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Empreendimentos do Sertão do São Francisco serão contemplados com Projeto Ecoforte

Empreendimentos do Sertão do São Francisco serão contemplados com Projeto Ecoforte

Representantes de cooperativas e grupos de economia solidária do Sertão do São Francisco conheceram no último dia 14 o objetivo do Projeto Ecoforte, que será executado pelo Irpaa no Território Sertão do São Francisco durante dois anos. A apresentação do projeto aconteceu na sede da instituição, em Juazeiro (BA), e contou com a participação também de parceiros como a Embrapa Semiárido, Companhia de Ação Regional (Car), Codevasf, Sasop e Coletivo baiano de educadores e educadoras em Economia Solidária, além da equipe do projeto.

O Projeto, que faz parte do Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica, conta com o financiamento do Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e Governo Federal e irá atender diretamente dez empreendimentos distribuídos nos municípios de Juazeiro, Casa Nova, Curaçá, Sento Sé e Remanso. Esses grupos trabalham com cultivos e beneficiamento de produtos como mandioca, mel, ovos, umbu e outras frutas. Além das dez organizações mapeadas, indiretamente as ações do projeto atenderão outros grupos nestes e nos demais municípios.

Para Margarida Ladislau, da Associação dos Apicultores de Sento Sé, a expectativa com a chegada do Projeto Ecoforte é de que a comercialização seja viabilizada, pois é a dificuldade que o empreendimento hoje enfrenta. “A gente já vem buscando faz tempo, já vem discutindo, creio que vem a fortalecer nosso grupo e todos os empreendimentos da Rede”, anseia Margarida.

O objetivo geral do Ecoforte é a geração de trabalho e renda baseada na produção, transformação e comercialização dos produtos típicos da biodiversidade da Caatinga, agricultura familiar e economia solidária. “Ao longo do tempo a gente sempre se preocupou em fazer o acompanhamento técnico focado na organização do empreendimento e produção, agora tem muitos grupos preocupados porque não conseguem escoar a produção”, relata Paulo César dos Santos, coordenador do Projeto, explicando que as ações que serão executadas ao longo dos dois anos se voltam para o fortalecimento das estratégias de comercialização.

A estruturação dos empreendimentos, a elaboração de planos de negócios, a publicidade dos produtos, além da formação voltada para comercialização para o mercado institucional e local pretendem possibilitar o crescimento desses grupos, segundo Paulo César. A assessoria técnica específica pra esta área é algo que, para Margarida Ladislau, dará um novo ânimo ao grupo: “nós temos o mínimo, precisamos rever nosso plano de negócio, nós precisamos ver apoios”, o que será mais fácil com o acompanhamento da equipe do projeto, aponta.


Parcerias


Dentre as ações, está a aquisição de equipamentos para as Unidades, formação dos/das membros da organização, elaboração de Planos de Negócio, marketing, além da instalação de um sistema de tratamento de água em cada uma das dez unidades contempladas, uma parceria firmada com a Codevasf.

O tratamento da água utilizada para processamento dos produtos é uma das exigências da Vigilância Sanitária, o que se torna, na maioria das vezes, um entrave para muitas organizações. Muitas destas Unidades já possuem cisternas para captar e armazenar a água da chuva, o Sistema a ser implantado irá tratar esta água, garantindo as exigências dos padrões sanitários. “Nós não temos dúvida nenhuma em afirmar que a água de chuva é uma das melhores para o processamento de uma agroindústria e que, devidamente tratada, pode ser utilizada com total segurança ”, diz Joselito Menezes, coordenador regional do Programa Água para Todos, da Codevasf. Segundo ele “não faz sentido nenhum trazer uma água de fora, com carro pipa, muitas vezes captadas em mananciais não tão seguros ou tratada de forma inadequada. Então nós acreditamos que é uma alternativa viável tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista ambiental”.

Através de parceria com a Embrapa Semiárido, será incentivada a produção de pomares com fruteiras nativas da Caatinga, numa perspectiva de conservação das espécies e valorização da biodiversidade local, aspectos inerentes a agroecologia. O Coletivo de educadores e educadoras em economia solidária também é um potencial parceiro do projeto e irá contribuir na formação acerca da temática da comercialização, incentivando o comércio justo e solidário.

Armazém da Agricultura Familiar


Juazeiro irá sediar o segundo Armazém da Agricultura Familiar do estado da Bahia, o primeiro já existe no município de Serrinha. O espaço objetiva disponibilizar produtos da agricultura familiar do Território Sertão do São Francisco para viabilizar assim a comercialização, fortalecendo a economia solidária.


Será oferecida uma diversidade de produtos de origem animal, vegetal, artesanatos, cosméticos, produtos medicinais, entre outros, oriundos de cooperativas, agroindústrias e outros grupos solidários existentes no Território, ligados à Rede Sabor Natural do Sertão. A previsão de funcionamento é ainda para este ano.

Texto: Comunicação Irpaa
Foto: Bruna Brígida (Colaboradora Irpaa)

 


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