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Projetos que visam o avanço das comunidades rurais e conservação da Caatinga são apresentados à sociedade de Curaçá

Projetos que visam o avanço das comunidades rurais e conservação da Caatinga são apresentados à sociedade de Curaçá

Apresentar os projetos: “Agenda 2030 no Semiárido baiano” e "Recaatingamento: recuperação e conservação da Caatinga"; e ouvir as demandas das organizações parceiras para garantir que as ações propostas sejam efetivas e impactantes. Esses foram os objetivos da reunião de lançamento desses projetos, realizada em Curaçá-BA, na última segunda-feira (26). O momento contou com a participação de diversas entidades do poder público, sociedade civil, associações, agricultores/as, professores/as, grupos culturais, dentre outros.

Durante a atividade, foi apresentada as diversas ações do Irpaa em Curaçá, ao longo dos últimos anos, que contribuíram com os avanços em torno do acesso à água, saneamento rural, Assessoria Técnica e Extensão Rural, defesa da terra e território. Também com atividades relacionadas ao fortalecimento de grupos artísticos culturais, protagonismo das mulheres e juventudes, importância do beneficiamento, sensibilização acerca da educação contextualizada para a Convivência com o Semiárido, Turismo rural de base comunitária, Seminário de Infância e Adolescência, e etc..

Focando ainda no avanço das comunidades rurais em diversos aspectos, o “Agenda 2030” tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico, equitativo, sustentável, participativo e inclusivo das comunidades, tendo como temas centrais: Segurança alimentar e nutricional; Acesso à água e saneamento rural; Recaatingamento; participação de jovens e mulheres e educação contextualizada para a Convivência com o Semiárido.

Acerca dessas temáticas, os/as participantes fizeram algumas reflexões, principalmente, em torno da participação das juventudes nos espaços de decisão. O vice-presidente da Associação Unidade Beneficente e Agropastoril da Fazenda Poço da Caatingueira, Edson Barbosa, reforçou a necessidade de incluir os jovens nas discussões que dizem respeito ao avanço das comunidades, de modo que eles possam assumir os espaços de liderança, e levantou o seguinte questionamento: “O que podemos fazer para que haja mais atração, o jovem consiga se atrair mais para as organizações para facilitar todos os trabalhos?”.

Nesse sentido, a integrante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Curaçá, Mara Cunha, pontuou sobre os anseios atuais da juventude. “A juventude sai do campo para trabalhar na cidade, não é atrás de diversão não, é atrás de uma renda. A forma que a gente está trabalhando não está incluindo o jovem e a mulher. Quando vai escrever um projeto bonitinho, coloca um ‘bando’ de mulher; na hora da participação, as mulheres tão na cozinha”.

Uma das poucas jovens que esteve presente na reunião foi Mariana Oliveira, integrante do grupo Jovens CUC (Canudos, Uauá e Curaçá). Ela expôs que animar a juventude é desafiador e destacou que “Quando a gente vem para um encontro desse, a gente reanima e, de fato, nos incentiva a permanecer nos movimentos sociais. Não é fácil, mas é bom (...) A gente tem que ver a melhor forma da permanência dos jovens nas comunidades”.

Já em relação à Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido, outro tema de destaque na reunião, a diretora da escola Liberato Félix Martins, do povoado São Bento, Géssica Martins, contou que “Esse ano letivo a gente vai iniciar com uma nova disciplina “História de Curaçá” e não poderia deixar de envolver a nossa mãe, que é a Caatinga. Já fico pensando aqui, como que eu vou levar para a sala de aula, como vou levar para os meus professores”.

Sobre essa proposta, a presidenta do Conselho Municipal de Desenvolvimento Social, Lêda Ferreira, reforçou que também é importante ir além da discussão da “História de Curaçá” e dos aspectos culturais como a Marujada e Pastoril, por exemplo. Ela questionou sobre como está sendo vista a educação contextualizada nas comunidades; uma reflexão importante, pois esse modelo de educação visa não apenas conhecer a história local, mas valorizar os conhecimentos prévios dos estudantes; aproximar escola, família e comunidade; contribuir para percepção crítica da realidade; construir saberes significativos; valorização do bioma Caatinga, dentre outros.

A educação contextualizada também dialoga com as ações do projeto “Recaatingamento”, que pretende contribuir para inverter o processo de desertificação no bioma Caatinga através do manejo sustentável dos bens naturais nas comunidades tradicionais agropastoris e extrativistas. O Recaatingamento, que é realizado em parceria com as comunidades, contribui ainda para a conservação ambiental deste bioma, com a proteção da biodiversidade e ampliando a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas nos municípios de atuação do projeto.

Nesse sentido, a diretora Géssica, animada com a discussão e as ações futuras, propôs a realização de palestras, oficinas, seminários, que abordem o Recaatingamento, por exemplo, como forma de fortalecer a educação contextualizada e valorizar o que está próximo da comunidade. Géssica ressaltou ainda que momentos como esse “são bons pra gente fazer uma reflexão: que a gente tem que cuidar do que é nosso”.

O coordenador institucional do Irpaa, Clérison Belém, reforçou a importância desse momento de socialização dos projetos e de escuta das parcerias locais. “A gente inicia o ano em Curaçá fazendo esse planejamento com os parceiros, socializando, mas também escutando. (...) Então, a gente juntou todo mundo para pensar o que pode fazer junto em Curaçá, em 2024, as ações de Convivência com o Semiárido (...) a gente consegue reforçar a ação na base, fortalecer a realidade local dentro das ações (...) ter uma capilaridade maior nas comunidades”.

A partir dos debates e apontamentos durante a reunião, foram encaminhadas a realização de seminários, eventos e mobilizações no município. Assim, o planejamento das ações é construído alinhado às necessidades das comunidades, fortalecendo as iniciativas e garantindo um impacto positivo e significativo no decorrer das atividades dos projetos.

O lançamento do "Agenda 2030 no Semiárido baiano" já aconteceu nos municípios de Casa Nova e Sento Sé e também vai acontecer em Juazeiro e Campo Formoso. Esse projeto é financiado pela União Europeia, através da Horizonte 3000. Já o projeto “Recaatingamento: recuperação e conservação da Caatinga", ainda será apresentado aos municípios de Abaré, Canudos e Uauá. Essa iniciativa é financiada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), através do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA).

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa 


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