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“Companheira me ajude que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”

“Companheira me ajude que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”

“Mexeu com uma, mexeu com todas!”, “Água, mulheres e energia não são mercadorias!”, “Queremos ser livres!”... foram algumas das frases ecoadas nas ruas de Petrolina (PE) durante o Ato Feminista “Pela vida das mulheres e por um novo sistema político”, que reuniu mulheres e homens do campo e da cidade, em defesa dos direitos das mulheres. A manifestação aconteceu na última segunda-feira (7), véspera do Dia Internacional da Mulher.

As/os participantes do ato saíram da Orla de Petrolina e caminharam até a Praça do Bambuzinho, reivindicando o fim da violência contra as mulheres, salário igual para trabalho igual, mais políticas públicas para mulher do campo, fim do uso de agrotóxicos, reforma do sistema político brasileiro entre outras pautas. “Nós viemos à rua pra denunciar as violências que sofremos no nosso dia a dia, e pra poder anunciar que precisarmos de outra estrutura de sociedade, uma estrutura de sociedade mais justa com as mulheres, e isso é possível com novo sistema político”, pontua Emille Sampaio, representante da Marcha Mundial das Mulheres.

Para agricultora Maria Gonçalves, do Movimento dos Pequenos Agricultores, o ato já é resultado de muita luta das mulheres, ressaltando que antes a mulher não tinha acesso à informação e nem liberdade para organizar e participar de eventos políticos. Porém, destaca a necessidade de sensibilizar mais pessoas em defesa da igualdade e da autonomia feminina. “Muitas vezes somos criticados de baderneiros, porque muita gente não entende ainda, então eles não valorizam nosso trabalho, que é um trabalho feito na rua, em busca de dias melhores”, diz Dona Maria.

Nessa luta por dias melhores, a mulher tem o papel de transformar a sociedade. “Está na rua é um exemplo disso, mas está na construção diária, nas nossas áreas de assentamentos, nas universidades, no campo, na cidade, no nosso local de trabalho... nossa luta é em todos os momentos das nossas vidas, porque a gente precisa dizer que não aceita mais ser subjugada”, afirma Emille.

O Ato foi uma ação realizada dentro da programação do segundo módulo da 1º Escola de Formação Feminista Ana Leopoldina dos Santos, que aconteceu nesse último final de semana em Juazeiro, na Bahia. Durante a Escola foi debatida a formação social e econômica brasileira no sistema político. De acordo Emille, o ato e a escola feminista é a expressão da organização das mulheres e que essas mulheres estão “dizendo que a gente precisa estudar, de que a gente só muda o que a gente conhece. Então, a gente precisa conhecer esse sistema que nos oprime tanto, que nos coloca em posição inferior hierarquizada em relação ao homem”, afirma.

Toda essa atividade foi realizada pela Marcha Mundial das Mulheres, Levante Popular da Juventude, Movimento dos Pequenos Agricultores, com apoio do Irpaa e de outros movimentos e organizações sociais do Vale do São Francisco.

Texto e foto: Comunicação Irpaa

 


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