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Escola de Formação permite socialização de resultados de projeto executado pelo Irpaa

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A estruturação produtiva, o incremento de novas receitas a partir do beneficiamento de frutas e o incentivo à participação nas feiras locais, são alguns dos resultados do Projeto Semiárido Produtivo apontados pela agricultora experimentadora, Vera Lúcia de Brito, da comunidade de Serra Bonita, município de Palmeiras do Índios, em Alagoas.

Vera Lúcia, juntamente com outra/os agricultoras e agricultores de Alagoas, Sergipe e Pernambuco participaram da Escola de Formação para Convivência com o Semiárido, realizada pelo Irpaa no Centro de Formação Dom José Rodrigues, em Juazeiro (BA), no período de 23 a 28 deste mês.

Durante a formação, diversos depoimentos semelhantes foram compartilhados, reafirmando a importância do trabalho de assessoria técnica que o projeto hoje leva para dezenas de comunidades destes estados, além de alcançar também a Bahia e Piauí, cujo público beneficiário participou dessa mesma formação na semana anterior.

“O projeto deu a oportunidade de investir em um espaço coletivo que é a agroindústria de beneficiamento de fruta”, cita Vera Lúcia, ao mencionar que a estrutura atual que a comunidade dispõe não atende a demanda de produção a partir da quantidade de frutas disponíveis. A agricultora, que é também guardiã de sementes crioulas, destaca ainda a construção das estruturas para criação de animais de pequeno e médio porte, o que irá se desenvolver melhor a partir do conhecimento que vem sendo trabalhado nas formações.

Durante a Escola de Formação, as/os participantes estudaram aspectos do clima e da produção apropriada ao Semiárido, assim como puderam vivenciar algumas práticas na área demonstrativa do Centro de Formação do Irpaa. Isso chamou atenção do jovem Eduardo Araújo, do Assentamento Gameleira, município de Mirandiba (PE), fazendo-o compreender que nem todo animal se adapta no sertão. Um tema que o jovem também avaliou foi a abordagem que os meios de comunicação fazem a respeito da região: “a mídia nunca mostra o sertão do jeito que é (…), se ela [mídia] ajudasse nós a trazer o governo pra ajudar nós com água e terra ficava mais fácil de desenvolver”, pondera Eduardo.

Para Paulo Cesar, colaborador do Irpaa e coordenador do Projeto Semiárido Produtivo, apesar das temáticas já estarem sendo trabalhadas nas formações nas comunidades, durante a Escola as/os participantes despertam para muitas temáticas trabalhadas, a exemplo de enxergar a comunicação como estratégia de divulgação da convivência e a percepção de que as famílias não possuem terra em tamanho suficiente para produzir. “Temas como gênero, comunicação, questão política, da terra, a gente ainda não tinha trabalhado nos encontros municipais, foi algo novo para turma”, observa Paulo Cesar.

Visitas externas

Durante a Escola de Formação, as/os participantes visitaram a Embrapa Semiárido e o município de Sobradinho, onde conheceram a experiência de educação contextualizada ao Semiárido, vivenciada há mais de 20 anos, pela Escola Família Agrícola de Sobradinho – Efas. Ver filhas e filhos de agricultores/as inseridos nesse processo educativo que adota a pedagogia da alternância, foi algo destacado pelos/as visitantes da escola. O grupo se deslocou ainda para a Hidrelétrica existente no município, onde pode conhecer a estrutura do maior lago artificial da América Latina, bem como a história de violação de direitos que envolve a implantação do lago.

Para o agricultor José Wagner da Silva, da comunidade de Retiro, em Monte Alegre (SE), a visita à Embrapa possibilitou obter algumas informações acerca da criação de caprinos e inclusive conhecer raças que ele até então desconhecia. Associando o conteúdo acessado na visita ao que aprendeu durante a estadia no Centro de Formação do Irpaa, José Wagner diz que compreende a viabilidade da caprinovinocultura no Semiárido em detrimento da criação de gado. O uso racional da água para irrigação de frutíferas foi também algo que chamou atenção do grupo.

O Projeto Semiárido Produtivo se desenvolve a partir da assessoria técnica e extensão rural com famílias e grupos, possibilitando uma maior difusão da proposta de Convivência com o Semiárido a partir da formação política e garantia de estruturação física que beneficiam famílias e comunidades. O projeto é executado pelo Irpaa com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.

Texto e fotos: Comunicação Irpaa

 


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