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Com machismo não há Convivência com o Semiárido!

Com machismo não há Convivência com o Semiárido!

 A constatação e reafirmação de que é importantíssimo estar aberto para escutar as experiências de outros homens, de que cada um precisa assumir que é parte dessa sociedade, estruturalmente, machista e que transformar essa realidade exige monitoramento e ações diárias, constantes. Isso tudo foi exposto através de momentos de partilha, que evidenciaram os efeitos negativos de estereótipos e termos como:

"Homem não chora",
"Se comportar como um homem",
“Ter autoridade e assumir a liderança da casa"
“Não levar desaforo pra casa”

Além desses, muitos outros estão na raiz de diversas questões que envolvem o machismo e que tem, entre as consequências, homens perpetuadores de comportamentos que reforçam o problema e desencadeiam em violência. O machismo mata todos os dias; os números são assustadores, com apenas uma pesquisa rápida na internet encontramos notícias como a de em média, no ano de 2022, uma mulher perdeu a vida a cada 6 horas no Brasil, vítima de feminicídio. Os motivos são diversos e repugnantes, incluindo a noção de posse, controle e subjugação da mulher.

Essas discussões, relacionadas às consequências do machismo e à formação da masculinidade, aconteceram na última segunda-feira (23), no segundo encontro de gênero do Irpaa, em 2023. Desta vez, o momento foi voltado para os homens e contou, na parte da manhã, com a facilitação do psicólogo e docente da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Alexandre Barreto. As atividades conduzidas possibilitaram aos participantes a partilha de uma "visita individual ao passado" e, com isso, reconhecer marcas que resultaram na maneira como cada um construiu a sua masculinidade; o quanto é importante, apesar de tudo que cada um viveu com a referência da figura paterna, honrar a ancestralidade; porém, sem idealizar.

“Acreditar que os nossos pais, com os caminhos tortos, com os ganhos, avanços, com os erros, no fundo o que eles desejavam era que a gente desse um passo à frente. Então, transformar esses padrões de violência, das masculinidades, toda essa carga histórica e social [...], o medo como exercício de poder nas relações, nos distanciando dos vínculos afetivos, a gente tem que ir transformando; o caminho é esse”, ressalta Alexandre Barreto.

Para trilhar esse caminho de mudanças, Barreto enfatiza a importância de acompanhamento e de espaços formativos. “Quando a gente fala das questões de gênero e masculinidade, a gente está falando também sobre traumas. E trabalhar os traumas não é só dar informação, mas é justamente construir uma compreensão, elaborar um sentido, dar um acolhimento, um suporte, construir um ambiente seguro, onde aquela pessoa pode atravessar algo que ficou engessado, bloqueado durante muito tempo; então, as formações são necessárias nesse sentido”.

E para avançar mais, uma das estratégias é romper algumas barreiras que impedem a expressão de sentimentos, de afeto e discutir o assunto, principalmente em momentos de partilha, como essa atividade. “Foi lindo, quero parabenizar o Irpaa por essa iniciativa extremamente necessária, porque é isso, a gente se transformar enquanto homem é um processo também de socialização e de vida. Quanto mais a gente viver espaços de socialização como esse, onde essas questões são pautadas; como muitos disseram: ‘foi difícil falar’; então, começar a exercitar isso, começar a ter consciência disso, aí a gente vai dando passos!”, afirma o psicólogo.

A programação do encontro teve ainda, no turno da tarde, outro espaço para escuta e debate de mais aspectos relacionados ao tema, a exemplo dos privilégios que são concedidos a quem nasce homem, as formas de combate e prevenção das violências contra as mulheres e como os homens podem atuar na desconstrução do machismo dentro e fora de casa.

O colaborador do Irpaa, Rubens Silva, que atua na região de Sento Sé, pontua que o encontro foi importantíssimo e que deve repercutir na rotina de cada um. “Que essa discussão seja contínua em espaços da sociedade, com amigos, no trabalho, dentro de casa; para que as atitudes que fazem com que a ideia que fortalece o machismo se quebre”.

A fala de Rubens sintetiza a avaliação feita pelos participantes, que destacaram a relevância do debate e das contribuições dessa formação para o próximo encontro, previsto para o primeiro semestre de 2024, e que contará com a presença tanto de homens quanto de mulheres.

Também na avaliação, foi reafirmado o compromisso de todos os presentes para se juntar, através de atitudes, na defesa e construção de uma outra realidade, em que prevaleça o respeito e a equidade de gênero. Além disso, ressaltaram a necessidade de pautar e ampliar a discussão nas comunidades que são assessoradas pelo Irpaa, principalmente com a juventude. E para esta missão é essencial ter, primordialmente, o entendimento de que "Com machismo não há Convivência com o Semiárido"; foi com esta frase, entoada fortemente por todos, que o encontro terminou, deixando, certamente, como resultado muitas sementes de transformação. Que germinem e deem frutos!.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa


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