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III Encontro de Ater planeja e discute atividades coletivas

III Encontro de Ater planeja e discute atividades coletivas

Com o objetivo de planejar as atividades coletivas com os/as agricultores/as familiares, a equipe de Assessoria Técnica e Extensão Rural (Ater/Projeto MDA) esteve reunida de 7 a 9 de setembro, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, Juazeiro – BA. Seguindo os princípios do Irpaa, neste III Encontro de Ater, ocorreu a formação continuada dos/das colaboradores/as, com a temática Produção Agroecológica no Semiárido, Políticas Públicas para a Agricultura Familiar e alimentação animal a partir de plantas nativas.

As atividades coletivas estão previstas no plano de ação do Projeto e consistem em reuniões, cursos, avaliações com as/os participantes da Assessoria. Em paralelo, ocorrerão as atividades recreativas com os/as filhos/as dos/as beneficiários/as do projeto. Por isso, o planejamento destas ações está sendo discutido entre técnicos/as de campo e recreadores/as, a ser definido com as comunidades. O primeiro tema das atividades coletivas, que ocorrerão a partir deste mês, será Políticas Públicas para a Agricultura Familiar.

Tiago Pereira, um dos coordenadores do Projeto, explica que esta temática não é alheia a dinâmica das próprias famílias, já que um conjunto de ações já antecederam a realização desta atividade coletiva. Sendo respeitada a nova Lei de Assessoria Técnica (12.188/2010), que estabelece que as ações sejam processuais, holísticas e participativas, ao contrário da Ater no passado. “Nas ações de Ater é preciso trabalhar com um conjunto de elementos que contribuiu sim para o desenvolvimento e a permanência das famílias nas comunidades rurais... que perpassa pela garantia da terra, da segurança hídrica, por uma proposta de educação contextualizada, produção apropriada”, afirma.

Para Maria da Paixão, agente do município de Canudos, as atividades coletivas promovem uma troca de experiências e enriquecimento de conhecimentos entre as próprias pessoas e entre a equipe do Irpaa, além de ser, neste contexto de longa estiagem, “um momento de animação das comunidades’’, diz.

“Essa atividade coletiva vem com esse respaldo importante que na maioria das comunidades, principalmente no Território Sertão do São Francisco, existe um déficit da falta de informação de quais programas e políticas públicas existem e de como acessá-las, então, nós colaboradores do Irpaa, através destas ações coletivas, temos a missão de estar trabalhando com as famílias de que forma conhecer e acessar estas políticas públicas”, explica Tiago.

Como parte da programação do Encontro foi possível conhecer a realidade das comunidades, e seus respectivos municípios, atendido pelo Projeto a partir da sistematização das equipes de Curaçá, Canudos, Casa Nova, Juazeiro, Sobradinho e Uauá. Em outra ocasião, foi provocado o debate sobre a questão de gênero, principalmente, no meio rural. Além desta, as/os colaboradores/as já participaram de duas outras formações sobre água e terra no Semiárido brasileiro.

Formação continuada

Quando fala-se em Agroecologia é imaginada policultivo em pequenas em regiões úmidas e subúmidas, mas como pensar este modo sustentável de produção em área de sequeiro com o clima semiárido? Foi uma das questões apresentadas pelo colaborador do Irpaa, José Moacir do Santos, atual coordenador do Eixo Produção. Moacir explica que a ideia da Agroecologia no Semiárido é um conceito em construção, sabe-se que é preciso considerar as características do clima, os recursos hídricos e a consciência ecológica na produção de alimentos. “As comunidades tradicionais tem outra forma de fazer isto, que é o sistema agrossilvopastoril ecológico: agricultura, pecuária e o extrativismo. A nossa discussão é como fazer um plano de manejo que mantenha este sistema firme sem destruição”, explica Moacir.

Durante esta aula, que ocorreu no campo, as/os participantes do curso puderam ver na área de demonstração do Irpaa, a importância do solo para a vida no planeta terra, os seus tipos e cuidados, o manejo, vários tipos de composto, a importância da Caatinga em pé para o solo, a quantidade de microorganismos no subsolo, entre outras informações. Moacir esclarece que assim como o ser humano, a terra também é um organismo vivo, que nasce, desenvolve e morre. No entanto, não é tratada desta forma pelo homem, pelo contrário, as agressões ao solo são cada vez mais recorrentes.

Outro momento foi para discutir Políticas Públicas para Agricultura Familiar mediado por Jazon Ferreira, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA. Ele focou a explanação sobre o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, falou também da DAP e suas especificidades, entre outras informações.

Atualmente existem políticas no âmbito do crédito fundiário, de Assistência técnica, de comercialização, de acesso a água através das tecnologias sociais, algumas iniciativas de infra-estrutura de empreendimentos da agricultura familiar. No entanto, ele esclarece que políticas públicas de acesso à terra ainda é um déficit que precisa avançar, “tem agora uma tentativa de aperfeiçoamento desse processo de reforma agrária, mas que não atende ainda os anseios e as necessidades da realidade fundiária brasileira que é extremamente desigual”, afirma Jazon.

As plantas forrageiras da Caatinga foram mais uma das abordagens dentro da formação. O colaborador do Irpaa, André Luís, explicou que alimentação animal no Semiárido não pode ser à base de ração (milho, trigo, soja, etc), que é preciso investir em uma alimentação disponível na mata nativa. Considerou ainda que o acervo bibliográfico sobre o tema é pobre e que isto reflete na própria importância dada pela região às plantas nativas.

Política Nacional de Ater
As ações de Assessoria Técnica e Extensão Rural para as famílias do campo fazem parte da Política Nacional de Ater. Estas ações não são soltas e fazem parte de uma ação estratégica do Irpaa para contribuir com o empoderamento das famílias e a qualidade de vida delas. O Colaborador do Irpaa, Cícero Felix, explica que dentro deste contexto, a Ater cumpre uma missão de garantir espaço de construção e desconstrução de diversos conhecimentos preestabelecidos e preconceituosos em relação a esta região, possibilitando às famílias a luta pela garantia de seus direitos.

“E que estas famílias organizadas e articuladas sejam protagonistas do desenvolvimento desta região a partir da lógica da Convivência com o Semiárido, viabilizando uma Política Nacional de Convivência com o Semiárido onde tenha um fundo constitucional que viabilize o semiárido brasileiro”, explica, Cícero Felix, colaborador do Irpaa.

Os temas foram trabalhados ao longo destes dias utilizando-se de debates, exibições de filmes, atividades práticas, visita de campo, atividade cultural, trabalhos em grupo, entre outros.


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