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Crianças e adolescentes da Casa Dom José Rodrigues concluem oficina de formação com Trilha da Convivência com o Semiárido

Crianças e adolescentes da Casa Dom José Rodrigues concluem oficina de formação com Trilha da Convivência com o Semiárido

Após a realização de 5 oficinas semanais, a manhã desta terça-feira (6) teve um significado especial para 26 crianças e adolescentes que participam de atividades na Casa Dom José Rodrigues, em Juazeiro. Eles/as vivenciaram a Trilha Pedagógica da Convivência com o Semiárido e conheceram na prática as discussões que tiveram ao longo dos encontros.

Oportunidade que Christian Gabriel Souza teve para constatar que, de fato, o Semiárido é diverso, cheio de vida. Ele afirma que, antes, “achava que era como os desenhos do Pica-Pau, com deserto cheio de cactos, mas agora (entendeu que) é cheio de plantas, árvores, lugares bem grandes e legais”.

Da mesma forma, Emanuelly Rezende nos conta que agora tem outra visão, ela “[...] pensava que Semiárido era sem vida, sem água, sem plantas [...] depois da trilha que nós fizemos aqui no Irpaa, ficou bem claro pra mim, é bem mais bonito do que eu pensava”.

Entre as ações e tecnologias sociais que os/as estudantes conheceram durante a trilha estão o Recaatingamento, barreiro, importância de uma área de preservação/conservação, criação de caprinos e ovinos, as cisternas de consumo e produção, Bacia de Evapotranspiração (BET) e o Bioágua. Essas últimas tecnologias são algumas das possibilidades para fazer o saneamento básico rural e com o reúso de águas para irrigação de forrageiras e frutíferas.

Ao conhecer a produção orgânica de alimentos, em um quintal produtivo, Christian também observou a ligação dessa prática com o direito à alimentação das crianças e adolescentes. Agora, ele destaca que sabe o que representa uma comida limpa, livre de agrotóxicos. “Aprendi que não podemos plantar coisas com veneno, porque se a gente juntar coisa com veneno a gente vai passar mal, faz mal pra nossa saúde”.

Eles/as conheceram ainda um canteiro de “Farmácia Viva”, com plantas medicinais, que permitem tratamentos fitoterápicos de diversas enfermidades. “Eu já conhecia a benzetacil e o anador também, só não dipirona em planta ainda, mas agora eu conheci”, ressalta Vitória Aparecida. Nesse mesmo espaço, as crianças se encantaram com a diversidade de insetos, principalmente com as borboletas e abelhas.

A Casa Dom José Rodrigues é mantida pela Diocese de Juazeiro e está localizada no bairro Piranga. Para a realização das oficinas, a gestão do espaço cedeu um horário semanal. As atividades contaram com a participação de crianças e adolescentes, com idades entre 10 e 18 anos.

A colaboradora do Irpaa, Lorena Simas, que foi uma das ministrantes da oficina, reforça que as atividades na Casa Dom José Rodrigues proporcionaram a abordagem de assuntos importantes como a Educação Contextualizada e olhar crítico para os meios de comunicação. Lorena afirma que os/as estudantes “[...] tinham a imagem de um sertão estereotipado, de seca, chão rachado, vegetação sem folhagem. Então, a gente desconstruiu essa visão que eles tinham estereotipada, uma visão vinda dos meios de comunicação e dos livros didáticos. Nós apresentamos outras características do Semiárido, discutimos sobre a Caatinga, a importância da água, também discutimos bastante sobre os direitos e deveres das crianças e adolescentes, temas que muitos não sabiam”.

Lorena destaca ainda que a junção dos debates com a vivência da trilha no Centro de Formação Dom José Rodrigues (CFDJR), do Irpaa, permite que eles/as sejam multiplicadores/as da Convivência com o Semiárido. Ela pontua também que essas atividades são importantes para aproximar quem vive nas cidades desses assuntos, porque somos todos/as do Semiárido. “Foi muito enriquecedor, tanto para as crianças, os adolescentes, o pessoal da Casa Dom José Rodrigues que acompanhou essa visita e também para a gente, da equipe do Irpaa, porque foi uma experiência nova, onde a gente pode trazer esses assuntos para a área urbana. [...] Levar essas temáticas para os ambientes urbanos, como essas crianças e adolescentes vivem na área urbana, é um diferencial e uma forma da gente conseguir espalhar mais ainda essa discussão, chegando em outros espaços, outros ambientes”.

Nessa mesma perspectiva, de conhecimentos e de pertencimento, a Coordenadora Pedagógica da Casa Dom José Rodrigues, Cleia Barreto, avalia que o objetivo foi alcançado. “Essa discussão foi levando eles a perceberem que nós estamos no Semiárido, vivemos no Semiárido. Eles foram se apropriando e percebendo a importância de entender, de Conviver com o Semiárido, de se sentir pertencente a esse Semiárido, a perceber as belezas, as riquezas que nós temos”.

Colabore com a Casa Dom José Rodrigues
O espaço é uma ação social importante para proporcionar às crianças e adolescentes do bairro Piranga, e imediações, formações diversas, como aulas de música, capoeira, informática, balé e reforço escolar. Seja um/a voluntário/a, ou doador/a. É só procurar a direção da Casa ou a Diocese de Juazeiro.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
 


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