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Formações abordam estratégias de adaptação às mudanças climáticas no Semiárido brasileiro

Formações abordam estratégias de adaptação às mudanças climáticas no Semiárido brasileiro

Características do solo, modo de produção, criação e manejo animal e acesso à terra no Semiárido foram alguns dos conteúdos discutidos no segundo módulo de formação do grupo de multiplicadores e multiplicadoras do Projeto que tem o objetivo de trabalhar a proposta de Convivência com o Semiárido e Adaptação às Mudanças Climáticas, executado pelo Irpaa, com investimento do Governo alemão, intermediado pela Cáritas.

O encontro reuniu agricultores e agricultoras, técnicos/as, agrônomos/as, educadores/as populares vindos/as dos estados de Alagoas e Sergipe, entre os dias 26 a 28 de novembro, na Unidade de Produção Camponesa do Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA, em Canindé de São Francisco (SE). Teatro, exposição oral, atividades práticas e visita de campo foram as metodologias utilizadas durante o processo formativo que teve como objetivo discutir o tema gerador: “Produção e Geração de Renda”, com o olhar para a produção apropriada a região semiárida e que dialogue com a defesa da Caatinga em Pé.

Os/as participantes da formação visitaram o perímetro irrigado Jacaré-Curituba, assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST , área de execução do projeto “Opará: águas do São Francisco”, que busca promover a recuperação de áreas degradadas da Caatinga através de atividades de recuperação da mesma, da educação ambiental, do monitoramento hídrico e pesquisas. O assentamento da reforma agrária está localizado entre os municípios de Canindé do São Francisco e Poço Redondo, área que sofre com problemas de salinização do solo e desmatamento da mata nativa. O projeto é executado pela Sociedade Socioambiental do Baixo São Francisco Canoa de Tolda e a Universidade Federal de Sergipe (UFS), com patrocínio da Petrobras.

Para José Enoque França, militante do MPA em Sergipe e assentando do perímetro irrigado Jacaré-Curituba, a formação foi um momento de troca de saberes e debate a respeito da produção apropriada e justa. O agricultor afirma que todo conhecimento compartilhando o deixou ainda mais animado para implementar o cultivo agroecológico: “com esse curso vai ficar bem melhor pra mim, mais fácil pra conseguir a produção (…), eu já visualizo colocando essas práticas que foram visualizadas aqui: fazer curva de nível, o plantio adequado de plantas adequadas para nossa região”, explica Enoque, que também pretende partilhar todo esse conhecimento no assentamento, pois ele acredita que o modelo de produção influencia nas mudanças climáticas. “Agora eu estou percebendo bem essa ligação, do que nós como seres humanos causamos para o meio ambiente, o que nós fazemos de errado reflete na nossa cultura, nosso modo de vida, no clima” constatou Enoque.

A jovem Maria dos Santos de Jesus, coordenadora do Coletivo de Produção do MPA da região de Sergipe, destaca que a necessidade de “conhecer melhor o solo é um dos princípios que o campesinato deve compreender, compreender o solo como algo vivo, como algo de pertencimento dessas famílias, então suas práticas de manejo e de cultivar esse solo vai passar a ser diferenciado”, argumenta a jovem. Maria complementa que outro desafio enfrentado pelos agricultores e agricultoras é ter acesso ao mercado para comercializar as suas produções: “o estado de Sergipe tem uma diversidade produtiva gigantesca olhando por regiões, mas não conseguiu avançar numa política de Estado para a agricultura camponesa (…) então nós temos um gargalo gigantesco que é a comercialização”, aponta Maria, lembrando que grande parte de produção das/os camponeses/as são vendidos para os atravessadores, “que pagam essas produções no preço que quer”.

Durante a formação também foi a socializada a experiência da Ong Sociedade de Apoio Sócio Ambientalista e Cultural – Sasac, com a implantações de Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas – Urad. A colaboradora da Ong, Daniela Bento, explicou que a Urad desenvolveu ações ambientais, sociais e produtivas com o objetivo de trabalhar na recuperação das nascentes dos rios, do solo, da biodiversidade e implementação de banheiros, ecofogão, cisternas de consumo humano, sendo que toda ação do projeto contou com a participação da comunidade. Através do projeto desenvolvido pela Sasac quatro nascentes foram recuperadas, o que para Daniela reforça a compreensão de que a Urad precisa ser trabalhada “dentro da realidade de microbacias presentes na região do Semiárido (…), não basta só fazer cisterna, é preciso recuperar as nascentes”, defende Daniela.

Formações

As formações estão sendo realizadas pelo Irpaa de forma modular e itinerante, levando em conta a realidade das/os agentes multiplicadoras/es dos núcleos de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Piauí e Bahia, estados beneficiados com o projeto. Durante a formação são utilizados os materiais paradidáticos produzidos pelo Irpaa, cujos conteúdos são ricos e contextualizados, na avaliação do participante Francisco João da Silva, da Etnia Koiupamkq, de Alagoas. “Nós estamos utilizado esse material na nossa escola indígena”, relata Francisco.

Além dos encontros formativos, a equipe do Irpaa realiza visitas de monitoramento para acompanhar e avaliar como os conteúdos estão sendo trabalhados pelos agentes nas suas comunidades. Até o final do projeto serão realizadas mais duas formações com o núcleo de Sergipe e Alagoas.

Texto e foto: Comunicação Irpaa


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