IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

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19.04.2024

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Agricultores/as familiares de Juazeiro contemplados/as com tecnologias de água para produção participam de formação sobre gestão da água

Reunir famílias contempladas pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e trocar experiências e conhecimentos sobre gestão da água. Esses foram alguns dos objetivos da Formação em Gestão de Água para Produção de Alimentos (GAPA), realizada entre os dias 17 e 19 de abril, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, a roça do Irpaa, em Juazeiro.

Durante a formação foram abordadas temáticas como: tipos de clima do Brasil, Semiárido brasileiro, diagnóstico da realidade hídrica local, fontes e dinâmica da gestão da água, previsão dos períodos de estiagem prolongada, manutenção e utilização das tecnologias de captação e armazenamento de água de chuva, tratamento da água, segurança alimentar e nutricional, cinco linhas de luta pela água, saneamento rural com reúso de água, economia feminista e relações de gênero. Assuntos fundamentais não apenas para a gestão da água, mas também para a manutenção e fortalecimento das relações nas comunidades.

Esse momento contou com a participação de agricultores/as contempladas com a tecnologia de água para produção em Juazeiro. As famílias poderão receber uma das seguintes tecnologias de captação e armazenamento de água de chuva: cisternas de enxurrada ou calçadão, de 52 mil litros e barragem subterrânea.

O agricultor Tárcio Maia, da comunidade Arapuá Novo, em Juazeiro, que participou do GAPA, destaca que os aprendizados da formação vão contribuir para potencializar ainda mais a produção. “A gente tá aprendendo mais sobre a parte técnica, que são muito importantes, porque vão definir os resultados que vamos ter. Com o conhecimento técnico que está sendo passado aqui, a produção no geral, tende a melhorar”.

Já a agricultora Luzia Ribeiro, da comunidade Passagem do Sargento, também em Juazeiro, conta que vai levar como lição para a vida a conservação das águas e do solo. Em relação à tecnologia que a família de Luzia vai receber, ela afirma que vai “ter sempre o cuidado de manter tudo limpo pra poder ter uma boa água”.

Luzia enfatiza ainda como será utilizada a água da sua cisterna de produção. “Vou usar a água com horta para ter um alimento mais saudável para a família. Eu acho que é o que vai ser mais importante, principalmente se a gente conseguir canteiros, porque com canteiros a gente gasta menos água”, planeja.

As tecnologias são construídas de forma coletiva nas propriedades das famílias. Essa forma de organização fortalece as comunidades, a partir das partilhas, da riqueza das histórias e das realidades, contribuindo assim, para a sociedade do Bem Viver. Além disso, movimenta a economia local com a compra de materiais de construção, contratação de cisterneiros/as, por exemplo.

O colaborador do Irpaa, Bruno Gonçalves, ressaltou a importância das formações visando a gestão da água para a produção de alimentos. Esse momento “vai dialogar com as famílias sobre a necessidade de fazer uma boa gestão da água, tanto a água de produção como as demais águas: de beber, da comunidade, de emergência e do meio ambiente. Então, na formação a gente consegue visualizar todos os tipos de água presentes na comunidade, as suas principais limitações e boas estratégias para fazer a gestão desta água disponível”.

É importante que os/as agricultores/as participantes compreendam a importância de uma boa gestão da água e estejam cientes das diferentes fontes e usos desse bem essencial para a vida. Com estratégias adequadas, é possível garantir que a água seja utilizada de modo a atender às necessidades de todos/as.

O P1+2, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), está sendo executado pelo Irpaa nos municípios de Canudos, Curaçá e Juazeiro. O projeto é financiado pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome (MDS).

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa