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Estudantes de Especialização em Gestão Cultural conhecem a Convivência com o Semiárido e se propõem a difundir a discussão através de outras linguagens

Estudantes de Especialização em Gestão Cultural conhecem a Convivência com o Semiárido e se propõem a difundir a discussão através de outras linguagens

Estreitar o diálogo acerca das questões sobre o Semiárido, saberes, teorias e tecnologias, além de refletir sobre as imagens que são produzidas sobre este território. Esses foram alguns dos objetivos da visita ao Centro de Formação Dom José Rodrigues (CFDJR), roça do Irpaa, feita pelos estudantes da Especialização em Gestão Cultural Contemporânea. O curso é realizado pelo Itaú Cultural, em São Paulo, tem duração de 2 anos e reúne estudantes de todas as regiões do Brasil.

Sobre a escolha por visitar o Centro de Formação, localizado no jardim Primavera, em Juazeiro-BA, o professor convidado desse curso de Especialização, André Victor Brandão, frisou que “O Irpaa é esse lugar que reúne essas tecnologias para a Convivência do Semiárido, que é uma discussão que a gente tem encampado no curso de forma muito aguerrida, de pensar essas outras imagens de sertão, de Semiárido, meio contrapondo essa narrativa hegemônica de que nós somos um espaço inóspito, que nós somos um espaço que não produz tecnologia, que não produz metodologias refinadas de gestão cultural. Isso é uma grande mentira, é uma grande invenção, ficção. E a gente faz esse estudo de casos justamente aqui, pra contrariar essa narrativa já posta”.

Os/as visitantes participaram da Trilha Pedagógica da Convivência com o Semiárido, na qual foi possível, visualizar e compreender tecnologias sociais de captação e armazenamento de água, sistemas de tratamento de esgoto doméstico com reúso da água, pluviômetro e recaatingamento, por exemplo. Além de conhecerem a missão do Irpaa e debater algumas defesas como o acesso à terra e território, valorização dos povos, comunidades e tradições, educação contextualizada e comunicação para a Convivência com o Semiárido.

A professora da rede pública de ensino, Bárbara Banida Muniz, de Fortaleza-CE, destacou a experiência de visitar o CFDJR e ter acesso às discussões da Convivência com o Semiárido. “Acho que foi uma vivência muito interessante para a gente pensar em tecnologias de convivência que unem corpos humanos com corpos não humanos e que geram uma convivência mais harmônica, ecológica, sistêmica”.

Bárbara fez questão de frisar ainda sobre o papel da mulher na luta e defesa da terra e do território. “E eu achei muito massa também o processo do protagonismo feminino, que dentro da agricultura familiar, dentro da luta pela terra, isso é muito forte (...) Então, a gente tem as mulheres tomando conta muito forte da luta pela terra. E aí, eu nunca tinha me deparado com essa noção de Convivência com o Semiárido, de pensar uma luta pela convivência, porque sempre é uma luta por algo”.

Na escola em que Bárbara ensina, a maioria dos estudantes são da área rural e não tem acesso a esses conteúdos. Ela reflete também que, enquanto professora ou aluna, nunca havia aprendido sobre Convivência com o Semiárido. “Então eu fico pensando o quanto de tecnologias rurais, tecnologias do campo, tecnologias de convivência com espaços ecológicos, existem e a gente nunca ensina na escola”.

A respeito de tudo que foi visto e discutido no Centro de Formação, a estudante Susi Santos, da comunidade Jardim Vermelhão, em Guarulhos, São Paulo-SP, refletiu que “A gente precisa valorizar e, principalmente, disseminar, difundir e fazer com que chegue às pessoas das nossas comunidades e das comunidades vizinhas de outras comunidades que, às vezes, estão em territórios muito distintos, evidenciar essas inteligências e difundir, se conectar, criar conexões também”.

O professor André compartilhou também a importância do Irpaa, destacando que a Instituição “é um espaço muito afetivo também pra minha formação enquanto pessoa moradora do Semiárido. Quando eu conheci o Irpaa e o que produz de pensamento sobre Convivência com o Seminário, mudou toda a minha perspectiva de vida. Eu comecei a enxergar o meu território com a potência que ele tem e comecei um mergulho mais profundo na minha identidade, no meu senso de pertencimento a esse território”. Assim, a partir do impacto dessa experiência, ao ser convidado para integrar a especialização em Gestão Cultural Contemporânea, André fez questão de levar essa transformação para o currículo do curso.

Em relação às organizações e movimentos que defendem a Convivência com o Semiárido e o Bem Viver, a professora Bárbara, enfatiza ainda como é necessário ter um movimento “tanto pra arte dentro desses espaços, quanto pra esses espaços dentro da arte”. Essa fala reforça a importância de expandir a discussão da Convivência com o Semiárido para outras linguagens, espaços e públicos.

Além do Centro de Formação, os estudantes conheceram ao longo dos próximos dias as experiências da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), em Uauá; comunidades de Fundo de Pasto e Quilombola e na Ilha do Massangano. Também houve na programação visitas e debates a respeito das contradições que existem nas produções do agronegócio e das vinícolas da região, possibilitando uma perspectiva ampla sobre a diversidade do Semiárido e quais ideais estão alinhados à Convivência com o Semiárido e o Bem Viver dos povos.

Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Fotos: Suzy Santos/ estudante da especialização Gestão Cultural Contemporânea do Itaú Cultural
 


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