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Primeira etapa de uma formação modular com as Escolas Famílias Agrícolas é concluída com encontro em Riacho de Santana-BA

Primeira etapa de uma formação modular com as Escolas Famílias Agrícolas é concluída com encontro em Riacho de Santana-BA

Após quatro formações territoriais, que envolveram 19 Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s), o 5º encontro, realizado em Riacho de Santana, no sudoeste da Bahia, marcou o encerramento da primeira etapa de uma formação modular com as EFA’s da Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (Refaisa) e da Associação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas da Bahia (Aecofaba). Além das 2 EFA’s de Riacho de Santana, essa atividade conclusiva contou com a participação de representantes de outras 6 Escolas dos municípios: Boquira, Correntina, Macaúbas, Paratinga, Santana e Tabocas do Brejo Velho.

Assim como nos demais encontros (confira detalhes da 1ª atividade em Antônio Gonçalves e da 2ª em Ribeira do Pombal), a formação em Riacho de Santana, que aconteceu nos dias 10 e 11 de outubro, proporcionou discussões diversas a respeito da Convivência com o Semiárido, da Educação Contextualizada com essa região climática e com o bioma Caatinga, ou com as respectivas realidades de cada EFA. Também foram debatidos nesse primeiro módulo os temas: gestão dos bens comuns, o histórico da educação no país e os desafios que as Escolas enfrentam na atualidade.

“A gente pôde trabalhar esses aspectos muito contextualizados, sabendo como esses conteúdos que envolvem a Convivência com o Semiárido podem ser trabalhados e inseridos no currículo escolar. Assim, tivemos resultados positivos a respeito desse debate e foi possível perceber boas interações, boas provocações, bons entendimentos”, enfatiza o colaborador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Wermerson Matos.

Para a monitora e coordenadora da Escola Família Agrícola Padre André (EFAPA), de Correntina-BA, Jakeline Honória, a interação entre EFA’s e as discussões sobre o Semiárido, entre outras coisas, serviu para animar mais ainda a atuação dela na Escola. “Um momento de muita potência, porque possibilita troca entre algumas escolas e, nesse caso, até entre as duas Redes. Então, é um momento que possibilita que a gente amplie o nosso olhar, a partir das ações de outras escolas, e isso nos reenergiza, para que a gente continue aprimorando as nossas ações nas nossas bases; muito importante a gente fazer essa reflexão, olhando de forma mais aguçada para o Semiárido”.

Adilson Macêdo, que trabalha como monitor na Escola Técnica da Família Agrícola da Bahia (ETFAB), a anfitriã do 5º encontro, complementa essa avaliação, demarcando também a importância de compartilhar as informações com as famílias dos alunos e alunas. Ele afirma que a formação “contribui muito, porque nós da EFA que já trabalhamos com a Pedagogia da Alternância e convivência com o homem do campo, contribui bastante porque trouxe coisas novas que vão ajudar no dia a dia dos nossos alunos e também intercambiar com as famílias dos nossos alunos”.

Ao final da atividade, as pessoas presentes enfatizaram, entre outros assuntos, que o encontro foi importante para que eles/as percebam que não estão sós nesse movimento de luta por uma educação do/no campo contextualizada e que têm muitos desafios em comum.

Em cada oficina territorial foram encaminhados ainda detalhes dos próximos 3 módulos, que serão realizados no formato de seminário, com duas pessoas de cada Escola. Os eventos dessa sequência de formação terão como temas: mudanças climáticas e educomunicação, respectivamente; além de um seminário final de avaliação.

Já na expectativa para o próximo encontro, o monitor e professor da EFA de Santana-BA, Marciel Batista, adianta que espera aprofundar mais sobre as discussões. “Pela experiência que eu tive nesse encontro (em Riacho de Santana), eu tô ansioso para participar, para entender dessa questão das mudanças climáticas e também voltar e passar para os outros colegas monitores e para os alunos”, destaca.

Encontros anteriores

O terceiro momento dessa formação modular aconteceu na EFA de Caculé-BA, município localizado quase na divisa com Minas Gerais, nos dias 27 e 28 de agosto. Além da Escola anfitriã, participaram representantes das EFA’s de Anagé, Botuporã, Licínio de Almeida, Paramirim e Tanque Novo. “Foram discussões totalmente necessárias para a gente que está buscando uma educação mais contextualizada com a realidade do Semiárido e dos nossos alunos”, enfatiza a professora e monitora da Efa de Anagé, Geisa Ribas.

Já o penúltimo encontro foi realizado na Escola Família Agrícola Mãe Jovina, em Ruy Barbosa-BA, região da Chapada Diamantina, nos dias 10 e 11 de setembro. Também estiveram presentes integrantes das EFA’s de Brotas de Macaúbas, Monte Santo, Mundo Novo, Pojuca, Quixabeira, Seabra e Valente.

A monitora e coordenadora de estágio da Escola Família Agrícola Regional (EFAR), de Brotas de Macaúbas, Roseli Ribeiro, pontua que, além de reflexões na prática de ensino com estudantes, principalmente, também vão inserir os temas do encontro no trabalho junto às famílias dos alunos e nas comunidades. “Faremos questão de levar todas as problemáticas discutidas no encontro (...) Vamos buscar uma base para levar para as comunidades, na metodologia que nós temos, que é a visita de estudo na comunidade, e vamos esclarecer; e, com certeza, levar outros modos (novos conhecimentos) para as pessoas do campo”.

No total, entre monitores/as, professores/as e coordenação pedagógica, esse primeiro módulo, com os 5 encontros territoriais, teve 75 participantes de 27 EFA’s.

A colaboradora do Irpaa, pedagoga e educadora popular, Thaynara Oliveira, que também acompanhou todos os encontros da primeira etapa, ressalta que o módulo “foi bastante enriquecedor; de fato, uma troca de experiências e vivências, não só para nós enquanto Instituição (Irpaa), mas principalmente para as duas redes, Refaisa e Aecofaba. Eu acredito que alcançamos o objetivo de atualizar o debate sobre educação contextualizada para a Convivência com o Semiárido. Enquanto educadora, destaco a importância dessas formações para potencializar o que já conhecemos, além de aprender e se atualizar das novas discussões que têm surgido”.

Thaynara enfatiza ainda detalhes do diagnóstico feito ao longo dos encontros com todas as EFA’s participantes . “Além de destacar os vários desafios da educação, que também é uma realidade nas Escolas Famílias Agrícolas, como o adoecimento mental, o uso das tecnologias, a sobrecarga e a estruturação de carreira dos profissionais da educação, a desestruturação familiar; enfim, um reflexo do que vivenciamos enquanto sociedade. E fica também, para nós, a importância de avançar e refletir, cada vez mais, o debate da educação contextualizada para a Convivência com o Semiárido nos espaços urbanos, foi algo que apareceu bastante”.

Essa formação modular com as EFA’s é uma realização do Irpaa, em parceria com a Refaisa e Aecofaba; com o apoio da Cáritas alemã.

Texto e fotos: Vagner Gonçalves | Edição: Thaynara Oliveira
Eixo Educação e Comunicação do Irpaa


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