IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

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07.11.2023

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Representantes de comunidades de 4 municípios do território debatem as potencialidades do Turismo Rural Comunitário

Valorizar a Conservação da Caatinga e evidenciar os modos de vida e as tradições do nosso povo. Esses são alguns objetivos do que se espera do turismo rural comunitário, no contexto da região, a partir dos princípios da Convivência com o Semiárido. Foi a partir dessas discussões que representantes de comunidades dos municípios Curaçá, Juazeiro, Uauá e Sobradinho se reuniram na manhã desta terça-feira (7) e encaminharam possibilidades para potencializar essa atividade. O encontro foi realizado no Centro de Formação Dom José Rodrigues, do Irpaa, em Juazeiro.

Durante a programação, foi compartilhado ainda com as pessoas que participaram os desafios e os benefícios das ações de turismo rural comunitário realizadas pelo coletivo Carrapicho Virtual, na região do Salitre, em Juazeiro.

“O Vale do Salitre já está sendo um lugar de realização dessa experiência, já recebemos dois grupos e estamos caminhando para um terceiro momento. Isso foi bastante importante porque ficou claro para as outras comunidades (que participaram) que é possível fazer. E aí, a gente caminha para um segundo passo, de realizar o intercâmbio dessas comunidades no Salitre para já vivenciarem essa rota e já saírem de lá visualizando melhor o que tem nas suas comunidades que também podem fazer parte de uma rota de turismo comunitário”, destaca Érica Daiane Costa, idealizadora do Carrapicho.

Os debates do encontro despertaram os/as representantes da Associação Comunitária e Agropastoril da Fazenda Caldeirãozinho, em Uauá, para outras possibilidades na região. “Nós da comunidade víamos mais só o fundo de pasto. Aqui foi descoberto que nas comunidades vizinhas a gente tem outros movimentos (...) mostrar outras fontes que as comunidades vizinhas têm. Nós temos três comunidades que têm seus projetos que ficam parados e que não são vistos no campo do turismo, podemos juntos descobrir, levar esse conhecimento para as outras comunidades”, afirma a integrante da associação de Caldeirãozinho, Maria Isabel Moura.

Da mesma forma, o vice-coordenador do Grupo Águas do Ferrete, Antônio Mauro da Silva, enfatiza que é possível ampliar as atividades. “O que eu vi aqui hoje, eu vejo que a gente tem muito potencial lá na nossa comunidade, para que a gente possa fazer um turismo rural belíssimo”. O grupo gerencia o espaço Quiosque Beira Rio, em Curaçá; mas, planeja criar roteiros que envolvam mais locais e pessoas da comunidade.

A colaboradora do Irpaa, Aldenisse de Souza, pontua que o encontro foi muito rico “porque as comunidades puderam se ouvir, ver as potencialidades que elas têm, junto com as manifestações culturais, com as questões da Caatinga”.

Nisse, como é conhecida, enfatiza ainda a possibilidade dessas comunidades continuarem articuladas em rede para se ajudarem na construção das próximas ações; porque assim “uma comunidade motiva a outra, mostra as suas belezas e, a partir disso, faz intercâmbios entre si, uma troca experiência com a outra (...) Então, também é uma forma delas se animarem e nessa animação também, se juntarem para defender um turismo de base comunitária, que ajude os elementos da Convivência com o Semiárido, um turismo que é voltado para o coletivo, para fortalecer as comunidades, os elementos culturais, a defesa dos territórios, as questões também de envolvimento da juventude, das mulheres”.

Como resultado, ficou encaminhado que cada comunidade deve fazer um mapeamento do que pode ser realizado e, no primeiro semestre de 2024, terá um intercâmbio com os integrantes destas comunidades na região do Salitre, para que possam vivenciar e se inspirar na implantação da proposta em seus territórios.

Esse momento faz parte de uma série de outras ações que aconteceram nos últimos meses envolvendo o tema Turismo Rural Comunitário e que têm o objetivo de proporcionar a troca de saberes entre grupos de comunidades interessadas e também discussões com a equipe do Irpaa. As construções estão sendo coletivas e pretendem encontrar a melhor forma de animar as comunidades com esse tipo de atividade.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa