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Agricultoras/es e entidades executoras do projeto Ater Biomas, de 3 Territórios de Identidade da Bahia, participam de oficina de monitoramento e avaliação das ações

Agricultoras/es e entidades executoras do projeto Ater Biomas, de 3 Territórios de Identidade da Bahia, participam de oficina de monitoramento e avaliação das ações

Para execução dos projetos e programas financiados com recursos públicos acontecer com transparência e participação das pessoas beneficiadas, é importante que haja também atividades que possibilitem aos/às envolvidos/as fazer a avaliação das ações, debater e encontrar pontos que ajudem no avanço coletivo e na superação dos desafios. Por isso, com o objetivo de refletir sobre o andamento das ações do projeto de Assessoria Técnica e Extensão Rural (Ater) Biomas, aconteceu na última terça e quarta-feira (28), em Senhor do Bonfim-BA, uma Oficina Macrorregional de Nivelamento Técnico, Monitoramento e Avaliação.

O encontro reuniu agricultoras/es, equipe técnica das organizações sociais executoras, agentes públicos da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e grupos dos Territórios de identidade: Sertão do São Francisco, Irecê e Piemonte Norte do Itapicuru. Ficou evidente a importância da oficina, por envolver esses participantes no monitoramento das políticas públicas, inclusive sendo também um espaço de controle social, principalmente pela presença dos/as agricultores/as, que puderam acompanhar os dados apresentados sobre o projeto.

“Ter a presença dos agricultores e agricultoras assessorados pelo projeto de Ater nesta formação é muito importante, pois apresentam para o financiador do projeto e as instituições de Ater, as suas opiniões, demandas e sugestões para execução do projeto e o alcance de bons resultados”, destaca o colaborador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Júlio Cézar Lopes.

Além de apresentar dados da execução das ações planejadas e discutir os entraves, avanços e desafios, a programação também possibilitou um intercâmbio para conhecer famílias, assessoradas pelo Ater Biomas, da comunidade de Água Branca, em Antônio Gonçalves-BA, que desenvolvem práticas agroecológicas. Com um momento de rica integração, o grupo da oficina foi bem recepcionado; a comunidade fez questão de mostrar para os/as visitantes a história do lugar e as atividades desenvolvidas.

A jovem Vanessa Lopes da Silva, que mora na comunidade e participa da Associação de Pequenos Produtores de Água Branca e Grota da Gia, ressalta a alegria em receber o grupo e a valorização da agricultura familiar. “Eu me sinto muito feliz em ver que o trabalho que a gente realiza aqui na roça está sendo visto de outra maneira. A gente sabe que antigamente a agricultura não tinha um certo valor. E as pessoas estão enxergando isso mais hoje [...] E a gente se sente muito lisonjeado em receber as pessoas”.

Também para o agricultor, e presidente da associação da comunidade, Adalvo Dourado, é motivo de orgulho ver que toda a sua família vem da agricultura familiar, desde os antepassados; ele complementa que a terra é a base. “Nasci agricultor […] e sem um pedaço de chão, eu acho que não tem um agricultor que não chora sem um pedaço de chão”. Seu Adalvo reforça a honra de ser agricultor e por ter avançado nas práticas agroecológicas, que respeitam a terra. “Hoje em vez de nós usarmos defensivos químicos, nós estamos protegendo todas as nossas nascentes, nossas matas e nossos adubos que temos em nossas terras, que ela mesma produz.”

Uma das participantes, que esteve representando o Território Sertão do São Francisco, dona Eliana Carvalho, da fazenda Campo Verde, no Vale do Salitre, em Juazeiro-BA, relata com muita empolgação: “Cada vez que eu vou a um passeio [encontro/intercâmbio] eu aprendo uma coisa diferente”. A agricultora enfatizou que os aprendizados são colocados em prática no seu quintal produtivo, que possui: hortaliças, macaxeira, seriguela; além da criação de galinhas, porcos e outras culturas. Dona Eliana também fez questão de destacar o sentimento de pertencer à agricultura familiar: “Pra mim, essas pessoas que estão aqui, os agricultores e os que não são agricultores, são tudo uma família só”. Essa expressão demonstra o quando as relações estabelecidas, pelas pessoas que fazem a agricultura familiar acontecer, vão além do processo produtivo e não estão isoladas das demais relações sociais e ambientais.

O coordenador de monitoramento dos editais de Ater, do governo do Estado da Bahia, Marcel Javan, pontua que “nestas oficinas é onde o Estado consegue avaliar todo o trabalho que vem sendo executado, de cada edital, de cada contrato firmado com as parceiras executoras de Ater nos municípios”. Ele também afirma que essa escuta gera resultados para as próximas ações dos programas e projetos públicos. “A gente faz o relato, a memória de cada oficina. A gente leva para o nosso núcleo diretivo e a gente faz os ajustes em cada política pública nossa, para confecção de novos editais, consertando os pontos negativos que foram encontrados nesse diálogo e nessa troca de experiência com os agricultores familiares e a equipe técnica de campo de Ater”.

O Irpaa foi selecionado, por meio de uma chamada pública, para executar o projeto Ater Biomas, durante 4 anos, nos municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sobradinho e Sento Sé; no total, 1.080 famílias estão sendo atendidas. A iniciativa é financiada pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Bahiater.

Texto: Aldenisse Souza - Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Fotos: Alane Naiara Silva - Eixo Produção Apropriada do Irpaa
 


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