IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

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11.12.2015

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Experiência de Escola Família Agrícola desperta novos olhares

Proporcionar aos jovens do meio rural uma educação contextualizada a sua realidade e estimular a permanência desses jovens na escola, sem a necessidade de abandonar a convivência com sua comunidade e atividades campo, a valorização da educação de qualidade no campo são algumas das propostas das Escolas Família Agrícola (EFA). O processo ensino-aprendizagem da escola é baseado na metodologia da pedagogia de alternância, onde os/as estudantes intercalam período de internato na escola com vivência na comunidade, sendo o eixo do processo de aprendizagem a vida dos/as estudantes e sua relação ao meio familiar e comunitário.

Essa proposta das EFA tem despertando maior interesse de futuros profissionais da área de educação, a exemplo de estudantes Bruna Brigyda e Paulo César do curso de licenciatura em geografia da Universidade de Pernambuco, Campus Petrolina, que escolheu a Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS) para realizar seu estágio de observação participativo. De acordo com Eliana Evangelista, coordenadora pedagógica da EFAS, “a escola tem recebido estudantes de diversas universidade, com a UPE a Uneb para realizar seus estágios curriculares e isso tem sido muito importante, pois eles tem dando uma contribuição no ensino e na vivências dos meninos... pois já conhecem a pedagogia de ensino e a vivência da Convivência com o Semiárido”, pontua Eliana.

Na tarde da ultima quinta-feira (10), Bruna Brigyda e Paulo César estiveram em sala de aula com os estudantes do 7º ano da EFAS, trocando conhecimento a partir da temática da Segurança Alimentar e Nutricional, fazendo uma correlação da alimentação com o acesso à água, terra, beneficiamento de frutas, políticas públicas, questões climáticas e uso de agrotóxicos . “O estágio tem contribuindo numa forma diferente de enxergar a geografia... o que a segurança alimentar tem a haver com a geografia, falando da má distribuição de terra, já estamos fazendo relação com estudo de geografia agrária”, afirma Bruna. Paulo César ainda complementa a relação do tema da aula com o estudo da geografia da cultura alimentar.

Para a estudante Manoela Dias, o assunto debatido tem uma aproximação com o tema do caderno de realidades da turma, que é organização da produção para comercialização, então “esse momento da tarde reforçou muita coisa que a gente já sabia... como a forma de se alimentar correta e quais as formas que não são corretas, que a gente usa bastante em casa. Também aprendemos novas coisas a ser levada pra comunidade”.

Paulo César chama atenção para esse método de relacionar a prática com a teoria como um diferencial da EFAS diante da escola tradicional. A escola valoriza esse “conhecimento empírico local, então essa variedade de conhecimento, de costumes, essa forma de estudar no campo talvez seja o grande diferencial que vai aparecer na vida desses jovens mais na frente”, diz Paulo.

A EFAS já existe há 25 anos, lutando na garantia da educação do campo para filhos e filhas de agricultores/as familiares, estudantes do 5º ao 9º ano. A escola é gerida pela Associação Comunitária Mantenedora da Escola Família Agrícola de Sobradinho – Amefas, que também atua na execução de projetos sociais nas comunidades onde estão inseridas as famílias dos/as estudantes da EFAS.

Texto e Foto: Ascom Amefas