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Seminário aborda perspectivas e desafios do Recaatingamento na Bahia

Seminário aborda perspectivas e desafios do Recaatingamento na Bahia

"A Caatinga em Pé e as mudanças climáticas", este foi o tema do III Seminário Estadual de Recaatingamento realizado nos dias 9 e 10 de março em Juazeiro. O evento reuniu agricultores e agricultoras de 35 comunidades do Território Sertão do São Francisco (TSSF), discutindo questões como trajetória, perspectivas e desafios do Recaatingamento.

O evento teve como objetivo promover o diálogo e a troca de conhecimentos entre as comunidades e instituições envolvidas com a conservação e preservação do único bioma totalmente brasileiro, a Caatinga, contribuindo para a construção de uma agricultura mais sustentável e consciente.

É o que ressalta a agricultora, Maria Neves, da comunidade Caiçara em Juazeiro. "Hoje, a gente tem a nossa área de Caatinga preservada (...) cuidando bem da nossa natureza, só vai fazer bem pra gente. Sem a nossa natureza não conseguimos viver, cuidando da natureza estamos cuidando da nossa vida".

Durante o Seminário, os pesquisadores e pesquisadoras apresentaram suas experiências relacionadas ao tema do evento, como a pesquisa de doutorado em Ecologia Humana conduzida por Roseane Rocha, que tem como objetivo compreender se o trabalho desenvolvido pelo Irpaa com o projeto Recaatingamento contribui para o fortalecimento das identidades caatingueiras. Assim, os agricultores e agricultoras, tiveram a oportunidade de relacionar os resultados dessas pesquisas com suas próprias experiências na conservação do bioma.

Ao longo do evento, foram apresentados os resultados das ações de Recaatingamento em várias comunidades da região, destacando-se a valorização da Caatinga em Pé, com base nas experiências de diferentes comunidades do Semiárido.

Maria Silvani dos Santos, da fazenda Sariema, distrito de Pinhões, em Juazeiro, contou que recentemente encontrou três pés de mandacaru no seu quintal, que fica próximo à área de Recaatingamento, algo que há muitos anos, a agricultora não via na região. Dessa forma, ela afirma que "Recaatingamento é vida, dentro da área e nos entornos também".

“Essas experiências do Recaatingamento, em outras regiões, trazem uma perspectiva de que essas comunidades também passem a desenvolver ações, assim como outras experiências sejam desenvolvidas aqui”, pontuou a colaboradora do Irpaa, Adriana Nascimento, destacando a importância da troca de conhecimentos entre comunidades.

Além disso, houve um debate sobre estratégias para a conservação da Caatinga, abordando as práticas de construção e implementação de planos de manejo sustentável com base nas experiências do Irpaa e da Embrapa, na perspectiva da Convivência com o Semiárido. Durante as apresentações foram expostos dados referentes a cercamento, planos de manejo, ações hidroambientais, defensores da Caatinga e metas ambientais.

Além de pensar nas estratégias, é preciso refletir sobre os desafios, como aponta a agricultora Antonieta de Jesus, do Território de Fundo de Pasto Maparium, no município de Mirangaba-BA, que afirmou que as comunidades enfrentam muitos obstáculos para manter a Caatinga de pé. “O Recaatingamento pra gente é novo. Então, entre os desafios, além de grilagem e eólicas têm também a conscientização do povo que o território, o Fundo de Pasto, é nosso e precisa ser preservado”.

A última atividade do Seminário consistiu na divisão dos participantes em grupos para discutir o Plano de Manejo Sustentável e o Recaatingamento, com o desafio de aplicar e efetivar os planos nas comunidades, incluindo dificuldades, avanços e ajustes necessários para cada realidade. Os grupos fizeram apresentações coletivas durante a plenária.

Os participantes enfatizaram ainda a importância de ativar e fortalecer os conselhos governamentais e formar parcerias para criar ações permanentes que abrangem várias áreas, incluindo educação, meio ambiente, saúde e agricultura. Eles também solicitaram a criação de uma agenda comunitária para o Dia Nacional da Caatinga, com ações para conscientização e preservação desse bioma.

A coordenadora administrativa do Irpaa, Nívea Rocha, destacou a importância do apoio do Governo da Bahia e ressaltou que o Seminário de Recaatingamento aborda temas urgentes em sua essência, como o cuidado com o meio ambiente, a defesa dos territórios e o tamanho da terra apropriada. "É esperado que o compromisso do Governo do Estado resulte em ainda mais políticas públicas para que o Recaatingamento possa ser estendido a outras áreas, aumentando o acesso à água, fortalecendo a segurança alimentar e garantindo a regularização fundiária. Todo esse conjunto de ações irá potencializar e fortalecer ainda mais a nossa Caatinga e as iniciativas de Recaatingamento", ressalta Nívea.

O III Seminário Estadual de Recaatingamento realizado pelo Irpaa tem apoio do Pró-Semiárido, projeto do Governo do Estado da Bahia realizado através da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com recursos de Acordo de Empréstimo com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).


Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
 


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