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Experiências de Escolas famílias Agrícolas são demonstradas durante I Conferência Nacional da Pedagogia da Alternância

Experiências de Escolas famílias Agrícolas são demonstradas durante I Conferência Nacional da Pedagogia da Alternância

Tendo o Clima e Água como tema gerador, experiências pedagógicas desenvolvidas por 12 Escolas Famílias Agrícolas da Bahia foram apresentadas no primeiro dia (11) da I Conferência Nacional da Pedagogia da Alternância, que acontece em Salvador, BA, até o dia 13 deste mês. As exposições fizeram parte do Painel “Educação e Comunicação para a Convivência com o Semiárido, tendo o Clima e água como tema gerador na Pedagogia da Alternância”, reunindo mais de 300 conferencistas do Brasil, Portugal, Uruguai, Espanha e Argentina, que são membros da Associação Internacional de Movimentos Familiares Rurais (AIMFR).

Biblioteca, tenda do conhecimento, banco virtual de dados, tecnologias sociais estavam entre as experiências desenvolvidas pelas Escolas e que foram apresentadas ao longo do dia 11. “Os  temas eram tradados de forma superficial. A partir da discussão com os estudantes foi possível demonstrar o potencial que eles tem a oferecer”, uma oportunidade de aprofundar sobre a temática da água e do clima, afirmou a monitora da Efa de Brotas de Macaúba, Adeane Campos Araújo. Ela diz ainda que “percebemos que temos muito a avançar neste âmbito. A gente abriu o caminho para que haja uma discussão mais aprofundada sobre esse tema”, concluiu

A tecnologia social Bioágua, que possibilita tratamento e reúso de água cinza, foi a experiência aplicada pela Efa de Sobradinho, e exposta durante o Seminário, que aconteceu no primeiro dia da Conpab. A escola também tem a perspectiva de difundir a tecnologia no âmbito das comunidades ondem vivem os/as estudantes e familiares, como afirmou Mônica da Silva Carmo, professora da Efa de Sobradinho. Para a Efa de Correntina, o “Espaço do Saber” foi o instrumento utilizado para dialogar, no ambiente do ensino, o tema do Clima e da Água, trazendo para a equipe escolar a possibilidade de uma discussão contínua. “A experiência da formação contribuiu para sistematizar e criar a inovação dentro da escola... voltando o olhar para a Convivência com Semiárido”, afirmou Carlos Alberto Lima, coordenador Pedagógico da referida escola.

Inovar foi o verbo que motivou a Efa de Cícero Dantas a buscar soluções na experiência do conhecimento popular, pois foi olhando para a experiência do agricultor José Domingos, pai de um estudante da Efa, que se inspiraram em desenvolver uma semeadora manual com sulcador duplo, que possibilita o plantio da semente já misturada com adubo orgânico. A tecnologia foi construída pela equipe da Escola e foi sistematizada em uma cartilha. Outra tecnologia simples desenvolvida pela Efa foi a forrageira manual para palma e capim.

Plano de Estudo arquivado no ambiente virtual e sendo alimentado pelos/as estudantes está sendo realizado pela Efa de Irará. Os questionários, tratamento de dados, tabulações e síntese dos dados são tarefas dos/as educandos/as junto com os/as educadores/as. “O desafio é a capacitação dos professores, que precisam se adaptar a nova tecnologia que a Escola tem utilizado”, apontou a gestora Lucimara Santos da Silva, que explica que o banco de dados deverá ser utilizado a longo prazo pela Escola.

O momento foi encerrado com as considerações de representantes do Irpaa, Unefab, Refaisa e Secretaria de Educação do Estado da Bahia, através da Coordenação Estadual de Educação do Campo e Quilombola. Felipe Sena, Colaborador do Irpaa, que compôs a mesa de encerramento e também acompanhou as ações do Projeto de Formação junto às escolas, enfatizou o potencial de produção científica das Efas e a necessidade do Estado se comprometer com a Pedagogia da Alternância.

Rivelino Almeida, da Unefab, problematizou a necessidade das escolas se organizarem na perspectiva de divulgarem suas ações, potencialidades a partir dessas experiências, “de que forma nós vamos dar visibilidade a todos estes projetos que apresentamos? Como usar os meios de comunicação dentro das Efas e da Pedagogia da Alternância? O que nós estamos fazendo para adquirir o nosso material didático que fale da nossa realidade?”, questionou. Rivelino também apresentou preocupação de como as Efas podem acolher o agricultor para que possa apresentar o seu conhecimento de forma efetiva.

Poliana Reis, da Coordenação da Educação do Campo e Quilombola, destaca o quão é importante, no projeto de educação, apontar as potencialidades do Semiárido, como foi comprovado nas experiências que foram apresentados. “O dia de hoje já traz muitos desafios, porque essas experiências não podem ficar restritas. É um desafio que a gente consiga pensar mais ações e como podemos pensar em replicar essas experiências. É um compromisso nosso fazer isso. O nosso compromisso com a pedagogia da alternância”, se comprometeu a Coordenadora.

Para Lucimara, da Refaisa e Efa de Irará “são experiências que nascem no nosso contexto, mas que podem ser replicadas para outras escolas. Isso reforça a importância da Pedagogia da Alternância. O resultado disso é um fortalecimento do nosso trabalho. É preciso quebrar o esteriótipo da Educação do Campo, que não tem tecnologia e não tem inovação. E a gente viu o contrário aqui hoje, a gente viu tecnologia, inovação”, avaliou.

“No aspecto da contextualização do ensino, o acesso e a gestão da água se mostrou muito bem contemplado nas experiências socializadas, entretanto os conceitos, potenciais e limitações relacionados ao clima semiárido ainda é um desafio a ser aprofundados pelas equipe das Escolas, de forma que garanta a completa compreensão do tema e suas aplicações na vida das comunidades”, pondera André Rocha, colaborador do Irpaa que contribuiu nas formações realizados pelo Projeto.

Além da Conferência, estão acontecendo o I Colóquio Internacional Interdisciplinar da Pedagogia da Alternância e o IV Seminário Internacional Interdisciplinar da Pedagogia da Alternância.

Projeto


Para André Rocha, colaborador do Irpaa, a expectativa em relação ao projeto de formação foi a “inserção do estudo e links de conhecimento sobre Clima e Água no Semiárido, no dia a dia da escola, nas diversas disciplinas e não somente em datas comemorativas, tais como dia mundial ou semana da água”, frisou. Ele destacou que agregar a educação e comunicação nessas formações contribuiu para dar visibilidade aos potencias existentes nas Efas.

Ato político

No primeiro dia também aconteceu um Ato Político “Diálogos sobre a Pedagogia da Alternância: 40 anos da Aecofaba e 25 anos da Refaisa”. Estão participando, as deputadas estaduais da Bahia Neusa Cadore e Fátima Nunes, os deputados Marcelino Galo e Zé Raimundo, o Secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, presidente da Associação Internacional, Nacional e redes Estaduais das Efas, representantes de Universidades, movimentos sociais, educadores/as, estudantes e líderes comunitários. 

Texto e fotos: Comunicação Irpaa


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