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Experiências exitosas da Agricultura Familiar foram socializadas durante a I Fenafes, no Rio Grande do Norte

Experiências exitosas da Agricultura Familiar foram socializadas durante a I Fenafes, no Rio Grande do Norte

Criação e administração de quiosques agroecológicos, Sistema Online de Informação Regional da Agricultura Familiar (Siraf), aplicativo “Nestante” de comunicação colaborativa, implantação de sistemas produtivos agroflorestais em Escola Família Agrícola, fomento a gestão cooperativa são algumas das ações e resultados que foram apresentados pelas organizações participantes do projeto AKSAAM. A socialização ocorreu no Workshop de Avaliação de Resultados, evento que integrou a I Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fenafes), realizada entre os dias 15 e 19 de junho, em Natal/RN.

AKSAAM é uma sigla que se refere à frase: Adaptando Conhecimento para a Agricultura Sustentável e Acesso a Mercados. O projeto tem como foco as atividades de agricultores/as familiares, objetivando o desenvolvimento agrícola sustentável para promover a Segurança Alimentar e Nutricional. A ação integra o programa do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), executado pelo Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável (IPPDS) e a Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), entidades vinculadas à Universidade Federal de Viçosa (UFV/MG).


As 12 entidades que integram a Rede Ater Nordeste de Agroecologia realizaram o estudo “Gestão do Conhecimento em Redes Territoriais de Agroecologia no Semiárido brasileiro”, no qual foi utilizado o Método de Análise Econômico-Ecológica de Agroecossistemas (Lume), com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento da agricultura familiar no Semiárido brasileiro, através do fortalecimento das organizações que desenvolvem a Assessoria Técnica e Extensão Rural – Ater.


Victor Maciel, colaborador do Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop) de Remanso/BA, foi um dos representantes das entidades parceiras envolvidas na pesquisa que apresentou os resultados dessa atividade no workshop. Ele destaca o impacto positivo do projeto nas instituições envolvidas e para as famílias assessoradas. “A gente pôde avaliar por diferentes indicadores de desenvolvimento sustentável e também de análise econômica e ecológica o quanto que as políticas públicas, por meio de ações de Convivência com o Semiárido, sobretudo as políticas estruturantes de recursos hídricos, de captação e armazenamento de água nos agroecossistemas, impactaram no desenvolvimento dessas famílias, no acesso a mercados, na possibilidade de gerar maior autonomia, segurança e soberania alimentar”, aponta Victor Maciel.


O Irpaa está entre as entidades integrantes da Rede Ater Nordeste de Agroecologia que realizaram esse estudo com o método Lume. A colaboradora Adriana Nascimento, que acompanhou as atividades, afirma que um dos resultados foi o despertar das famílias para a atuação comunitária mais ativa e, principalmente, para a melhor divisão do trabalho. “A partir desse estudo, das questões que a gente vai discutindo e dialogando, as famílias conseguiram entender a necessidade de participar de outros espaços. Teve família com mudança significativa na questão da relação de gênero, na questão da divisão sexual do trabalho, das horas de trabalho que muitas vezes é a mulher quem executa grande parte. Em algumas famílias foi possível observar um pouco dessa mudança dos homens participando mais desse processo dentro do âmbito familiar, dos trabalhos domésticos e de cuidados”.


Outra experiência exitosa foi apresentada pela Cooperativa dos Produtores Rurais da Chapada Vale do Rio Itaim (Coovita), de Betânia do Piauí. Mais de 300 cooperados receberam acompanhamento, participando de formações com temas como manejo sanitário na ovinocaprinocultura. Estas formações resultaram na produção de cartilhas educativas. “Foi um projeto muito bem sucedido e poder vir aqui escutar também sobre o conhecimento deles (o trabalho das outras organizações), eu acredito que é uma troca cheia de experiência”, destaca Suzana Coelho, secretária da Coovita.


Suzana ressalta a participação paritária de gênero e a atuação de jovens, uma exigência presente no regimento da entidade. “Está no estatuto da cooperativa que tem que ter uma certa quantidade de jovens e de mulheres, para que assim as pessoas possam se agregar e que tenha no corpo da cooperativa a mulher e o jovem, porque é muito necessário a inclusão, para que se possa ter um bom resultado”, conclui a secretária.


A gestão financeira desenvolvida pelas entidades executoras do projeto foi avaliada como positiva pela analista de gestão de Recursos da Funarbe, Fernanda Araújo. Ela destacou os aprendizados construídos e a importância do momento presencial da apresentação das instituições. Assim como Fernanda, Emmanuel Bayle, consultor do FIDA, enfatiza o legado do AKSAAM para as famílias e entidades envolvidas. “Pelo que foi falado pelas entidades parceiras do AKSAAM e representação dos agricultores também, vai ser um legado muito interessante em termos de novos aprendizados para essas entidades, sobre a gestão do conhecimento, da produção de referências e de ferramentas a partir de boas lições, de boas práticas e também é um legado muito forte para os agricultores familiares e suas organizações”.


Bayle chamou a atenção para as publicações que resultaram dos projetos executados e, consequentemente, da importância das mesmas para a circulação desses aprendizados. Ele sugere “colocar esse conhecimento produzido no dia a dia no campo, num formato, seja um documento, um vídeo, seja um depoimento, que vai permitir divulgar essas informações e esperando que um maior número de agricultores possa ter acesso a essas coisas. É um balanço que eu vejo muito positivo”. No final do evento os representantes do Fida e do projeto AKSAAM expressaram o orgulho em mostrar o que as entidades parceiras fazem no Semiárido e que a ideia é continuar nutrindo esse relacionamento para fortalecer a atuação das mesmas , investindo cada vez mais na agricultura familiar do Nordeste.


A socialização dos resultados foi considerada por Marcelo José Braga, coordenador do AKSAAM, como um momento de fortalecimento das organizações envolvidas no projeto. “É extremamente relevante que as parcerias tivessem esse contato, para que eles pudessem ver as possibilidades futuras de desenvolvimento conjunto. Nós tivemos experiências de acesso a mercado que podem ser levadas para outras regiões. A gente viu a possibilidade de ter uma escala muito grande das experiências e delas interagirem, porque a solução de promover desenvolvimento é múltipla. São várias dimensões e você tem que cuidar de todos esses pontos, senão você não consegue o objetivo”, destaca.


AKSAAM no Painel Acesso a Mercados

 

Os resultados das atividades com o método Lume pelas entidades da Rede Ater Nordeste de Agroecologia também foram apresentadas no painel Acesso a Mercados, que aconteceu na I Fenafes. Na ocasião, os debatedores fizeram um resumo dos avanços e dos desafios da agricultura familiar na região. O pesquisador Sílvio Porto, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), pontuou durante sua apresentação a necessidade dos governos terem atenção com as boas estatísticas e a relevância da Agricultura Familiar.


Entre outros assuntos, no painel foram partilhados detalhes sobre o funcionamento do sistema Siraf, uma plataforma que resulta da parceria do AKSAAM com a Secretaria de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf/RN), a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e o Consórcio Nordeste. Até o momento 781 produtos, oriundos de grupos informais, cooperativas e associações, estão cadastrados no Siraf, onde ganham mais visibilidade. O sistema já beneficiou mais de 26 mil agricultores/as familiares.


Os registros de outras atividades e publicações que resultaram do projeto AKSAAM podem ser acessados no site: aksaam.ufv.br

 

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa


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