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O Semiárido brasileiro representa 11,39% do território nacional e abriga 29% da população do País. Possui uma extensão de 969.589,4 km² representando cerca de 62% do território nordestino (incluindo a parte Semi-árida de Minas Gerais*.

Nesta região, vivem 20.858.264 milhões de pessoas, com destaque para o fato de que 9,08 milhões (44%) pertencem à zona rural, caracterizada por alta vulnerabilidade, já que estão entre os mais pobres da região, com índices de qualidade de vida muito abaixo da média nacional. A densidade demográfica de 21,5 hab/km² não parece alta quando comparada com a média nordestina que é de 28 hab/ km², contudo, tomando por base outras regiões Semi-áridas no mundo, apresenta-se como uma das mais elevadas.

Como principal característica climática, destacam-se as temperaturas médias elevadas e precipitações médias anuais inferiores a 800 mm, extremamente concentradas em até três a quatro meses, gerando períodos de chuvas e estiagens. Cerca de 80% do subsolo do Semi-árido é formado por rocha cristalina, que não favorece a acumulação de água. Os outros 20% são sedimentares, com boa capacidade de armazenamento de águas subterrâneas. As feições de relevo refletem a dinâmica climática e estrutural, mas, apesar de dominar grandes extensões dissecadas, é possível registrar significativas áreas ocupadas por serras e vales úmidos.

Com relação aos recursos hídricos, a região apresenta praticamente um só rio permanente: o São Francisco, pois o Rio Parnaíba toca só marginalmente à parte oeste do Semiárido. Os demais aparecem de forma intermitente (apenas nos períodos de chuva), desempenhando, contudo, um papel fundamental na dinâmica de ocupação dos espaços nessa região. Em relação à disponibilidade e potencial de água existente devem ser considerados também os açudes públicos e reservatórios privados, além das alternativas crescentes de captação de água das chuvas para o consumo doméstico.

Do ponto de vista hídrico o Semi-árido é bastante conhecido por características próprias: apenas uma pequena parcela da região tem uma média pluviométrica anual inferior a 400 mm. No Semi-árido como um todo, essa média sobe para 750 mm por ano. É bem verdade que existe o problema de má distribuição dessa chuva no período e no espaço geográfico, mas, de fato, não existe ano sem chuva. Nos anos mais secos dificilmente chove menos que 200 mm.

A vegetação predominante de Caatinga, é uma expressão do clima, em conjunto com outros fatores geo-ambientais, representados pelo relevo, solo e subsolo. É um revestimento vegetativo baixo, arbustivo-arbórea ou arbóreo-arbustiva e , raramente, arbórea, comportando folhas miúdas e hastes espinhentas, adaptadas para conter os efeitos de uma evapotranspiração muito intensa.

A diversidade biológica, principalmente na flora, as várias formas de manifestações culturais e até mesmo os diferentes micro-climas fazem do Semi-árido brasileiro uma região extremamente rica e com grande potencial para o desenvolvimento. Apesar de rico, possui um ecossistema frágil e com pouca capacidade de reconstituição. Esta fragilidade é decorrente dos próprios fatores climáticos e acentuada pela pouca compreensão que as pessoas têm sobre a natureza na região, o que leva a uma ação involuntária, predatória, na busca de recursos para sua sobrevivência, mas também a ações criminosas depredatórias de grandes empresas e grupos econômicos.

As atividades econômicas predominantes são de subsistência, com pequenos roçados, criatórios de animais de pequeno e médio porte, artesanato e extrativismo voltado para o consumo familiar. As famílias camponesas do Semi-árido ainda não desenvolveram uma cultura de produção para o mercado, pelo fato de a maioria não terem o direito de propriedade da terra onde vivem, mantendo uma relação de permanência temporária com a propriedade agrícola.

Apesar do potencial que tem, o Semi-árido é a região mais pobre do país, com alto índice de analfabetismo e com a mais baixa renda per capta. Essa situação é decorrente não do clima, mas da estrutura sócio-política e econômica implantada na região, trazendo com isso várias dificuldades para se viver bem na região.

* Conforme a nova delimitação do semiárido brasileiro, instituída pela Portaria do MI do dia 10 de março de 2005 e que obedece agora três critérios técnicos:

1. precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros;
2. Índice de aridez de até 0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona as precipitações e a evapotranspiração potencial, no período entre 1961 e 1990; e
3. risco de seca maior que 60%, tomando-se por base o período entre 1970 e 1990. Se um destes três critérios ocorrer, o município é considerado pertencente ao SAB.Nestes critérios se enquadram agora 1133 municípios.)




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