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Missionários participam de formação sobre fraternidade e Convivência com o Semiárido

Missionários participam de formação sobre fraternidade e Convivência com o Semiárido

Discutir sobre religiosidade, espiritualidade, desapego, violência contra crianças e adolescentes, campanha da fraternidade, fortalecimento dos laços fraternos, pertencimento local e discussões acerca da Convivência com o Semiárido. Esses foram alguns dos temas discutidos em prol da formação de missionários em busca de um mundo mais justo, durante a Escola de Formação Missionária Padre José Comblin realizada no Centro de Treinamento de Líderes da Diocese de Juazeiro, em Carnaíba do Sertão. A formação teve início em 5 de janeiro e segue até o dia 3 de fevereiro.

A formação que tem duração de quatro anos, reuniu cerca de 17 participantes, entre jovens, adultos e pessoas idosas de diversas comunidades e cidades, como: Juazeiro, Sobradinho, Sento Sé, Monte Santo, Senhor do Bonfim, Paripiranga, Adustina, Rui Barbosa, Itaberaba, Santa Clara, Andorinha e Mairi, na Bahia, Petrolina-PE e também de Monsenhor Hipólito-PI.

Uma das coordenadoras da formação, Elizamar Batista, do bairro João de Deus, em Petrolina-PE, conta um pouco como é organizada essa formação. “Eles passam um mês intensivo interno, tendo uma chuva grossa de conhecimento [formações e oficinas] e quando eles voltam pra casa tem aquela chuva fina, que são materiais que eles recebem para estudar no decorrer do ano que passa em casa”.

Elizamar complementa ainda que, “Essa formação foi pensada para leigos, tendo em vista que padres, irmãs tinham uma formação continuada e os leigos em si não tinham essa formação para atender melhor nas comunidades. Então, foi pensado uma formação de 4 anos, onde pudesse fortalecer o conhecimento deles ainda mais com aquilo que eles já conheciam, tinham de prática em suas comunidades para servir melhor o povo de Deus”.

Sobre a importância da formação, o participante Adonias da Silva, liderança da comunidade de Itapera, em Sento Sé, destaca que “espaços como esses proporcionam muitos ensinamentos, a forma de rezar, porque aqui tem as orações é pessoal, comunitária como celebrar com mais fervor e, principalmente, trabalhar em equipe”.

Além dos ensinamentos religiosos e espirituais, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre a Convivência com o Semiárido, uma vez que, essa região sempre foi divulgada pela grande mídia como um lugar sem possibilidades, ruim para viver, improdutivo, pobre e sem progresso. Contribuindo para a criação de uma representação social negativa do Semiárido.

Para desconstruir esse imaginário, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), também colaborou com a formação, apresentando a história, missão e as práticas que a instituição desenvolve no Semiárido. Além de discutir sobre o conceito e caracterização do Semiárido brasileiro, compreendendo desde o processo de colonização até delimitação e características naturais, políticas públicas e tecnologias sociais apropriadas para o Semiárido, tamanho apropriado da terra, fortalecimento da pecuária, extrativismo sustentável, Recaatingamento, gênero, diversidade, racismo, educação contextualizada, comunicação popular e democrática, considerando que essas ações/discussões são fundamentais para a garantia e permanência de famílias em diversas regiões do Semiárido.

O grupo participou também da Trilha da Convivência com o Semiárido, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, onde puderam conhecer as tecnologias de armazenamento e captação de água da chuva, medidor de chuvas (pluviômetro), quintal produtivo, área de Recaatingamento, unidade de beneficiamento de frutas, aprisco, filtro caseiro, biogás e apiário. Além das tecnologias sociais de reúso de águas, como por exemplo: a BET (Bacia de Evapotranspiração) para cultivo de frutíferas, como banana e/ou mamão; o Reator UASB (tratamento de águas totais), para cultivo de plantas forrageiras; e o Bioágua (tratamento de águas cinzas), para cultivo de diversas frutíferas como: acerola e goiaba. Essas e outras tecnologias fazem parte das estratégias de Convivência com o Semiárido desenvolvidas no Centro de Formação.

Nesse sentido, Adonias conta que, o que mais lhe chamou a atenção durante esta formação foi “a questão do Semiárido, sobre a questão de como conviver no Semiárido. Eu moro no Semiárido e nunca imaginava que a gente pode viver tranquilo, bem, sem precisar sair daqui para ir para São Paulo, agora precisamos trabalhar em conjunto e também saber os manejos, como a gente deve conviver nesse local tão seco né? Mas na verdade, tão aconchegante”.

A participante Marília Almeida, da comunidade de Itapicuru, em Monte Santo, destaca suas percepções a partir da formação e dos conteúdos abordados. “A história da igreja me chamou bastante atenção, comunicação não violenta e a Convivência com o Semiárido que a gente pôde ver de mais próximo, tanto na teoria como na prática. Eu estou no meu segundo ano, ano passado eu tive a disciplina de realidade nordestina, eu já conhecia o Irpaa e pude ver de perto as políticas públicas de Convivência com o Semiárido. É um gás a mais, é um ânimo, lá [Trilha da Convivência com o Semiárido], o que mais me chamou a atenção foi a fossa ecológica que reutiliza a água para o plantio de fruteiras como a bananeira, por exemplo.

Com a Escola de Formação Missionária Padre José Comblin, é possível perceber o quanto as ações sociais fraternas contribuem com o fortalecimento das práticas de Convivência com o Semiárido nas comunidades em busca de um mundo mais justo e do Bem Viver.

Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa


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