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Jovens do Semiárido vivenciam intercâmbio cultural em Salvador e visitam a sede do primeiro latifúndio do Brasil

Jovens do Semiárido vivenciam intercâmbio cultural em Salvador e visitam a sede do primeiro latifúndio do Brasil

Aprofundar o entendimento sobre suas raízes e ancestralidade, lançando luz sobre as identidades, origens, crenças e culturas. Foi partindo desse objetivo que um grupo de jovens de diversos municípios da região norte da Bahia partiu rumo a Salvador, nos dias 21 e 22 de outubro, para participar de um intercâmbio cultural. A atividade proporcionou visitas em locais que ajudam a contar a história da colonização do Brasil e as repercussões da exploração, do genocídio dos povos indígenas, do povo negro e do estabelecimento do maior latifúndio do mundo, que persiste até os dias de hoje.

Durante a viagem, o grupo, formado por mais de 20 de jovens de Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto, Quilombolas, Ribeirinhas e Indígenas, conheceu diversos locais históricos. No roteiro, a primeira parada foi na Casa da Torre de Garcia D'Ávila, que é a primeira edificação fortificada e única construção das américas com características medievais, marco do maior latifúndio do mundo já registrado. Ela está localizada na Praia do Forte, no município de Mata de São João, na região Metropolitana de Salvador.

A segunda parada foi na capital baiana, onde os/as intercambistas percorreram pontos importantes do Centro Histórico que ajudam a contar a história da Bahia, terra mãe do Brasil, palco de lutas que foram marcantes e fundamentais para a construção da identidade social e cultural do país. Outros locais visitados foram a Casa Fundação Jorge Amado e a Igreja do Bonfim, templo católico localizado na Sagrada Colina e, assim como uma centena de outras igrejas, foi construída pelas mãos de pessoas escravizadas.

A jovem Dilma Reis, de Pilão Arcado, destaca que o intercâmbio contribuiu para a compreensão “das lutas de diversos povos no decorrer da história até os dias de hoje”. Ela cita como exemplo “a luta do povo negro contra a escravidão e a luta dos povos originários por suas terras que foram tomadas pela família dos Garcia D'ávila pelo Sertão, tornando-se o maior latifúndio do mundo”. E pontua, ainda, que a luta pelo direito à terra e aos territórios “é reflexo de todos os acontecimentos da história da Bahia e do Brasil”.

Para Tonivan Carvalho, jovem da Comunidade São Gonçalo da Serra, em Sobradinho-BA, a experiência foi uma jornada de autoconexão e que desperta para o protagonismo da juventude. “Foi uma forma de nos conectarmos com nosso passado, e sabermos o curso da história desde Tomé de Souza até os tempos atuais. É aí que entra aquela frase: 'pensar o passado para compreender o presente e mudar o futuro’. E só com o empenho dos jovens e os que estão por vir que mudaremos a realidade de 500 anos”, afirma.

Nesse mesmo sentido, a jovem liderança indígena, Jaciara Santos, da Comunidade Indígena Tuxi, em Abaré-BA, enfatiza a importância dos conhecimentos adquiridos nas vivências, já que “a ideia do intercâmbio vai muito além de uma experiência de ensinamentos; proporciona uma vivência incrível e real da cultura (...) conhecer tudo tão de perto, sentir, ter o contato com o lugar e poder refletir”.

A jovem da Comunidade Serra Branca, localizada em Casa Nova-BA, Maria Eduarda, ressalta que as histórias que ouviu não apenas despertam a curiosidade, mas também promovem uma compreensão profunda do passado, permitindo uma vivência mais autêntica das raízes culturais. “Foi uma experiência enriquecedora. Ouvir e aprender um pouco do passado do nosso país, histórias de pessoas importantes que tanto contribuíram para o nosso presente foi essencial para aguçar curiosidades escondidas”.

Maria Eduarda faz, ainda, um chamado para que “os jovens não se esqueçam que, para existir o hoje, o passado foi exemplar, foi o pilar inicial. Por isso, cabe a nós buscar resgatar esse passado e culturas tampouco conhecidas, para que nossas futuras gerações tenham orgulho de quem fomos e que ousam lutar”.

Texto: Eixo de Educação e Comunicação do Irpaa
Fotos: Coletivo de Jovens da Região CUC / Coletivo Raízes Culturalizadas Nordestinas / Estudantes do Curso de Formação Continuada de Jovens Lideranças


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