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Água da escola é discutida durante XIV edição do Seminário Intermunicipal de Educação Contextualizada ao Semiárido

Água  da escola é discutida durante XIV edição do Seminário Intermunicipal de Educação Contextualizada ao Semiárido

O armazenamento da água da chuva em cisternas para consumo humano e para produção já não é mais novidade no Semiárido brasileiro. Porém, são poucos os locais onde os telhados e terrenos das escolas são aproveitados para captar água nos períodos de chuva. Esta porém, é uma prática que a cada dia se faz mais necessária tanto nas comunidades rurais quanto nas cidades. O tema esteve em discussão durante o XIV Seminário Intermunicipal de Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido, evento realizado anualmente pelo Irpaa e que nesta edição reuniu educadores/as da Bahia, Alagoas, Sergipe, Ceará e Piauí.

Em diversas regiões do Semiárido brasileiro, a dificuldade de acesso à água afeta diretamente o funcionamento da escola e, consequentemente, a qualidade da educação. Aulas encerradas mais cedo ou até mesmo suspensas, falta de merenda, crianças levando água de casa, água de carros pipas contaminadas, são realidades ainda em centenas de municípios devido a precariedade do fornecimento de água nas escolas, sobretudo no campo.

A Articulação do Semiárido brasileiro (Asa) atualmente vem desenvolvendo o Programa “Cisternas nas Escolas”, com a construção de 2.500 cisternas de 52 mil litros distribuídas para escolas com maiores dificuldades de acesso à água no Semiárido, conforme levantamento do Ministério da Educação. A iniciativa teve início com um projeto piloto executado pela Asa, a convite do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), resultando na construção de 864 reservatórios de 16 mil litros entre os anos de 2009 a 2011. Como já acontece nos demais programas da organização, além da construção da tecnologia, o processo de mobilização social e formação é assegurado também neste programa.

A assessora técnica do Programa “Cisterna nas Escolas”, Aparecida Amado, explica que este ano o projeto acontece “com muito mais formações, com o intuito de um envolvimento maior da comunidade em geral, e da comunidade escolar, em torno também da temática da educação contextualizada”. Cursos de gerenciamento de recursos hídricos e educação contextualizada são realizados com a participação de funcionários/as das escolas e representantes da comunidade local, com vistas a sensibilização desses sujeitos para a importância da educação para Convivência com o Semiárido, destaca Aparecida.

Gestão de Água

Durante o seminário, os municípios baianos de Iramaia e Quixabeira apresentaram experiências de uso racional da água na escola. A Escola Municipal Santa Maria, situada no povoado de Ilha Grande, em Iramaia, possui 140 estudantes e se mantém com 4.500 litros de água por mês. Destes, 80 litros por dia são fornecidos por um poço artesiano existente na comunidade, cuja água é dessalinizada e usada para beber e fazer a merenda. Os demais são armazenados em caixas abastecidas por carro-pipa e usadas para as outras atividades. O gestor da escola, Herlan Ferreira, conta que esta realidade de uso racional da água é recente, pois a escola antes usufruía sem controle da água do Rio de Contas, manancial que hoje encontra-se contaminado devido ao uso de agrotóxicos na irrigação feita em suas margens, e com fluxo de água intermitente.

Outro exemplo de gestão adequada da água acontece na Escola Família Agrícola de Jaboticaba - EFA, município de Quixabeira, que armazena água da chuva em 11 cisternas com tamanhos variados, e dispensa uso de carro pipa. Uma destas tem capacidade para armazenar pouco mais de 620 mil litros de água e no total a escola pode estocar cerca de 1.000.000 de litros de água, o que é suficiente para as/os 130 estudantes usarem para beber e fazer a alimentação durante um ano letivo. A Barragem de São José do Jacuípe supria as demais demandas da escola, porém hoje ela não cumpre mais esse papel, encontrando-se com cerca de 1% do volume total. Assim, a EFA continua usando a água das cisternas para beber, cozinhar e aproveita água residuária, oriunda da limpeza de equipamentos da EMBASA, para outras atividades, tais como cultivos agrícolas e dessedentação animal, ambos de uso didático, conta o educador Ademilton Barbosa, que representou a EFA no evento.

Para guardar esta quantidade de água, todos os telhados contém calhas para captar a água que cai no período chuvoso. Além disso, uma forma de tratamento simples é feita no próprio sistema de armazenamento. Outras medidas vem sendo tomadas para garantir o uso eficiente, a exemplo do reaproveitamento da água do banho para outras atividades.

Estas experiências se somam a tantas outras no Semiárido brasileiro, as quais se dão com maior intensidade no campo, porém precisam também ser replicadas nas cidades, uma vez os problemas com relação a escassez e má gestão hoje existem em todas as regiões do país, no meio rural ou urbano.

Além do acesso à água, o processo de gestão é por si só um aprendizado para toda comunidade escolar. “A cisterna chega não como uma construção de concreto, de cimento, mas como um instrumento pedagógico que é para contribuir na escola, com essa visão de uma educação libertadora, que inclui, que é muito mais participativa”, conclui Aparecida Amado.
 

Texto: Comunicação Irpaa


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