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Comunidades tradicionais de fundo de pasto recebem mapeamento agroecológico

Comunidades tradicionais de fundo de pasto recebem mapeamento agroecológico

 

Mapas para gestão territorial com identificação de áreas que precisam de recaatingamento, entrevistas com moradores, registros dos locais históricos e das práticas culturais e de produção das comunidades. Essas são algumas das informações documentadas no mapeamento agroecológico dos territórios de fundo de pasto de Esfomeado e Vargem Comprida, em Curaçá, lançado no último sábado (30). O principal objetivo deste projeto é dar suporte à luta em defesa do território tradicional de fundo de pasto, ocupado há séculos por essa população.

O agricultor Eurico Nonato, da comunidade de Esfomeado, avalia o mapeamento das comunidades como uma forma de evidenciar a história para as futuras gerações e a importância do lugar. “Pegando aquelas histórias dos mais velhos, já que eles vão falecendo, vai ficando aqueles mais novos e vendo aquelas histórias. É importante porque, pelo menos, as pessoas entendem. Vê aquilo e entende que é importante. Porque pra mim foi importante”, afirma o morador.

Já a jovem Natália Cardoso, também da comunidade de Esfomeado, estudante na Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS), acredita que, a partir dos conhecimentos documentados, o material pode contribuir na união das populações do território e servir de referência aos mais novos e para quem chega. “Para os jovens saberem os pontos que existem na sua comunidade e os visitantes, quando vierem, conhecer cada local e cada estrutura que tem na nossa comunidade de importante de cada tradição”, completa.

Entre as atividades produtivas dos/das agricultores/as do território, está o cultivo e o beneficiamento da palma. Atualmente a Associação de Mulheres em Ação da Fazenda Esfomeado (Amafe), entidade mantenedora da unidade de beneficiamento, produz 150 potes de geleia por mês. Além disso, a unidade produz licor de palma e biscoitos de mandioca para serem comercializados na região. Cristiane Ribeiro, presidente da Amafe, ressalta que esse mapeamento é importante para o futuro dos descendentes do território. “Ele nos permite conhecer, entender os processos dos antepassados com os processos vivenciados hoje. Qual a história que a gente precisa deixar, e que deve deixar, para as gerações futuras. É valorizar o que somos, o que fazemos e o que seremos”.

O conteúdo do mapeamento vai auxiliar no planejamento das ações na localidade, principalmente de recaatingamento. “É de suma importância, porque a gente conhece o nosso território, visualiza o que tem no território, sua potencialidade. Fica fácil planejar a recuperação de áreas degradadas, planejamento de capacidades da área de suporte animal. São várias ideias que a gente pode ter visualizando o território”, afirma Airton Gonçalves, agente de saúde nas comunidades do território e secretário da Associação Comunitária e Agropastoril dos Pequenos Produtores de Vargem Comprida e Adjacências.

Nesse sentido, Diego Limaverde, estudante de Agronomia na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) destaca a importância do mapeamento. “A intenção maior é dar esse fortalecimento para a comunidade. Para que esse reconhecimento [modo de vida das comunidades tradicionais] seja passado para as próximas gerações. É criar um produto que, no futuro, a próxima geração possa utilizar de alguma forma”, explica.

A identificação através da cartografia possibilita “Mostrar que este território é capaz de dar condições para as comunidades desenvolverem a sua renda, através do extrativismo e da criação de animais (...) Veio para fortalecer e mostrar à comunidade, às famílias que o território tem muitas riquezas e que a gente precisa dar visibilidade a isso”, reforça Judenilton Oliveira, colaborador do Irpaa.

Neste estudo, a população pode acessar diversas informações a respeito do modo de vida da população do território tradicional de fundo de pasto, como o uso compartilhado das áreas e raízes culturais. O material está disponível neste link: Mapeamento Agroecológico- Esfomeado e Vargem Comprida- Curaçá-BA.

O mapeamento agroecológico é resultado de uma ação colaborativa entre a Rede Territorial de Agroecologia do Sertão do São Francisco baiano e pernambucano, das Associações comunitárias do Território de Esfomeado e de Vargem Comprida, do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) e da Articulação Regional de Fundo de Pasto de Curaçá, Uauá e Canudos (CUC). A atividade contou com o apoio da Coordenação Ecumênica de Serviços (CESE) e Misereor.

Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação
 


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