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Realizada em Juazeiro, 7ª Feira de Economia Solidária, Criativa e Cultural reúne grupos e empreendimentos do Território Sertão do São Francisco

Realizada em Juazeiro, 7ª Feira de Economia Solidária, Criativa e Cultural reúne grupos e empreendimentos do Território Sertão do São Francisco

Espaço com itens de decoração, com símbolos da identidade dos povos do Semiárido; artesanatos diversos produzidos com muito capricho, comidas preparadas com produtos das famílias agricultoras e muita música. Esses são apenas alguns exemplos do que a 7ª Feira de Economia Solidária, Criativa e Cultural possibilita durante a programação do I Congresso Internacional sobre Mudanças Climáticas e suas consequências em Territórios Semiáridos, realizado em Juazeiro, no Espaço Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Depois de coletar através do extrativismo sustentável, produzir, beneficiar ou criar artes inspiradas na cultura local; na ponta, ao fim desse processo, está a comercialização; por isso, cada espaço acessado é motivo de celebração. As participantes dessa 7ª Feira ilustram o sentimento de poder não apenas vender, mas divulgar seus trabalhos; como enfatiza Leoneide Soares, integrante da Rede Mulher de Pilão Arcado-BA. “Representar o que a gente faz (...) buscar (através das ações) mais mulheres para se engajar mais na Rede Mulher, que lá precisa muito também”.

Leoneide complementa que é importante demonstrar que as mulheres podem ocupar outros espaços. “Saber o valor que as mulheres também produzem, as mulheres também têm poder de ganhar dinheiro, não só ficar dentro de casa, na cozinha; sair um pouco e ocupar seu espaço, mostrar seus trabalhos”. A Rede Mulher levou para a feira produtos como artesanato em crochê e licores de acerola, tamarindo e jenipapo.

A Cooperativa Agropecuária Familiar de Massaroca e Região (Coofama), trouxe para a Feira, a tradicional umbuzada, ovos caipiras, doces de umbu e tamarindo, geleias de maracujá da Caatinga, licor, tomate cereja, entre outros. Mas, uma das coisas que também chama muita atenção das pessoas é o serviço de almoço, com o preparo de galinha caipira, com pirão, arroz e salada orgânica. Dona Clarice Duarte, uma das integrantes da Coofama, destaca a receptividade nas feiras que participam e que tudo isso é possível graças à determinação e coletividade das mulheres. “A gente está acostumado de vim nas feiras e ser bem recebido; vende bastante, é muito orgulho, é muita coisa! Eu falo direto que foi muito importante, nós mulheres, se juntar em grupo e trabalhar unida; cada dia mais a gente tá sendo mais unida e tocando pra frente”.

Outro exemplo da força do cooperativismo é a Sobradinho Pescados, empreendimento da Cooperativa de Produção e Comercialização dos Derivados de Peixes de Sobradinho (Coopes). Quem visita a feira tem a oportunidade de comprar congelados de tilápia, como filé, em posta ou inteira, linguiça e bolinho; este último, inclusive, servido assado durante a Feira. A presidente da Coopes, Rosália Vieira de Araújo, faz questão de enfatizar que elas vieram para “mostrar o potencial que Sobradinho tem, a cooperativa é uma Cooperativa de mulheres que está instalada lá no terminal pesqueiro e que a gente precisa divulgar mais, que as pessoas conheçam melhor o trabalho que a gente faz lá”.

Um destaque dos artesanatos oferecidos na Feira são as pinturas em madeira e cerâmica com frases e elementos da cultura nordestina. Itens feitos, por exemplo, por Dona Leila Leite, que vive há 45 anos em Petrolina, mas é natural de São Raimundo Nonato-PI. Ela passou a trabalhar de forma mais dedicada às pinturas, uma grande paixão ao longo da vida, há pouco mais de dez anos. Cada oportunidade para dar visibilidade ao trabalho é celebrada. “Pra nós, artesãs, é muito bom! Ajuda demais, tanto na divulgação como você conhece e faz muitas amizades, faz contatos; é muito importante pra gente”. A artesã também levou para a Feira peças de moda indiana.

A programação do evento inclui apresentações de 6 artistas locais e do TSSF, entre eles a Galeota das Artes, de Curaçá-BA, e a cantora Joyce Guirra. No espaço da Feira, as pessoas também podem conhecer tecnologias sociais e metodologias importantes para a Convivência com o Semiárido, a exemplo do Saneamento Rural com o Reúso de águas e o Recaatingamento.

Nívea Rocha, coordenadora administrativa do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), pontua que a presença dos grupos na Feira “permite ampliar a visibilidade de produtos, a comercialização e permitem o diálogo, conhecimento, a troca de conhecimentos e também de ampliar essa articulação para estarem em outros espaços, para além das feiras de economia solidária". Além disso, Nívea afirma que essas iniciativas contribuem para integrar e fomentar os grupos.

“Então, os espaços de feira são espaços estratégicos de consolidação de vendas, de comercialização de produtos, sobretudo, do bioma Caatinga e de potencializar o empoderamento feminino, a autonomia financeira e de gerar renda. Então, é um sistema que possibilita todas essas economias integradas e a gente cada vez mais percebe a importância das feiras, sobretudo, nesses espaços, nesses eventos acadêmicos, científicos e produtivos; para fomentar esses grupos, empreendimentos, essas famílias que vivem dessa geração de renda”.

Os grupos e empreendimentos presentes na feira, 20 no total, são do Território de Identidade Sertão do São Francisco (TSSF), a maioria protagonizados por mulheres. Sim, as mulheres que, para além dos destaques nas organizações comunitárias, por exemplo, também são referências de Convivência com o Semiárido e da defesa da Caatinga. E se tem cuidado com esse bioma, com as práticas de produção agroecológicas, em harmonia com o meio ambiente, significa que elas estão contribuindo na proteção dos territórios e, principalmente, para mitigar os impactos da degradação ambiental que causa mudanças no clima.

O espaço, que começou na última terça, juntamente com as atividades do Congresso, vai funcionar até às 20h desta sexta-feira (23). A programação não segue até sábado porque as atividades do evento anfitrião serão externas, fora do Multieventos da Univasf. Está previsto um passeio com as pessoas inscritas.

A Feira é uma realização da Enredo Produções, Irpaa, Central de Comercialização das Cooperativas da Caatinga (Central da Caatinga), Rede Mulher do TSSF e Univasf; com o apoio da Superintendência de Fomento ao Turismo (SUFOTUR), do Governo da Bahia.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa


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