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10.03.2022

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Campanha da Fraternidade 2022: uma oportunidade para discutir e fortalecer a educação contextualizada

Promover diálogos a partir da realidade educativa à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário é o objetivo da Campanha da Fraternidade 2022, que este ano, traz como tema “Fraternidade e Educação”. Lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha traz o lema extraído de Provérbios 31, 26: “Fala com sabedoria, ensina com amor”.

Esta é a terceira vez que a Campanha da Fraternidade reflete sobre o tema educação, pois a CNBB compreende a importância desta temática para a sociedade, como a ponta a irmã Janete Soares dos Santos, da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição de Castres - Irmãs Azuis,cic, “Nos dias de hoje, trata-se de um assunto de suma importância e até mesmo profética frente à realidade da nossa educação, o descaso das autoridades governamentais, sobretudo, agora neste tempo de crise pandêmica, pela Covid-19”. Além do descaso à educação frente à pandemia, citado pela irmã Janete, a educação pública no Brasil, seja no ensino básico ou superior, vem sofrendo ataques constantes, planejados para sucatear, desqualificar e acabar com a educação pública de qualidade que é um direito de todas/os e dever do estado.

A Campanha reforça que “Educar não é um ato isolado, mas sim, um encontro no qual todos somos educadores e educandos (...) A educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar também por difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade, e à relação com a natureza (...) Além de pressionar por políticas públicas substanciais onde educadoras/es possam efetivamente falar com sabedoria e ensinar com amor, o que exige uma atitude de respeito, escuta para com os demais sabedores que brotam nos distintos setores da população”, como destaca irmã Janete.

Este tema mostra a importância de uma educação contextualizada com a realidade onde está situada e que valorize também os conhecimentos dos educandos, pois a educação é um processo de troca de conhecimentos. Dessa forma, o secretário geral da CNBB, Joel Portella Amado destaca que é preciso olhar a realidade da educação, para que em todas as situações da vida se possa falar com sabedoria e ensinar com amor.

A importância entre fraternidade e educação é frisada pelo Papa Francisco que considera essa relação fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a cultura do descarte que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade. Reafirmando a necessidade da educação libertadora, de Paulo Freire, que visa ensinar o estudante a ler o mundo para poder transformá-lo, para assim, terem conhecimento e senso crítico para mudar a sociedade de modo a torná-la mais justa para todos e todas. Para isso, é necessária a participação de toda a sociedade, educadores, gestores, educadores populares, famílias, igrejas, movimentos sociais, instituições educacionais, e tantos outros segmentos nesta Campanha.

Várias ações podem ser desenvolvidas como sinaliza irmã Janete “A realidade grita e podemos vê as possibilidades de intervenção ao nosso redor, identificar como está a realidade da educação e o que podemos fazer, avaliar o compromisso com a educação, a participação nos conselhos municipais, espaço importante para contribuir na reflexão junto às ações, às políticas públicas que são de responsabilidade do poder público. Também no processo de evangelização nas comunidades eclesiais, há um campo imenso para participação e fortalecimento desta Campanha”. Assim, independente de religião, toda a sociedade pode se associar a esta Campanha que visa um bem universal para a humanidade, a educação.

Texto: Eixo Educação e Comunicação
Foto: Divulgação