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Método Lume possibilita evidenciar desigualdade de gênero ainda presente nos agroecossistemas do Semiárido

Método Lume possibilita evidenciar desigualdade de gênero ainda presente nos agroecossistemas do Semiárido

 Representantes de dez organizações que prestam serviço de Assessoria Técnica Contínua – ATC à comunidades rurais da Bahia por meio do Projeto Pró-Semiárido estiveram reunidas/os no 2º módulo de formação voltada para o Método Lume: análise econômico-ecológica de agroecossistemas. A atividade aconteceu em Juazeiro, entre os dias 14 e 17 de maio.

O método Lume, já vem sendo desenvolvido pela AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, instituição social que atua para o fortalecimento da agricultura familiar e a promoção do desenvolvimento rural sustentável no Brasil. Representantes da referida instituição estão assessorando a formação que ainda contará com quatro módulos.

De acordo com Carlos Henrique Ramos, um dos coordenadores do Pró-Semiárido junto a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, conforme o nome da metodologia, a intenção é iluminar para trazer à tona aspectos comumente invisibilizados nos processos de avaliação neoliberais. Ramos cita que foram elencados 50 casos para serem avaliados na área de atuação do Pró-Semiárido, projeto do Governo da Bahia executado através da Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR e abrange 32 municípios.

Um dos elementos que tem se destacado na aplicação do método Lume, por exemplo, é o papel das mulheres na consolidação do agroecossistema. Essa informação esteve presente na apresentação das/dos participantes que, entre o primeiro e o segundo módulo, aplicaram o método em nove agroecossistemas e socializaram os resultados na formação.

A integrante da Cactus (Associação de Assistência Técnica e Assessoria aos Trabalhadores Rurais e Movimentos Populares), Fabíola Araújo, cita a experiência de aplicação do Lume com uma família no município de Ponto Novo, mais precisamente na comunidade de Jitirana. Ela destaca que este se tratava de um agroecossistema com vários subsistemas e que a carga de trabalho que a mulher possui foi algo que ficou evidente nos resultados. Fabíola conta que a partir do gráfico construído para ilustrar as atividades desenvolvidas pela família para manter a Unidade Produtiva foi uma surpresa o agricultor perceber que a agricultora possuía tantas atividades, sobretudo no tocante às tarefas domésticas e de cuidados.

“Essa metodologia é fantástica por causa disso, né? Faz com que a pessoa, o próprio agricultor e agricultora, visualizem coisas que eles estavam vivenciando ali a todo momento e antes passava despercebido”, avalia Fabíola Araújo, que também se refere ao Lume como “um método diferente de tudo que a gente já viu até agora”. Ela diz que ao incorporar metodologias já trabalhadas na execução do Serviço de ATC, o referido método permite visualizar as atividades desenvolvidas, a força de trabalho, as redes de comercialização, pontuando assim pontos positivos e negativos a serem melhorados.

Quanto à invisibilidade do papel da mulher, a consultora da AS-PTA, Cinara Del’Arco, diz que isso é muito comum no processo de análise do agroecossistema familiar, apesar dela ter uma dedicação até maior, como as experiências apresentadas na formação tem apontado. Para ela, isso é fruto da “cultura machista, patriarcal, que valoriza aquele trabalho que teoricamente é o que gera a renda”, sem considerar que a contribuição da mulher é indispensável para isso. “Esse método permite fazer uma análise qualitativa e uma análise quantitativa (…) e nessa análise qualitativa a gente observa algumas dimensões e dentro dela a questão de gênero”, pontua.

O método reúne dados, informações, que devem ser posteriormente trabalhadas nas visitas de Assessoria Técnica no sentido de ajudar a família a melhorar a relação com o próprio agroecossistema e a fortalecer a relação de justiça social entre as/os membros da família, bem como a enxergar melhorias na geração de renda, valorização das práticas agroecológicas e assim contribuir com a qualidade de vida no Semiárido.

Texto e foto: Comunicação Irpaa


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