11 anos, perdeu seu lugar para as máquinas, meio de trabalho mais rentável e rápido aos olhos da empresa. Porém, logo após deixar o trabalho, foi convidado para fazer parte da equipe do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA).

Atualmente Guará mora no centro de formação do IRPAA, onde realiza suas atividades agropecuárias e desenvolve o que aprendeu nas orientações do próprio Instituto e com suas experiências. Leva uma vida simples e não demonstra interesse em querer voltar para sua cidade natal, diz gostar bastante do local onde criou seus filhos e os ensina a manter esse cuidado com a terra, e saber aproveitar o que ela tem de melhor para oferecer.

Desde Araripina, sempre foi muito próximo da família e hoje o que mais o deixa inquieto é saber que seus filhos demonstram o desejo de, em breve, sair em busca de uma independência. José Rodrigues sabe que essa vontade se faz necessária e entende, porém não sente vontade alguma de sair do lugar que lhe acolheu tão bem. Com isso, apoia a vontade de seus filhos, torcendo para que eles possam fazer suas histórias, lembrando dos seus passos.


Texto: Ana Carla Nunes, Gisele Ramos
Foto: Adeilton Júnior

 


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