IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

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26.08.2017

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Jovens de Fundo de Pasto da região do CUC participam de Escola de formação de Convivência com o Semiárido

Em sua segunda etapa, a Escola de Convivência com o Semiárido para Juventude de comunidades de Fundo de Pasto, conta com a participação de 30 jovens dos municípios de Curaçá, Uauá e Canudos, que reunidos do dia 21 a 26, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, em Juazeiro (BA), discutiram e problematizaram as ameaças, desafios e perspectivas das suas comunidades, com foco no direito à terra e as particularidades da luta das comunidades Fundo de Pasto.

Todo esse processo formativo tem como objetivo contribuir no protagonismo dos/as jovens dessas comunidades tradicionais e incentivar a permanência da juventude no campo, lutando em defesa do modo de vida tradicional de suas comunidades. A Escola é promovida pelo Eixo Terra do Irpaa, com colaboração dos demais Eixos do Instituto, que discutem a proposta Convivência com o Semiárido a partir de diversos temas, como a produção apropriada ao clima da região, acesso à água, educação contextualizada e direito à comunicação.

Através da metodologia de exposições orais e apresentação teatral, a juventude participante da Escola teve a oportunidade de dialogar certificação e regularização fundiária, história do Semiárido, temas que o jovem Mizailton Reis dos Santos, morador da comunidade de Raso, em Canudos, vem debatendo com sua comunidade. Ele participou do primeiro módulo da Escola e desde então “a temática que a gente trabalhou muito na comunidade foi sobre a relação e importância da certificação de Fundo de Pasto… a gente fala muito sobre isso, porque estamos precisando reforçar a juventude, a gente trabalha muito com a juventude lá também, tentando trazer a juventude para o meio rural”, afirma Mizailton.

A ausência de políticas públicas, as ameaças sofridas pelas comunidades Fundo de Pasto, em relação a especulação e implantação de empreendimentos como mineradoras, parques eólicos e outras investidas do agronegócio, fragiliza a permanência dos/das jovens no campo. Para a jovem e presidenta da Associação Comunitária Agropastoril da Fazenda Penedo, em Canudos, Leidijane Cardoso, esses problemas somados à necessidade de luta pela certificação da comunidade de Fundo de Pasto são assuntos de suma importância para dialogar com os/as jovens e estimular sua participação nas associações. “Temos que conversar sobre certificação de terra, regularização de documentação de terra, porque até ai os jovens não entendem muito… hoje tem os idosos que mais participam [da associação] e os jovens são mais afastados. É importante a participação desses jovens, pois eles podem ser a liderança das suas comunidades, podem mover suas comunidades”, afirma Leidijane.

De acordo com Judenilton Carvalho, colaborador do Eixo Terra, os/as jovens da Escola já compartilham o relato de envolvimento com a vida de sua comunidade de Fundo de Pasto, a partir de todo conhecimento adquirido na edição anterior da formação. “Nessa segunda Escola a gente já tem resultados de jovens que participaram da primeira e relatam sua participação, principalmente na animação da comunidade para certificação, porque muitas vezes o técnico, a equipe que tá lá fazendo esse debate não está no dia a dia, e muitas dúvidas que surgem os jovens com essas informações conseguem ajudar”. Judenilton ainda lembra que essa contribuição da juventude é necessária, uma vez que o prazo para solicitar ao Estado a certificação da comunidade Fundo de Pasto é até o dia 31 de dezembro de 2018, conforme está estabelecido na Lei 12.910/2013

Ao longo da Escola, os/as jovens tiveram atividades práticas de campo, visitas a Barragem e Escola Família Agrícola de Sobradinho e a pontos turísticos de Juazeiro. Já estão definidas as datas dos próximos módulos em 2018, com vistas a dar prosseguimento ao fortalecimento da juventude do campo.

Texto e foto: Comunicação Irpaa