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A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 destaca o diálogo para a construção da justiça e da paz

Com um cenário de polarização e intolerância que estamos vivendo no Brasil e no mundo, a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021, lançada em fevereiro, durante o período quaresmal, traz como tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. Este ano, em que a campanha está sendo realizada de forma ecumênica, traz um tema de reflexão muito pertinente a atual realidade que estamos enfrentando no país.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, junto com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC , lança essa campanha em um momento muito oportuno para ampliação do debate sobre a paz e o diálogo fraterno, discutindo os problemas que afetam a sociedade. Para Elita Maria Jönck, que faz parte das Comunidades Eclesiais de Base, e é religiosa da Congregação Fraternidade Esperança, “Essas igrejas, nas suas denominações religiosas assumem os objetivos da Campanha da Fraternidade Ecumênica: O diálogo. A paz. Pois em Cristo não há lugar para a violência, para o racismo, o ódio, a discriminação, a indiferença, os extremismos. Se somos cristãos, somos abertos ao diálogo”.

Para Roberto Malvezzi (Gogó), ambientalista e assessor da CPT “É uma das melhores campanhas da Fraternidade […]. A importância da Campanha da Fraternidade é o tema que ela traz para o debate da sociedade, que são temas que a sociedade não quer vê, não quer debater. É por isso inclusive que suscita essas reações adversas, porque as pessoas se sentem incomodadas”. Essa afirmação trazida por Malvezzi é uma reação aos ataques que grupos conservadores têm feito ao tema deste ano, que entre outras defesas, pede diálogo, acolhida e políticas públicas que atendam as necessidades de alguns grupos sociais, como mulheres, indígenas e populações LGBTQIA+, que são tão hostilizados e violentados de todas as maneiras.

Em uma sociedade marcada por grandes desigualdades sociais e problemas diversos, inclusive nestes tempos de pandemia, a religião, e neste caso as igrejas cristãs, possuem um papel fundamental na tarefa da superação destes problemas e na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. O padre João Mendes de Sena, que também é presidente do Irpaa, reflete que “A gente vê a polarização também das religiões. Quanta intolerância, até de denominações cristãs, contra os cultos afros, até contra os povos indígenas. Outro cenário é a degradação do meio ambiente, por mineradoras, por madeireiros, pelos latifundiários. Então diante deste cenário a Igreja nos propõe a ter diálogo com um compromisso de amor”.

Ampliar o diálogo para a paz é uma proposta que visa romper todas as imposições que geram morte. E para Jönck, “A paz é uma ação educativa, que deve estar presente em todas as pessoas e grupos”. Independente de credo, pautar o diálogo para a construção de uma sociedade mais justa tem sido uma necessidade gritante para os tempos atuais, com fortes ondas de preconceitos e intolerância, inclusive alimentados por grupos conservadores que se dizem cristãos, e contraditoriamente, tem manipulado a fé do povo para alcançar o poder, criar divisão e fortalecer a cultura do ódio.

Texto: Eixo Educação e Comunicação – Foto: Campanha da Fraternidade (Conic) 

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