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31.05.2023

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7ª Feira da Agricultura Familiar de Angicos e Barriguda potencializa a comercialização da produção local em Canudos

No último fim de semana, Canudos-BA vivenciou a 7ª edição da Feira da Agricultura Familiar das Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto de Angicos e Barriguda. O evento, que ocorreu entre os dias 26 a 28 de maio, proporcionou oportunidade de comercialização para os/as agricultores/as e produtores locais, além de apresentar tecnologias e práticas sustentáveis aos participantes.

De acordo com a organização, o evento contou com a participação de cerca de 40 famílias, que se distribuíram em diferentes estandes exibindo caprinos e ovinos, artesanatos e também a culinária local. Além disso, ocorreram apresentações artísticas, distribuição de brindes e rações.

A feira atraiu visitantes de diversas comunidades da região, incluindo estudantes e agricultores/as. Teresa Souza, agricultora da comunidade de Frade, em Curaçá, destacou o envolvimento da juventude no evento, algo inédito para ela. “Achei muito importante porque ainda não tinha participado, e ver tanta gente jovem aqui é muito lindo”.

Adailton Costa, presidente da Associação de Fundo de Pasto de Barriguda e um dos organizadores, expressou sua alegria em retomar a feira após o período de paralisação devido à pandemia. “A gente vinha num movimento crescente, representativo no município e devido a pandemia a gente ficou esse período parado. Então a nossa expectativa, a partir dessa volta é potencializar esse evento mais e mais”. Segundo ele, a feira representa não apenas um espaço de comercialização, mas também um momento de valorização da cultura local, da tradição e do trabalho dos/as agricultores/as familiares.

Os/As estudantes da República do Irpaa também participaram do evento, com um estande apresentando experiências sobre manejo de animais, sistemas de saneamento básico rural, através das tecnologias de reuso de águas cinzas e totais. Assim como, a importância do reuso na produção agroecológica, e de plantas forrageiras para alimentação dos animais.

André Luiz, colaborador do Irpaa, que participou do evento oferecendo orientações sobre o manejo sustentável na Caatinga, ressaltou a importância de realizar o evento dentro de uma Comunidade Tradicional de Fundo de Pasto. "Aqui a gente tem a chance de mostrar que é possível criar cabras e ovelhas de maneira coletiva, em áreas abertas e preservando a Caatinga. Porque o que a gente vê hoje, de forma muita clara é que onde tem Caatinga preservada é onde tem comunidade tradicional”.

Ele destacou ainda a necessidade de realizar ajustes e avaliar a capacidade de suporte da Caatinga, considerando a quantidade de animais que dependem desse ecossistema e a importância de orientar as famílias a produzir alimentos para seus rebanhos fora da área de fundo de pasto, visando garantir que, durante o período de estiagem, os animais tenham condições adequadas de alimentação e se mantenham produtivos ao longo do ano.

Momento de intercâmbio entre comunidades

Durante o evento, a presença de uma caravana composta por agricultores/as das Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto de Curaçá e Uauá, assessoradas pelo projeto Ater-Agroecologia, possibilitou um valioso momento de intercâmbio entre as comunidades.

Manuel Ribeiro (Betinho), colaborador do Irpaa, enfatizou que essa interação entre as comunidades, por meio das experiências compartilhadas na feira, tem o potencial de gerar resultados significativos. "A gente trouxe o pessoal que participou de dois dias de atividades nas comunidades de Sítio Alexandre e Santana, em Curaçá, para complementar os aprendizados com esse intercâmbio em um espaço que consideramos importante, capaz de produzir resultados significativos através das experiências apresentadas na feira."

A jovem Cristina Barreto de Aquino, da Comunidade Urtiga de Cima, teve a oportunidade de participar do evento junto com a caravana, ficou encantada com o evento e revelou que a sua família deseja realizar em sua comunidade. "Eu achei maravilhoso. Nota dez. Porque é importante além da gente, da juventude, estar aqui participando, ver como funciona uma feira, as exposições e mais. Por mim eu já teria feito em minha comunidade”, revelou.

Nesse sentido, a feira foi mais que um evento de comercialização. Isso porque, além da reorganização comunitária pós-pandemia, também foi um momento de reencontros entre comunidades, troca de ideias, reafirmação de tradições e valorização da cultura local. Ao mesmo tempo em que impulsionou práticas sustentáveis e o desenvolvimento econômico da região.

Texto e Fotos: Eixo de Educação e Comunicação do Irpaa

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