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Terceiro módulo de formação com as EFA’s discute Educomunicação

Terceiro módulo de formação com as EFA’s discute Educomunicação

A formação de estudantes com visão crítica da realidade local e que assumem o protagonismo diante das diversas possibilidades da vida já é uma pauta da Pedagogia da Alternância, praticada pelas Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s). Quando essas temáticas se somam e expandem para outras dimensões, como a análise crítica da mídia e a produção de conteúdos midiáticos, ou artísticos, de cunho educativo e/ou que contribuem para construir outras narrativas sobre o lugar onde vivem; além das ações de intervenção social, nós temos a Educomunicação na essência.

Todos esses assuntos foram discutidos durante o segundo seminário temático da formação modular com as EFA’s. A programação de atividades aconteceu na última semana, de quarta a sexta-feira (14), em Jacobina-BA e contou com a representação de 22 escolas, integrantes da Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (Refaisa) e da Associação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas da Bahia (Aecofaba).

O Seminário de Educomunicação proporcionou momentos para aprofundar as discussões sobre o assunto, do conceito à prática educomunicativa. Oportunidade que a monitora e coordenadora pedagógica da EFA de Correntina, Jakeline Honória de Souza, destaca como um “espaço pra reafirmar o nosso processo de luta; e a gente começa a entender que a Educomunicação já é uma prática presente na nossa escola, no entanto, a gente não sabia. Essa troca, e essa possibilidade de potencializar as ferramentas que a gente já tem em mãos, é uma ferramenta muito bacana pra gente utilizar na construção do conhecimento junto à nossa juventude”.

Nas práticas educomunicativas, uma das formas de construir novas narrativas é o audiovisual; nesse sentido, para potencializar o trabalho dos/as professores/as e monitores/as com imagens, entre as atividades do evento aconteceu uma oficina de produção de texto e fotografia. Jakeline acrescenta que esse momento apresentou uma “infinidade de possibilidades, mas que muitas vezes a gente não conhece”; e que “foi possível perceber que não é tão complexo, são passos simples que aperfeiçoam e que dão a possibilidade da gente, inclusive, fazer uma divulgação com um pouco mais de qualidade e alcançar mais gente, por meio da credibilidade que a gente também consegue passar por meio da imagem, por meio daquilo que a gente publica. Então, foi uma prática muito interessante”.

Desde o início dessa formação modular, um dos assuntos mais pontuados pelas pessoas que participam é a riqueza da troca de saberes; no primeiro módulo, das formações territoriais, o destaque foi a partilha entre escolas e redes, principalmente; e nesta etapa dos módulos com seminários temáticos, a partilha das experiências de convidados/as também é destaque. Por isso, neste módulo sobre Educom, houve a socialização do trabalho realizado pela Fundação Casa Grande, de Nova Olinda-CE, apresentado pelo diretor de comunicação social Cristiano Sousa.

“Foi muito bacana a troca de experiências, conhecer um pouquinho a histórias deles (participantes do Seminário), o que eles fazem em suas comunidades e acaba contribuindo um pouco também, a vivência da Fundação Casa Grande, com o que eles vão fazer lá. A partir daqui, eu acredito que eles vão falar mais a respeito. Então, que as vozes deles vão ser as histórias contadas; esse seminário vai levar ‘que eles devem contar suas próprias histórias’, a educomunicação vai trabalhar nesse sentido”, enfatiza Cristiano.

Foram socializadas ainda as ações do coletivo de estudantes “Comunica Poço de Fora”, da comunidade de mesmo nome, em Curaçá-BA, com a professora Kátia Gonçalves. Entre as ações do Comunica, a professora partilhou como o coletivo se organiza e o que os/as estudantes fazem, inclusive para dar mais visibilidade para a comunidade e, consequentemente, contribuir para a defesa da mesma, tendo em vista que é um território com presença forte da mineração.

Ao longo das explanações e debates, ficaram evidentes: a importância de possibilitar formação para adolescentes e jovens; a necessidade da apropriação das plataformas e ferramentas de comunicação; educar através da comunicação; pautar temas do lugar, começar a fazer educomunicação, ainda que sem muito apoio; e, principalmente, fazer intervenção social de alguma forma, por exemplo, seja oportunizando emancipação dos sujeitos, ou com reivindicações de direitos negados, em defesa das comunidades e territórios.

Luís Eduardo da Silva, coordenador pedagógico da EFA de Jaboticaba, em Quixabeira-BA, afirma que o seminário contribuiu para ampliar o olhar sobre a Educom e o fazer pedagógico em busca da construção de criticidade dos/as estudantes:

“Nos traz uma visão de educação comunicativa, nos traz essa provocação de refletir e ressignificar a nossa rota, nos tornando pessoas mais conscientes; e, assim, tornando os nossos estudantes mais críticos através da comunicação. Então, que a gente possa, através da Educomunicação, trazer os enfoques mais abrangentes, integrando a comunicação como uma ferramenta desse processo educacional e que a comunicação não seja só um meio de transmitir conteúdos; mas, também veículo para criar diálogo, promover reflexão crítica, incentivar a troca de ideias e desenvolver habilidade sociais e emocionais dos nossos estudantes”.

O Seminário de Educomunicação teve ainda na abertura, realizada na noite da quarta-feira (12), a participação de apresentações culturais de integrantes da Associação Afro brasileira Quilombo Erê, do bairro Bananeira, em Jacobina, local do evento. A história de força da comunidade quilombola e todo o trabalho desenvolvido, principalmente, com adolescentes, jovens e mulheres foi inspirador e se relacionou com todas as discussões do encontro.

“Nosso propósito foi alcançado, porque ficou nítido que a turma retorna para suas escolas com uma compreensão clara do que é a Educomunicação e do compromisso que ela tem, que é, na nossa análise, principalmente de contribuir para construção de outras narrativas, tendo como princípios a construção coletiva, o olhar crítico para o lugar e fazer intervenção social de alguma forma. E eles e elas assumem essa missão de multiplicadores e multiplicadoras junto a estudantes e comunidades”, avalia o comunicador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Vagner Gonçalves.

O quarto e último módulo será com um Seminário de Educação Contextualizada, previsto para o mês de maio, em Juazeiro-BA. Na oportunidade vai acontecer ainda a culminância dessa formação com as EFA’s.

A iniciativa é uma realização do Irpaa, em parceria com as redes Aecofaba e Refaisa; e tem o apoio da Cáritas alemã. Para esse Seminário de Educomunicação, houve ainda o apoio do projeto “Agenda 2030 no Semiárido Baiano”, que é realizado pelo MOC e Irpaa, com o apoio da Horizont3000 - organização não-governamental austríaca de cooperação para o desenvolvimento; e financiamento da Comissão Europeia, Sei So Frei Graz, DKA e Agência Austríaca de Desenvolvimento (ADA).

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
 


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