IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

Notícias

11.12.2018

Poste no Facebook Poste no WhatsApp Envie por e-mail

Roda de Aprendizagem sobre Gênero anima mulheres de Gangorra

Foi em meio a alegria com as chuvas que chegam à região, que um grupo de cerca de 20 mulheres da comunidade de Gangorra, na região do Salitre, em Juazeiro, partilhou informações em uma Roda de Aprendizagem sobre Gênero no último dia 06 de dezembro.

A atividade integra as metas do Projeto Pró-Semiárido, executado pelo Irpaa no município, e reuniu beneficiárias do projeto para compartilhar experiências relacionadas a assuntos do cotidiano das mesmas ligados ao machismo, desigualdade de gênero, autonomia financeira e políticas públicas para as mulheres.

A partir de leitura de imagens, exibição de vídeos e provocações feitas por colaboradoras do Irpaa, as mulheres partilharam as vivências domésticas, considerando as mudanças ocorridas ao longo dos anos mas pontuando que ainda há o que avançar.

A vice presidenta da Associação local, Lúcia Simões Paiva Batista, comenta a necessidade de valorizar esse tipo de discussão e outros espaços de formação, cujos conhecimentos construídos devem ser socializados na comunidade. Para a agricultora, isso ajuda as mulheres a ganharem força para assumir posições de liderança na comunidade, por exemplo.

Na discussão ficou evidente que nos últimos anos as mulheres passaram a ser contempladas com Programas Sociais, a exemplo do Bolsa Família e Programas ligados a Agricultura Familiar e que isso só veio a contribuir com a melhoria de vida das mesmas. “A maioria das mulheres agora estão sendo mais favorecidas nesses projetos, então elas estão tendo mais consciência da importância de está aqui lutando pra ter também essa melhoria, não só para a renda financeira da casa mas também pra elas... ter essa autonomia”, considera Lúcia Simões.

Muitas dessas mulheres que participaram da atividade em Gangorra já são protagonistas de uma diversidade de atividades realizadas, conforme aponta a colaboradora do Irpaa, Lealda Santos: “tem mulheres que tem roças, tem mulheres que operam máquinas, que antes era visto como serviço de homem, tem mulheres que cuidam do caprinos e ovinos, tem mulheres também presidentes e vice presidente de associações”, cita Lealda. Ela destaca ainda a importância de mulheres jovens estarem também presentes, uma vez que esse processo de formação precisa acontecer desde cedo.

Dona Maria Pires Carvalho de Souza avaliou o momento positivo e destaca principalmente sua opinião acerca da divisão de tarefas domésticas , que, para ela, devem ser assumidas por qualquer pessoa, independente do sexo. “A primeira reunião que eu vim foi essa mas a gente devia participar mais, porque é muito importante (...) quanto mais a gente caminhar mais fica mais ciente inda das coisas,” expressa a aposentada reivindicando que esses encontros precisam acontecer mais vezes.

Esses espaços de discussão de gênero tem sido realizados em vários projetos executados pelo Irpaa, bem como com a equipe técnica da instituição, incentivando assim a quebra de alguns paradigmas que ainda permeiam as relações sociais entre homens e mulheres, especialmente no campo. “É uma oportunidade de tá fortalecendo mesmo essa participação das mulheres nos espaços que elas ocupam, não só dentro da comunidade mas também fora”, reforça Lealda. Lúcia defende que é preciso “fazer essas mudanças, tem que buscar essa igualdade, pra que não seja só os homens. Pra que não digam que lugar de mulher é no fogão, não, lugar de mulher é onde elas quer”.

Texto e fotos: Comunicação Irpaa