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Famílias rurais em situação de vulnerabilidade social do Território Sertão do São Francisco são identificadas e cadastradas no Projeto ATER Bahia Sem Fome

Famílias rurais em situação de vulnerabilidade social do Território Sertão do São Francisco são identificadas e cadastradas no Projeto ATER Bahia Sem Fome

Assegurar às pessoas em situação de vulnerabilidade social o acesso a alimentos em qualidade e quantidade necessárias e, consequentemente, promover a segurança alimentar e nutricional, reduzindo os índices de insegurança alimentar grave no Estado da Bahia. Esses são alguns dos objetivos do projeto Ater Bahia Sem Fome, que está realizando levantamentos socioeconômicos e cadastro de famílias em comunidades rurais localizadas em Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Curaçá, Pilão Arcado, Remanso e Sento Sé. Municípios do Território Sertão do São Francisco nos quais o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) vai assessorar 490 famílias, através desse Projeto.

“Os/as técnicos/as visitam as famílias, partindo de uma busca ativa, depois de conversar com o pessoal dos CRAS no município e do agente de saúde, o técnico identifica as comunidades e famílias que estão em maior vulnerabilidade social e é feito esse levantamento socioeconômico”, explica o colaborador e coordenador do Ater Bahia Sem Fome no Irpaa, André Luiz Pereira.

Na sequência, os/as técnicos/as de ATER fazem o cadastro das famílias que se enquadram na proposta do projeto. A colaboradora do Irpaa, Janete Lima, que vai acompanhar famílias no município de Canudos, compartilha que percebe as famílias animadas para participar e ver o resultado dessas ações em suas vidas. Durante as visitas, a equipe tem se deparado com realidades diversas e impactantes; sobre isso, Janete destaca ainda que “muitas famílias passam fome. As que mais precisam têm vergonha de admitir”.

O educador social Yêgo Ravel Ribeiro relata outros desafios encontrados nas comunidades, inclusive relacionados à falta de acesso à terra. “Muitas pessoas estão sem documentos e também descrentes das políticas públicas e dos deveres do Estado. Outras famílias a gente tem encontrado que não têm terra, estão nas terras de alguém, terras que são cedidas e não querem se cadastrar no projeto, com medo de ter alguma melhoria, alguma benfeitoria e depois serem expulsas desses locais”. Essa situação reflete a importância da estrutura fundiária no Brasil, ainda marcada pela desigualdade e concentração de terras; além de reforçar a necessidade de políticas públicas voltadas ao acesso à terra, essencial para a construção de tecnologias de Convivência com o Semiárido e produção agroecológica.

Ravel também ressalta que os municípios são parceiros fundamentais para contribuir na mudança desse cenário. “A gente tem inclusive estabelecido uma parceria muito significativa com as secretarias de assistência social dos municípios, CRAS, então eles estão à disposição e contribuindo muito nessa caminhada”.

A partir desse contexto, fica evidente o quanto as políticas públicas são necessárias para alcançar as pessoas empobrecidas que ainda se encontram em situação de vulnerabilidade. Nesse sentido, a ATER tem um papel fundamental para colaborar com a transformação de vidas dessas famílias, indo além da garantia da segurança alimentar e nutricional, pois promove um resgate da cidadania e dignidade dessas pessoas. A ATER também possibilita momentos de formação e orientações voltadas à produção de alimentos agroecológicos, sensibilizando acerca da Convivência com o Semiárido, com a compreensão de que as políticas públicas são um direito e elas precisam acontecer para garantir o bem viver das famílias.

A estimativa é de que até o final de dezembro, o número total de 490 famílias já estejam cadastradas nos seis municípios de atuação. Em continuidade, na próxima etapa, as ações serão voltadas para a realização das caracterizações das unidades produtivas familiares, onde será possível conhecer os sistemas agroecológicos e identificar qual o perfil e vocação de cada família assessorada.

O projeto ATER Bahia Sem Fome, que terá duração de 48 meses, é financiado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e do Programa Bahia Sem Fome, vinculado à Casa Civil da Bahia.

Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
 


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