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Famílias agricultoras de Remanso participam de intercâmbio sobre Saneamento Rural

Famílias agricultoras de Remanso participam de intercâmbio sobre Saneamento Rural

A família de Paulo Cesar Gonçalves, da Comunidade Tradicional de Fundo de Pasto Xique-Xique, em Remanso, tem, há pouco mais de um ano, uma tecnologia para fazer o tratamento das águas totais com reúso da água. O hidrômetro do tanque de reúso já registrou, até o momento, 13 mil litros de água para a irrigação de forrageiras. “Eu utilizo a água alí, por gotejamento, para as forragens e eu gostei muito, porque a água que era jogada fora eu tô pegando de volta”. Paulinho, como é conhecido, foi o anfitrião de um intercâmbio sobre a segurança sanitária das tecnologias de Saneamento Rural e recebeu, na manhã desta quarta-feira (22), agricultores/as de quatro comunidades do município.

“Achei muito bom! Aprendendo mais essas coisas que tão saindo de novo e cada vez mais é melhorando”, complementa o agricultor, sobre o intercâmbio. Paulinho é assessorado pela equipe do Irpaa, com ações de Recaatingamento, através do projeto Pró-Semiárido, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), do Estado da Bahia.

O intercâmbio contou com a participação de pessoas que são acompanhadas pelo Serviço de Apoio às Organizações Populares (Sasop). É o caso da agricultora Marinete Patrício da Silva, da comunidade Sanharó. Ela tem um Bioágua há dois anos e disse que gostou de ter conhecido uma tecnologia para tratamento de águas totais com reator UASB ou adaptado com Biodigestor industrial. “Conheci hoje e eu achei muito importante, porque é uma coisa que a gente reaproveita toda água que tem em casa e eu gostei muito. Queria que fizesse um lá em casa! (risos)”.

Dona Marinete ressalta ainda que vai colocar em prática os conhecimentos. “O que aprendi vou fazer lá na minha casa, tratar mais direito da água. A gente aprende bastante coisa nas reuniões que a gente vai”.

A colaboradora do Sasop, Edinaelma Brito, que acompanha de forma direta e indireta cinco famílias que têm tecnologias de Saneamento Rural, enfatiza os temas abordados no intercâmbio, principalmente a importância das famílias se apropriarem das tecnologias. “A gente viu muitas formas de reúso, a questão da qualidade da água, como é feito o processo, a questão de ter o conhecimento sobre a instalação da tecnologia, porque não pode fazer de qualquer forma; e a questão também de cuidar dessas tecnologias, porque a família tem que se comprometer também com o cuidado; isso aqui foi tudo abordado e outras coisas que essas famílias já praticam”.

Esse aspecto do cuidado com as tecnologias, seja na construção ou no manejo, foi um dos destaques do encontro. De forma prática, os/as agricultores/as puderam visualizar um método que permite ter uma noção da eficiência das tecnologias no tratamento do esgoto doméstico. “Foi rico na experiência, até por conta da apresentação das águas, quando elas estão boas, quando estão contaminadas; e reforçou mais a experiência da gente, de ter o reúso da água, de fazer a manutenção (da tecnologia)”, enfatiza a agricultora Valdeni Creôncio, da Comunidade Tradicional de Fundo de Pasto Lagoa do Garrote.

“A gente já vinha percebendo que essas agricultoras não tinham tanto aprimoramento da manutenção da tecnologia. Então, dependia muito do técnico para fazer a avaliação, essa manutenção. Com essa atividade, a gente percebeu, que a maioria delas avaliaram, que foi muito bom; hoje elas conseguem avaliar, até pelo resultado da água saída pelo tanque de reúso; então, elas conseguem fazer essa avaliação, a partir da coloração da água, se a tecnologia está sendo eficiente ou não”, ressalta a colaboradora do Irpaa, Dannielle Roseanne Martins.

Danielle destaca ainda a importância dos saberes partilhados durante essa formação para garantir a autonomia das famílias. “Elas trazem para a gente que elas conseguem fazer a manutenção, conseguem fazer esse trabalho de troca de filtro, perceber a partir de que camada está precisando fazer a troca. Então, a partir de hoje, eles conseguem fazer sozinhos”.

O saneamento como um direito também das comunidades rurais; a importância do reaproveitamento da água para potencializar a produção de alimentos e a criação de animais; os desafios enfrentados com o manejo, a exemplo do peso das tampas das caixas de gordura e a divisão das tarefas com todos/as da família estiveram entre os temas abordados ao longo do intercâmbio.

Essas atividades de troca de saberes entre comunidades, a respeito da segurança sanitária das tecnologias de Saneamento Rural, aconteceram e seguem acontecendo em outras localidades e são resultados dos encaminhamentos de uma formação do Irpaa com colaboradores/as que atuam nas regiões ou diretamente com famílias que têm as tecnologias.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
 


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