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25.07.2022

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Jovens de Alagoas, Bahia e Pernambuco reafirmam importância da Escola de Formação para Convivência com o Semiárido

A vida dos povos do Semiárido, os desafios, perspectivas, técnicas e tecnologias fizeram parte da programação da 28ª edição da Escola de Formação para a Convivência com o Semiárido. O evento reuniu 32 jovens de Alagoas, Bahia e Pernambuco, entre os dias 11 e 22 de julho.

Após dois anos sem acontecer, devido à pandemia, a Escola foi retomada trazendo novos temas, como a Economia de Clara e Francisco e saúde integral.

O cronograma incluiu ainda visitas a locais históricos e estratégicos do Semiárido, como o Parque Estadual de Canudos, a barragem de Sobradinho, o campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina/PE e à Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), em Uauá/BA.

A jovem Maria do Socorro Souza, presidenta da Associação Quilombola dos Agricultores Familiares de Bebedouro, em Campo Formoso/BA, destaca que “essa formação foi de fundamental importância. Até porque, nós como jovens, filhos e filhas de agricultores conhecemos a nossa realidade do campo e aqui a instituição Irpaa trabalha justamente a questão de apresentar para a gente que é possível sim conviver no campo e uma metodologia muito bonita e importante, que são os eixos divididos aqui, e em cada eixo é abordado várias temáticas”.

Para Guilherme Delmondes, de Ouricuri/PE, os/as participantes colaboraram também com suas vivências e histórias. “Algo que aprendi é que a escola não é feita só das pessoas que vieram aqui para as palestras [equipe do Irpaa], destaco principalmente as pessoas que vieram participar, que fizeram suas colocações, que trouxeram um pouco da sua história e compartilharam com os demais colegas”.

O jovem Guilherme evidenciou ainda alguns temas abordados na formação, como “técnicas de manejo do solo, de sempre valorizar a matéria orgânica para aumentar a fertilidade do solo, a retenção de água. Outro ponto, a questão das várias tecnologias de armazenamento de água, de reúso, como o bioágua, o barreiro trincheira, a cisterna calçadão e de enxurrada, enfim, os demais sistemas e formas de armazenamento de água”, conclui.

Da mesma forma, Érica Priscila Silva, que veio do Assentamento Lameirão, localizado em Delmiro Golveia/AL, reforça que está “levando daqui conhecimentos, principalmente, voltados das tecnologias de Convivência com o Semiárido, de reaproveitamento de água e vou levar todo esse conhecimentos para os jovens da minha comunidade”.

Essa vontade de repassar os conhecimentos no retorno às suas comunidades também foi evidenciada pelo jovem indígena Ednailson Tuxi, do Povo Tuxi, em Abaré-BA. Ele disse ter feito muitas amizades e espera conseguir implementar o que viu junto à comunidade. Na Escola de Formação, Ednailson afirma que aprendeu a “reutilizar toda a água que antes poderia ser jogada fora, a céu aberto, aprendi aqui no Irpaa que esse esgoto a gente pode aproveitar e reutilizar essa água para irrigar e tá ajudando também o Recaatingamento. Foi muita aprendizagem, tô muito satisfeito com essas duas semanas de estudo”, enfatiza.

A programação da Escola também possibilitou aos/às participantes a vivência e debates de temas atuais importantes como a discussão sobre gênero, associativismo e cooperativismo, economia de Clara e Francisco, Educação Contextualizada com o Semiárido, Comunicação Popular, redes sociais, conceitos e técnicas de fotografia, oficina de expressão corporal.

Para a colaboradora do Irpaa Thaynara Oliveira, que integrou a comissão organizadora, todas essas atividades em um cronograma de duas semanas de formação deixou tudo muito intenso, mas que os/as jovens avaliaram positivamente e ficaram satisfeitas/os com tudo o que aprenderam. Thaynara reforça que o momento foi uma oportunidade ímpar para os/as jovens de estarem juntos/as para revigorar as forças e que é “um novo esperançar! É algo que fica muito evidente durante os dias de formação, essa troca de vivências, de experiências, de força, de saber que estamos juntos para um propósito em comum, que é defender a vida, a Convivência com o Semiárido, a valorização desse Semiárido. Essa é a importância! E aí, cada um/a vai levando um pouco disso ao retornar para suas comunidades e instituições”, afirma.

A Escola de Formação para a Convivência com o Semiárido começou a ser realizada pelo Irpaa no início da década de 90. Através desse encontro anual, que acontece no Centro de Formação Dom José Rodrigues em Juazeiro/BA, a instituição possibilita a pessoas de diversas partes do Semiárido um intercâmbio para troca de saberes.

Desde 2015 o evento é voltado para a juventude do Semiárido. O presidente do Irpaa, José Moacir dos Santos, ressalta que é importante voltar esse olhar para os/as jovens e que, mais uma vez, foi alcançado o objetivo de divulgar e fortalecer a Convivência com o Semiárido. “A juventude é quem vai construir, reconstruir e viver esse Semiárido. Concluímos a Escola achando que cumprimos a missão, que estamos no caminho certo de contribuir para a compreensão do que é a Convivência com o Semiárido e a juventude é esse principal público hoje, que promete bastante. Viver o hoje enquanto jovem e depois enquanto adulto, pai, mãe de família com essa nova forma de pensar o Semiárido”, conclui.

Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Fotos: Equipe de Registro da Escola de Formação

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