IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

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11.11.2013

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Livro infantil “Terra para viver” é debatido entre recreadores do projeto de ATER

Em paralelo o IV encontro de Ater-Plano Brasil Sem Miséria, aconteceu nos dias 07 e 08 segundo momento com os recreadores/as do Ater, que estão atuando em conjunto com a equipe de assessores de campo nas atividades coletivas realizadas nas comunidades. Com o objetivo de socializar e avaliar as ações realizadas nestes últimos dois meses entre a própria equipe, estes profissionais da educação também bateram um papo com as autoras do livro infantil “Terra para viver”.

Foi neste mesmo dia que tiveram a oportunidade de conhecer alguma das autoras desta obra infantil. “Terra para viver” conta a história da ocupação do nordeste brasileiro, tocando na concentração fundiária desde a época da invasão dos portugueses ao Brasil até os tempos atuais, contando a história dos povos indígenas, tradicionais, como as comunidades quilombolas e de Fundo e Fecho de pasto e as lutas que enfrentaram contra os grande projetos e a grilagem de terras. Na ocasião, foi possível socializar com todos/as como surgiu o livro, qual foi o processo de construção, quais são os personagens principais da história, além de conversarem sobre as múltiplas possibilidades de uso do material didático nas atividades recreativas realizadas junto aos/as filhos/as dos agricultores/as familiares. Os/as recreadores/as também puderam esclarecer as dúvidas, compreender ainda mais o material e a partir disso pensar as possibilidades de abordagens metodológicas para tratar do tema terra com as crianças.

Uma das autoras da tese que deu origem a cartilha, Maria Oberhofer, considerou de suma importância que nas atividades de recreação sejam também utilizados materiais didáticos contextualizados, como a cartilha “Terra para viver”.”A criança precisa saber e se sentir também segura dentro desse território, precisa compreender que terra é muito mais que um pedaço de chão que eu devo explorar, ao contrário terra é a base para a vida, para a produção para a sobrevivência dela, da própria criança, da família e da comunidade como um todo”, defendeu Maria. Ela explicou que foi um desafio muito grande entregue para Mariana Pereira de Oliveira Santos, autora do texto da cartilha, de tranformar este assunto muito teórico em uma abordagem lúdica e acessível às crianças, conseguindo animar este público a buscarem saber mais sobre o tema.

Os momentos recreativos com as crianças tiveram início em meados do mês de setembro em paralelo às atividades coletivas que aconteceram com os pais e as mães sempre nos mesmos locais, só que em ambientes diferentes. Em média 400 crianças de 03 e 13 anos participaram destes ambientes lúdicos, cujos materiais didáticos são, em sua maioria, produção do Irpaa, entre outros que valorizaram os saberes locais, da região onde moram e a reafirmação da identidade destas crianças como sujeitos sociais e pertencentes ao campo.

Para o recreador Neilton Valetim dos Santos, a atividade recreativa tem sido uma experiência inédita nos seus nove anos como professor, onde tem a oportunidade de trabalhar a educação a partir da própria realidade da região semiárida. Ele conta que tem se deparado com crianças com sonhos simples do viver bem no local onde estão e com perspectivas bem focadas nas transformações que necessitam. Para realizar seu trabalho ele conta que não precisa muito, como o que está disponível naquelas comunidades em termos itens, materiais didáticos, histórias locais, “com materiais simples você consegue fazer trabalhos de grande importância”, afirma.

Texto e Foto: Comunicação Irpaa