IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

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12.11.2018

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Distrito de Abóbora, em Juazeiro, sedia 1ª edição da Feira de Caprinos e Ovinos

O distrito de Abóbora é um dos mais distantes da sede de Juazeiro, fazendo fronteira com o município de Jaguarari. No período de 09 a 11 de novembro Abóbora sediou a I Feira de Caprinos e Ovinos. O evento é uma realização das Associações locais e da Prefeitura Municipal de Juazeiro, através da Agência de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pecuária – Adeap.

Além da exposição e comercialização dos animais, grupos locais e da região também apresentaram produtos como uma diversidade de alimentos processados, artesanatos e forragens para alimentação animal. Estandes pedagógicos também chamaram atenção do público, sobretudo crianças, que conheceram um pouco sobre a “linha do tempo” do distrito, bem como participaram de oficinas de pintura e conheceram trabalhos realizados pelas escolas da comunidade.

Um dos coordenadores da Feira, Ricardo Bonfim, informou que o distrito já vinha tentando realizar o evento, porém agora com a ajuda dos parceiros foi possível concretizar a primeira edição, que ele avalia como muito positiva. “Nós conseguimos parceiros importantes, que se dedicaram. Pra economia local isso é interessante”, afirma Ricardo. Segundo ele, cerca de 400 animais foram levados para a Feira, entre caprinos e ovinos, e as negociações foram produtivas. O criador Epitácio Gonçalves, da Fazenda Arapuá, levou seus animais e considera ter feito boas vendas. Para ele, a Feira é importante porque, além de fazer “girar o dinheiro”, é um momento de integração entre amigos/as.

A caprinovinocultura na área rural de Juazeiro é um dos principais segmentos que contribuem para o PIB (Produto Interno Bruto) do município, sobretudo com a grande produção nas áreas de sequeiro. “As famílias estão mantidas pelo bode aqui, é quem tá segurando. Criar boi agora é só ilusão”, afirma Seu Epitácio Gonçalves. Para o secretário da Adeap, Tiano Felix, o espaço da Feira fortalece “toda a cadeia produtiva que deriva da agricultura familiar e da caprinovinocultura”. Tiano cita que este ano foram realizadas sete Feiras nos distritos, além da Fenagri e Expovale.

Troca de Experiências

As/os visitantes da Feira puderam conhecer diversas novidades relacionadas ao manejo animal com foco em formas sustentáveis de geração de renda a partir do sistema produtivo da caprinovinocultura. Um dos estandes que chamou atenção do público possibilitava a degustação de algumas receitas elaboradas com o uso da palma.

A palma é conhecida na região como um importante cacto para a alimentação animal, especialmente pelo valor nutritivo e quantidade de água armazenada na planta. Já o consumo na alimentação humana não é algo muito comum no norte baiano, apesar de ser algo típico de outras regiões do estado e do Semiárido. Um grupo da sede do distrito de Pinhões, com assessoria de uma empresa de consultoria, está inovando com receitas de uso da palma em sucos, carnes, sanduíches e recheios de massas como panquecas.

Conforme uma das integrantes do grupo, Rosangela Soares, para isso foi preciso melhorar aspectos relacionados ao cultivo da palma, uma tradição que já existia na comunidade, mas que precisou ser incrementada. Ela descreve também a necessidadede melhoramento do manejo de caprinos, uma vez que as receitas também valorizam o leite de cabra e o caprino de modo geral também é uma forma de garantia da renda com sustentabilidade, conta a empreendedora.

Outra forma importante de troca de experiências entre as/os agricultores/as nas Feiras éprática dos Intercâmbios. O Irpaa, uma das instituições apoiadoras da I Feira de Caprinos e Ovinos do distrito de Abóbora, levou para o evento uma Caravana de beneficiários/as do Projeto de Assessoria Técnica e Extensão Rural – Ater Sustentabilidade. A intenção, conforme orientou o colaborador da entidade, Ildemar Alcântara, é que as/os agricultores/as possam colocar em prática o que viram na Feira, iniciativas que inclusive já são trabalhadas nas visitas nas propriedades e nas atividades coletivas.

Texto e foto: Comunicação Irpaa