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Experiências populares reforçam a Convivência com o Semiárido em evento na Embrapa

Experiências populares reforçam a Convivência com o Semiárido em evento na Embrapa

A diversidade de informações acessadas por quem visita a feira Semiárido Show é imensa. São palestras, minicursos, seminários, oficinas e muito material exposto, muitos destes ofertando boas surpresas para o público visitante. Algumas dessas boas surpresas são os espaços de troca de saberes proporcionados pelo Irpaa. As vitrines tecnológicas, como estão sendo chamadas as demonstrações de experiências, reúnem experimentações e aprendizados populares que são aplicados na agricultura, pecuária, preservação do ambiente natural e na educação.

E se o assunto é chamar a atenção, quem passa pela área de plantios da Embrapa de longe enxerga o “Umbuzeiro do Conhecimento”, um espaço aconchegante, na sombra de um umbuzeiro florido, onde as pessoas podem conhecer publicações do Irpaa, debater a educação contextualizada, ter contato com materiais didáticos que tratam da região ou simplesmente ler ou pintar. “Achei interessante, uma coisa diferenciada até das outras tendas que já visitei até em outros eventos, bem chamativo”, declara a educadora popular Cleide Araújo, moradora de Capela do Alto Alegre-BA. Ela não conhecia os materiais do Irpaa que, segundo ela, tratam de “várias coisas que a gente pode encontrar no dia a dia”.

Ainda da sombra do umbuzeiro é possível avistar a vitrine tecnológica onde está o Eixo Clima e Água, que propõe o debate sobre a adaptação às mudanças climáticas e a Convivência com o Semiárido, compreendendo fenômenos naturais. Algumas das demonstrações são o tratamento e reúso de águas cinzas em plantações de forrageiras e a experiência de cobertura do barreiro-trincheira com tela sombrite do tipo 90% que, de acordo com estudos do Irpaa “foi comprovado que a perda de água é reduzida em até 50%”, comparando com um barreiro que não é coberto, revela Wermerson Cardoso, colaborador do Irpaa.

Outra novidade que tem chamado bastante atenção das/dos visitantes é a cerca ecológica, que pode ser utilizada em várias situações, inclusive “onde não é interessante a presença de animais no momento de recuperação” de áreas degradadas, como afirma José Moacir, colaborador do Irpaa. De acordo com ele, “hoje em dia não é mais viável tirar madeira da Caatinga”, algo que há alguns anos era muito comum, pois tanto a demanda por madeira da Caatinga era menor, quanto o ambiente era mais preservado.

As cercas sempre tiveram um papel importante para as famílias camponesas do Semiárido. Moacir explica que a tecnologia pode servir para atingir os objetivos que vão desde a separação de animais ao isolamento de áreas em processo de recuperação.

Na cerca ecológica os mourões são feitos de concreto, as estacas são de estacas de aço, o arame é liso ovalado e as estacas que seriam madeira de baixa espessura, são substituídas por balancins. Com essa composição, a cerca tem duração estimada entre 20 a 50 anos, uma durabilidade maior do que cercas de vara ou arame farpado. Além disso o custo e a necessidade de manutenção são reduzidos e por não usar madeira da Caatinga, agride menos o meio ambiente.

No Semiárido Show a cerca ecológica abriga a demonstração de uma experiência de Recaatingamento, onde também é feito o debate sobre terra e território. “É interessante porque é uma coisa que abrange o meu cotidiano […] fica muito mais próximo de como eu vivo”, revela a jovem Ana Clara de Oliveira, 15 anos, estudante do curso técnico de agroecologia. Ana, que mora na comunidade Santana, em Uauá-BA, ficou bastante interessada no debate sobre a necessidade de planejar o quantitativo do rebanho, a fim de que se possa usar a Caatinga de forma sustentável. O bate-papo durante a visita fez Ana Clara e suas colegas refletirem sobre o tamanho da terra que as famílias de sua comunidade tem à sua disposição.

Realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, em Petrolina, BR 428, km 148, em Petrolina-PE, a oitava edição do Semiárido Show teve início dia 19 e se na tarde desta sexta-feira (22).

Texto e fotos: Comunicação do Irpaa


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