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Valorização de galinhas nativas representa renda para famílias do Semiárido do Piauí

Valorização de galinhas nativas representa renda para famílias do Semiárido do Piauí

Com caderno e caneta na mão para anotar cada dica ou com o celular para registrar cada slide exibido, agricultores e agricultoras do município de Queimada Nova (PI) participaram nos dias 23 e 24 de agosto de uma oficina sobre Sistema Caipira de Criação de Galinhas.

Essa prática, que é comum nas comunidades do Semiárido, vem sendo intensificada nas comunidades rurais do sertão piauiense a partir, principalmente, da valorização da raça nativa Canela-Preta. A criadora Virgília Ana Ramos, da comunidade de Vereda da Lagoa, há cerca de dois anos optou por criar apenas aves da referida raça. Segundo ela, a decisão foi decorrente de um trabalho desenvolvido pela Embrapa Meio Norte, que desenvolve projeto de valorização desta raça.

Assim como Dona Virgília, outras famílias da região apostaram na produção e estão buscando ampliar e aperfeiçoar o criatório, adotando práticas cada vez mais apropriadas ao Semiárido e investindo na multiplicação da espécie, que, segundo o pesquisador Marcos Jacob de Oliveira, hoje já não corre mais risco de extinção. “É uma galinha caipira legítima, não houve intervenção em termos de cruzamento (…), o que nós fizemos foi multiplicar e devolver para as comunidades, principalmente comunidades tradicionais, quilombolas, comunidades da região”, disse o representante da Embrapa.

O agricultor Sebastião Simplício dos Santos, da comunidade Quilombola Tapuio, diz que muitas vezes algumas práticas que podem render melhores resultados são desconhecidas das famílias. Ele relata que sua motivação em participar da oficina se deu devido ao interesse em ampliar seu conhecimento para colocar em prática e assim aproveitar melhor os insumos disponíveis na própria propriedade. “A algaroba a gente tem, o pau ferro, o milho também, e a gente não usava do jeito que é pra usar”, relata Seu Sebastião planejando mudar o manejo alimentar do seu criatório de aves.

Durante a oficina, que foi realizada na comunidade de Vereda da Lagoa, as/os participantes conheceram algumas opções de ração balanceadas para garantir energia e proteína para as galinhas a partir de feno e/ou trituração de plantas como catingueira, faveleira, moringa, palma, sorgo, milho, mandioca, girassol, alho, pau ferro, algaroba, leucena, entre outras. O manejo sanitário e alimentar foi visto também na prática durante o segundo dia da oficina, momento em que o grupo visitou duas propriedades para trocar experiências acerca da criação de galinhas de postura, de corte e produção de pintos.

Incentivo

A atividade é parte do Projeto Semiárido Produtivo, executado pelo Irpaa nos estados do Piauí, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas. Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o projeto estimula a produção apropriada ao Semiárido, valorizando as potencialidades locais.

De acordo com Vanessa Neri, responsável pelo projeto no referido estado, esta oficina encerrou um total de sete voltadas para a produção animal e vegetal, atividades que tem possibilitado as/os agricultores/as voltarem pra casa “cheios de informações e o que a gente visa é que eles possam colocar esses novos conhecimentos em prática”.

No estado do Piauí estão sendo feitos investimentos no sistema de produção de aves, caprinos, ovinos, e beneficiamento de frutas. Além das formações coletivas e o trabalho de assessoria técnica às famílias contempladas, os recursos são direcionados para construção de apriscos, galinheiros e aquisição de chocadeiras.

Geração de Renda

Muitas famílias rurais no Semiárido do Piauí já apostam nas galinhas como complemento na renda, uma vez que comercializam a carne, o ovo, os pintos, além de ser uma importante fonte de proteína no cardápio do café da manhã, almoço e/ou janta.

Fruto do incentivo da Embrapa, uma experiência exitosa apresentada durante a oficina é protagonizada pelo empreendedor Darlan Alves. Após concluir o curso técnico em agropecuária, o jovem orientou seu pai a trocar a produção de galinhas de granja por galinhas Canela-Preta, observando que estas últimas são mais adaptadas à região e o manejo possui custo mais baixo. “É uma oportunidade de ter uma renda no campo” conta Darlan, que já mantém canais de comercialização diversificados, desde consumidores diretos até restaurantes e compras para revenda.

“É uma atividade viável, principalmente pro Semiárido, devido aos recursos de água, alimentação. É uma galinha que se adapta bem”, afirma o criador que diz ser desta atividade que ele tira seu sustento, o que possibilita, inclusive, manter-se na Universidade onde cursa engenharia agronômica.

Texto e foto: Comunicação Irpaa

 


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