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Romaria de Canudos será nos dias 17, 18 e 19 de outubro

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Como todos os anos, sempre no mês de outubro, a cidade de Canudos, no sertão da Bahia, muito conhecida como “A Terra do Conselheiro“ celebra sua tradicional romaria.

Canudos foi palco do famoso conflito entre sertanejos e militares do exército brasileiro no final do século XIX. Esse conflito conhecido como Guerra de Canudos vitimou cerca de 25 pessoas, a maioria, seguidores do beato Antônio Conselheiro.

A romaria desse ano ocorre pela vigésima primeira vez, e traz o Tema: Canudos, uma Democracia Orgânica e Participativa e o Lema: Povo Livre, Poder Partilhado. Toda a Programação acontece nos dias 17, 18 e 19 de outubro próximo.

 

A promoção do evento é do IPMC – Instituto Popular Memorial de Canudos, juntamente com a Comissão da Romaria, formada pela Paróquia local além de representantes de entidades populares e de outras paróquias, principalmente da região de Juazeiro, Paulo Afonso, Alagoinhas, Salvador e outras cidades...

 

A Romaria de Canudos sempre atrai um bom número de pessoas para a pequena cidade de cerca de 15 mil habitantes. A rotina local se modifica bastante com a presença de turistas, religiosos, estudantes ou pesquisadores que vão a Canudos conhecer um pouco mais da história e participar do programa que sempre consta de apresentações culturais, amostra de filmes, debates, além da tradicional caminhada pelos pontos históricos da cidade

PROGRAMAÇÃO DA ROMARIA 2008

Dia 16/10/08 – Quinta Feira

19h Palestra: Árvore genealógica

Local: Memorial Antônio Conselheiro.

Palestrante: José Dionísio Nóbrega

 

Dia 17/10/08 – Sexta – Feira

Às 8:hs. Desfile Histórico de Canudos

Às 19hs Projeções de filmes na praça

Apresentações culturais / teatro

 

Dia 18/10/08 – Sábado

Às 14hs Seminário com o tema da Romaria: “Canudos, uma Democracia Orgânica e Participativa

Lema: Povo livrre, poder compartilhado.

 

Dia 19/10/08

Às 6hs da manhã: Missa em frente ao IPMC

Caminhada ao Parque Estadual de Canudos

 

 

TEMAS DAS ROMARIAS

 

1ª ROMARIA: 1988

Tema: Povo que reza resiste.

2ª ROMARIA: 1989

Tema: A Lei nasce do povo e de suas organizações.

3ª ROMARIA: 1990

Tema: O povo organizado descobre jeito de conviver com a seca e a falta de terra.

4ª ROMARIA: 1991

Tema: Canudos, uma nova sociedade nasceu da fé e da organização do povo.

5ª ROMARIA: 1992

Tema: Canudos, a cultura sertaneja encontra chão.

6ª ROMARIA: 1993

Tema: 100 Anos de Canudos

7ª ROMARIA: 1994

Tema: Sertanejo conquista sua água.

8ª ROMARIA: 1995

Tema: Canudos, esperança dos excluídos.

9ª ROMARIA: 1996

Tema: Canudos. Só Deus é grande

10ª ROMARIA: 1997

Tema: Canudos. 100 anos do Massacre no sertão.

Lema: Sangue derramado, terra fecundada.

11ª ROMARIA: 1998

Tema: Canudos vivo, cresce a esperança no sertão.

12ª ROMARIA: 1999

Tema: Água e comida para viver.

13ª ROMARIA: 2000

Tema: 2005-2011: Outra seca no sertão.

14ª ROMARIA: 2001

Tema: Cuidar da terra e da água é cuidar a vida.

15ª ROMARIA: 2002

Tema: O povo sertanejo organizado é forte.

16ª ROMARIA: 2003

Tema: Cuidar da terra é garantir a vida.

17ª ROMARIA: 2004

Tema: Água, vida e meio ambiente.

18ª ROMARIA: 2005

Tema: Canudos renasce,noutro tempo,noutro chão.

19ª ROMARIA: 2006

Tema: Canudos; Velho Chico e o Vaza-Barris,uma luta pela vida.

20ª ROMARIA: 2007

Tema: Canudos: Memória e Missão

21ª ROMARIA: 2008

Tema: Canudos, uma Democracia Orgânica e Participativa.Lema: Povo Livre, Poder Compartilhado.

 

 

UNEB - Universidade do Estado da Bahia

PROEX – Pró-Reitoria de Extensão

 

 

Instituto Popular Memorial de Canudos e

Comissão da Romaria de Canudos

Canudos – Bahia

 

 

XXIª ROMARIA DE CANUDOS

 

Tema: Canudos, uma Democracia Orgânica e Participativa.

Lema: Povo livre, poder compartilhado. 

 

HISTÓRICO

 

No ano de 1988 um grupo de sonhadores iniciava uma caminhada, a ROMARIA DE CANUDOS, que na mente de todos, ela tinha um começo, porém não sabia até onde poderia chegar. Naquela década a sociedade brasileira era um campo onde vicejavam muitas experiências sociais que se constituíam em germens de vida nova. A retomada de sindicatos pelegos, o nascimento de muitas e diferentes associações e entidades populares, a participação na elaboração da nova constituição, o empenho na participação político-partidária e etc. Eram expressões dessa nova consciência que pipocavam também no nosso Nordeste Brasileiro. A primeira ROMARIA com o tema “POVO QUE REZA RESISTE”, foi concebida com a intenção de dar um suporte ideológico e religioso a muitas pessoas carregadas de uma utopia admirável. Elas precisavam de uma mística evangélica para não ser cooptadas pela máquina do poder. Também deviam ter os joelhos firmes para não vacilarem diante das primeiras dificuldades.

Ao longo destes 21 anos, cada ROMARIA tem sido um exercício de aproximação aos acontecimentos históricos do nosso Brasil. Nestes anos temos procurado encarar a realidade sem medo e sem prepotência. A nossa intenção tem sido sempre fornecer aos bons sertanejos,aos estudantes, aos jovens,aos seguidores da utopia de Canudos, uma ferramenta sócio-religiosa para poder entender os diferentes momentos históricos e para tentar marcar o rumo certo dos mesmos.

Os anos passaram ligeiros como passam para quem está num projeto gratificante.

 

OBJETIVO DO TEMA

 

Neste ano de 2008 o calendário histórico nos coloca diante de um tempo de eleições minoritárias. Os que moramos nestas terras sabemos o significado destes pleitos. Para muitos, sejam eles candidatos ou eleitores, são oportunidades de dar a volta por cima ou de morte lenta.

O tema da ROMARIA deste ano de 2008, ”CANUDOS, UMA DEMOCRACIA ORGÂNICA E PARTICIPATIVA” junto com o lema:” POVO LIVRE, PODER COMPARTILHADO,” pretende colçocar-nos diante da experiência histórica de Belo Monte e da conjuntura política deste ano. Devemos salvar as diferenças que não são poucas, entre o passado e o presente. Em 1897 de a sociedade brasileira estava estreando o modelo político Republicano, o regime de escravatura tinha sido abolido, o Brasil não significava muito num cenário mundial. Admitimos que o projeto sócio-político da comunidade Belo Monte idealizado por Antônio Conselheiro pode apresentar algumas restrições que não seriam tão importantes se nos situarmos no fim do século XIX.

PODER E PARTILHA

 

Na comunidade de Canudos o poder era partilhado, as responsabilidades eram divididas, as qualidades dos conselheiristas eram reconhecidas. A comunidade tinha muito a ver com um corpo razoavelmente bem articulado. Alguns eram responsáveis pela defesa do arraial, outros cuidavam dos abastecimentos de comida e bebida, não faltava quem se preocupava com as práticas religiosas e quem atendia ao comercio da pele de ovelhas e cabras. Ferreiros, carpinteiros, pedreiros tinham o reconhecimento de todos. Sabemos, é verdade, que Antônio Conselheiro fazia algumas restrições à regime Republicanos em quanto parecia mais próximo do Monárquico. Aqui cabe uma indagação: esta atitude teria uma fundamentação política ou religiosa?

O CARTAZ

 

Nesta ROMARIA, vem precedida, como sempre, de um cartaz que pretende colocar-nos nos trilhos do que se almeja conseguir com o evento sócio-religioso. O Cartaz apresenta a Antônio Conselheiro com o báculo na mão, que representa a autoridade do líder religioso, seguido de outras pessoas: negras, índios, mulatos, também portando báculos, num cenário que retrata perfeitamente as nossas caatingas nordestinas.Todas estas pessoas aparecem caminhando, porque “Canudos” é um desafio não uma conquista. O cajado ou báculo nas mãos de varias pessoas aponta para a socialização do poder para a partilha da autoridade. Os diferentes tipos de pessoas nos ajudam a entender que em Belo monte não existia exclusão social, as várias raças e categorias sociais tinham seu reconhecimento. Por traz de tudo isso aparece uma pergunta bem pertinente que a XXIª ROMARIA pretende levantar: Como conseguir hoje uma democracia orgânica e participativa nos nossos Sindicatos, Associações, nos Legislativo, Executivo e Judiciário do nosso Nordeste?

VISÃO

 

A ROMARIA de 2008 não pretende mitificar o passado. Desconfiamos da sociedade que precisa de heróis. O verdadeiro herói é o povo que sabe recuar, em certos momentos, alguns centímetros para avançar mais na frente muitos metros. Também não podemos deixar de aprender do passado para não repetirmos os erros que frearam o avanço da sociedade.

A XXIª ROMARIA não quer ser outra coisa que um ponto de apoio no passado que nos possibilite um passo á frente na construção de um futuro em harmonia, igualdade social e dignidade humana.

 

Pe.Tiago Millan

Membro Fundador do IPMC – Instituto Popular Memorial de Canudos e Membro da Comissão da Romaria

 

CANUDOS

 

O POVO NA HISTORIAGRAFIA E NO ENSINO

A história de Canudos vem despertando cada vez mais interesse de professores, professoras e estudantes do ensino médio e fundamental. Porém há dificuldades para se ter acesso a uma boa bibliografia sobre este movimento. Muitos autores de livros didáticos adotados nas escolas ainda abordam a história de Canudos de forma destorcida, a partir da perspectiva da elite dominante, para os quais Canudos foi um foco de rebeldes, loucos e desordeiros. Pelo menos há duas maneiras de se abordar a história do Brasil: uma, a ensinada nas escolas oficiais, que se enquadra na análise histórica a partir de Varnhagen, que conta a versão ortodoxa do Estado e da Nação, reproduzindo os interesses dos que manipulas o dominam o povo. A história é reinventada para agradar aos grandes, poderosos e às instituições que dominam nossa gente. É a história amplamente divulgada nas escolas. Essa versão conta com vasta documentação, monumentos e construções.

Outra orientação vem de Capistrano de Abreu. Ele documentou a história na perspectiva das pessoas comuns, dos feitos deixados pelos atores do povo simples, com limitação, é claro. Um dos problemas da historiografia a partir da ótica dos “vencidos” é que eles quase não deixaram monumentos, documentação e outros vestígios.

Pouco sabemos, por exemplo, da história do QUILIMBO DOS PALMARES, CANGAÇO, LAMPIÃO, CONTESTADO, dos povos indígenas e de tantos levantes dos mais pobres em defesa da vida, ao longo dos séculos. Para refazer a história dos pobres, com seus movimentos de luta, professores e alunos precisam fazer um trabalho de garimpagem. Os pobres e excluídos, mesmo tendo importância vital no processo histórico, quase sempre são lembrados pelas elites dominantes como marginais, fanáticos, bandidos, revoltosos e deserdados.

Canudos não fugiu dessa lógica.

 

CANUDOS E ANTÔNIO CONSELHEIRO

Ao falar do movimento de Canudos, logo lembramos de Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido por Antônio Conselheiro. Nascido em 14 de maio de 1830, de Vicente Mendes e dona Maria Joaquina de Jesus (também conhecida por Maria chana), logo aos sei anos ficou órfão de mãe. Sua formação como também de suas três irmãs foi entregue aos cuidados da madrasta Francisca Maria Maciel, mulher de gênio forte, sem paciência, que não poupava maus tratos ao pequeno Antônio.

O menino teve uma vida conturbada desde a luta por terra entres a sua família e os

Araújos. Seu pai começou a vida como vaqueiro e foi obrigado a fixar-se em Quixeramobim, fugindo dos confrontes com os Araújos que ensanguentaram o sertão cearense desde o início do século XIX, período de muitos conflitos agrários no Nordeste. Seu genitor, Vicente Mendes Maciel, após ter deixado o campo, tornou-se comerciante e construtor, edificando algumas casas na praça principal de Quixeramobim.

Da infância e juventude de Antônio Vicente pouco se conhece. Sabe-se que era um menino inteligente e muito aplicado aos estudos. Aprendeu matemática, geografia, português francês e altim na escola do famoso professor Ferreira Nobre. Na verdade, a melhor escola do jovem foi a vida difícil de seus pais, a disputa pela terra, os conflitos com os latifundiários do Nordeste e a militância junto aos missionários de Padre Ibiapina, que construía cemitérios, casas de caridade para acolher meninas estudantes, construção de cisterna e escavação de poços para disponibilizar água potável no Sertão da Paraíba e Ceará.

Em 1855, ano da morte de seu pai, com apenas 27 anos, Antônio assumiu os negócios deixados pelo pai, cuidou das três irmãs, até o casamento. Casou-se com a prima chamada Brasilina. A crise no comércio fez Antônio pagar as dívidas e fechar a casa comercial. A partir desse momento sua vida desanda. Para sobreviver com a mulher e um filho, Antônio Vicente passou a trabalhar como professor no interior do Ceará e foi caixeiro em Sobral; em Tamboril desenvolveu a função de escrivão de juiz de paz; em Ipu tornou-se advogado provisionado (advogado sem diploma) ou advogado dos pobres, missão influenciada pelo Padre Ibiapina.

Mesmo mostrando espírito de luta, sua mulher acaba de fugir com um militar, o sargento João da Mata. O jovem batalhador não foi capaz de se vingar da atitude da esposa. Posteriormente enveredou por outros caminhos. Sente o chamado de Deus e torna-se um peregrino a vagar pelo Sertões, pregando o Evangelho, acolhendo e defendendo os pobres e pregando justiça diante dos poderosos.

 

A LEI DE TERRAS DE 1850

A Lei de Terra, promulgada em 18 de setembro de 1850, foi essencial para a manutenção do poder pelos fazendeiros escravagistas, pois tinha como objetivo impedir o acesso à terra de todos os que não faziam parte da elite. Para tanto aboliu a posse como meio para conhecimento da propriedade. Quando a nova lei entrasse em vigor, os únicos proprietários legítimos seriam os que tivessem um documento de posse assinado por um juiz, não quem estivesse ocupando a terra.

Este sistema contrariava toda tradição colonial. Nem mesmo os índios – livres desde a Independência – tinham direito às terras que ocupavam havia milênios, a não ser que fizessem uma petição a um juiz. Com a nova lei, melhorou bastante a situação dos grandes fazendeiros, que em geral tinham poder suficiente para nomear o magistrado local. Obtendo do juiz um documento de posse, garantiam a propriedade de milhares de alqueires já ocupados por posseiros ou indígenas. (Jorge Caldeira, Viagem pela História do Brasil, p.196, Editora Schwarcz Ltda., 1977)

 

A SITUAÇÃO DO NORDESTE NO TEMPO DO CONSELHEIRO

A nível político havia disputa entre monarquistas e republicanos. A República, instalada em 1889, não alterou o desenvolvimento desigual e a situação injusta do Nordeste do Brasil. O novo regime não modificou a situação agrária. As terras estavam nas mãos da elite agrária, dos barões. No final do século XIX, pesquisas já mostravam a concentração da terra: das 648.153 propriedades rurais, somente 4%, de grandes latifundiários com mais de 1.000 hectares, ocuparam 60% das terras. Ao mesmo tempo, 85% do lucro empresarial ia para o exterior e 80% das empresas em funcionamento no Rio de Janeiro eram estrangeiras.

Antônio Conselheiro chega à Bahia num contexto de sofrimento por parte do povo, dos pobres agricultores e pequenas empresas. O decreto da Princesa Isabel pondo fim à escravidão negra (1888) – pois a mão de obra escrava não mais interessava aos fazendeiros – pegou os negros desprevenidos e saíram das senzalas sem outra profissão. Entre 1877 a 1900 várias secas provocaram um intenso ciclo de migração interna no Nordeste. Na grande seca de 1877 a 1879, morreram cerca de 300 mil nordestinos. Estima-se que no Ceará, em 1878, a migração pôs em movimento migratório 120 mil pessoas.

As estiagens prologadas eram cruéis com os pobres, minifundistas e meeiros; sem terra suficiente e focalizados no plantio do roçado, fizeram perderam as colheitas e matavam de fome e sede os poucos animais que tinham. Faltava água para beber da cacimba. Impera a lei do cão: riquezas para os grandes, injustiças e fomes para os pobres. No Nordeste, a cultura da cana-de-açúcar entra em colapso e não interessa ao Governo Federal. Os ricos fazendeiros investem em São Paulo, no cultivo do café e da criação de gado. No Norte, desenvolve-se o cultivo da seringueira (borracha). Enquanto isso, monarquistas e republicanos disputavam o poder político e econômico.

 

 

A FAÇANHA DE ANTÔNIO CONSELHEIRO

O Conselheiro chega a Canudos nesse contexto de abandono das populações pobres. O Nordeste não interessava ao poder econômico e político. Antônio Conselheiro falava ao povo, afirmando ter sido chamado por Deus para servi-lo. O povo precisava tomar outro caminho: “Sim, meus irmãos, obedecei à Igreja, e aos mandamentos de Deus Nosso Senhor, nosso pai e salvador eterno, de que sou na terra um miserável apóstolo, porque ele me apareceu uma noite e disse: - Antônio, sairás pelo sertão, como seu xaxá de Lisboa, a fazer penitência, pregando os Evangelhos e as Escrituras Sagradas; sofrerás perseguições dos maus e dos hereges, que retribuirás com benefícios derramados por onde passares; terás como Pedro, Paulo e todos os meus santos discípulos, o teu povo que te seguirá e de que serás o guia; encher-te-ei de poder na terra e serás tu e serão teus adeptos cheios de graça na vida eterna”.

Conselheiro, leigo católico, diz-se convertido para anunciar o Evangelho aos mal-aventurados sertanejos. Não fazia milagres, nem seus seguidores lhe atribuíam práticas miraculosas. Antes de chegar a Canudos, ele perambulou pelo interior do Ceará, Sergipe e Bahia, pedindo que o povo se organizasse e acabasse com a dominação dos maus políticos e latifundiários. Chegou à fazenda Umburana, a 420 km de Salvador, entre Euclides da Cunha e Jeremoabo, em 1893. O lugarejo, batizado de Canudos, situado às margens do rio Vaza-Barris, tornou-se palco de uma comunidade de cerca de 20 mil fugitivos das secas, ex-escravos, pobres, pedintes e pequenos proprietários, que deixavam tudo para apostar em uma vida mais digna na chamada comunidade de Belo Monte, como ficou conhecido Canudos.

A comunidade de Canudos logo cresceu. Antônio Conselheiro chegou com cerca de 800 peregrinos em 1893 e, no final da façanha (1897), já contava com cerca de 20 mil pessoas. O Peregrino procurava despertar as aptidões de cada morador.

 

Pe. José Wilson Andrade (modificado)

Instituto Popular Memorial de Canudos


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