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Famílias agricultoras fazem planejamento para potencializar os subsistemas de produção

Famílias agricultoras fazem planejamento para potencializar os subsistemas de produção

Mapear a Unidade Produtiva Familiar (UPF) para compreender, refletir e em seguida melhorar a produção, o manejo, a comercialização e a renda, bem como possibilitar condições de segurança alimentar e recursos hídricos. Este é um dos objetivos do Projeto Ater Bioma Caatinga, que acompanha mais de mil famílias no Território do Sertão São Francisco, através da política pública de Assessoria Técnica e Extensão Rural (Ater).

A construção do Plano Produtivo da Unidade Produtiva Familiar (UPF) que está sendo realizado com os/as agricultores/as assessorados/as é uma das etapas mais importantes do Projeto, pois é o momento no qual a família planeja junto com os assessores/as técnicos/as, quais intervenções serão realizadas para melhorar os subsistemas. O colaborador do Irpaa, Alessandro Santana, destaca que “É um momento que envolve uma participação muito ativa deles, para a partir do que eles pensam a gente possa construir juntos as ações para alcançar os objetivos”.

A família da agricultora Madalena da Purificação Barros, da comunidade Desengano, em Sento Sé-BA, tem como principal fonte de renda a produção e comercialização de frutas, legumes e hortaliças na feira agroecológica de Sento Sé, na feira convencional e também na comunidade. Com o intuito de potencializar os subsistemas de dona Madalena, foi inserido no plano produtivo da sua UPF: melhorar a qualidade das hortaliças; adotar novas práticas de manejo da criação de galinhas; e reiniciar o plantio de beterraba e cenoura.

Dona Madalena fala também sobre a importância de ter uma pessoa acompanhando e orientando a família “Quando eu não estou sabendo fazer uma coisa aqui ele já diz “não faz por isso lado não, faça por esse”, e aquilo ali já vai dando certo (...) A gente aprende coisas novas, coisas que a gente não sabe”. A agricultora faz questão de produzir tudo de forma orgânica, e diz o porquê: “Tudo que a gente planta aqui na roça não usa veneno, porque veneno a gente já consome no que compra fora, então quantos litros de veneno a gente coloca no nosso corpo durante o ano? Então, eu tenho que plantar o que faz bem para nossa saúde”.

A chegada do Ater Bioma Caatinga nas comunidades rurais é motivo de entusiasmo e alegria para a agricultora Luciana Aquino dos Santos, da Comunidade Tradicional de Fundo de Pasto Logradouro, em Curaçá-BA. “Prá nós é uma bênção! É muito importante que chegue uma pessoa de fora que estenda o seu braço pra nos ajudar, são muitas coisas que a gente precisa melhorar e precisa que chegue mais coisa, porque a nossa situação aqui do interior é bem mais difícil do que a da zona urbana”, declarou.

Boa parte do que a família de Luciana produz, entre caprinos, ovinos, galinhas e suínos, são consumidos por ela, o esposo e os dois filhos, contudo uma outra parte é comercializada no mercado municipal e no município de Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco. De acordo com a agricultora, a expectativa é que através do trabalho de Ater e da implementação de outras políticas públicas a família aumente a sua produção e passe também a gerar renda a partir da comercialização de produtos para outros mercados.

Outra família de Logradouro acompanhada pelo projeto é a da jovem agricultora Kássia Lúcia, que tem, em sua propriedade, uma criação de galinhas, caprinos e ovinos. Para ela, a falta de tecnologias de captação e armazenamento de água para a família e para a produção ainda é um entrave para expandir as atividades produtivas. “Tenho o desejo de ter minha própria horta. No momento, utilizo água do riacho e da cisterna da casa da minha mãe, mas preciso de uma cisterna na minha propriedade e quero melhorar a fonte de água para as hortaliças e para a criação de galinhas, primeiro, a horta será para consumo próprio, mas pretendo vendê-la para a comunidade. Isso aumentaria a segurança alimentar da minha família e evitaria que as pessoas tivessem que comprar hortaliças em Riacho Seco ou Curaçá”.

Para Denis Vieira, colaborador do Irpaa, é através desse planejamento que será colocada em prática as ações durante os próximos três anos de trabalho. “Através das visitas, das atividades coletivas, das formações, dos intercâmbios, [vamos] tentar trabalhar em cima da deficiência de cada família e assim tentar aprimorar e melhorar a produção de cada família de acordo com o que cada família tem nas suas atividades diárias, criação de galinha, criação de caprinos e ovino, criação de suíno, plantação de hortaliças, entre outras atividades. E através daí a gente consegue direcionar e tentar melhorar a produção de cada família, observando os objetivos e também tentando traçar onde queremos chegar e assim ter um bom resultado no final dessas atividades”, explicou.

Após o plano produtivo, a próxima etapa individual a ser realizada com as famílias serão as visitas técnicas para implementação do plano que define quais atividades e/ou ações são fundamentais para alcançar os objetivos propostos no plano. A partir disso, o agricultor Givaldo Pereira, da comunidade Brejo da Martinha, em Sento Sé, também assessorado pelo Bioma Caatinga, diz que as atividades e orientações que serão realizadas a partir do plano de produção vão colaborar com a produção da família. “Vai ajudar bastante, nós aqui sem conhecimento às vezes saia alguma coisa e tendo esse conhecimento aí tem como plantar alguma coisa a mais (...) A gente vai trabalhar para produzir mais para consumir em casa e comercializar”, conta Givaldo.

Alessandro aponta ainda de que forma melhorar os subsistemas das famílias colabora com a conservação do bioma Caatinga “A melhora nos subsistemas das famílias agricultoras colabora com a conservação do bioma caatinga, pois os planos produtivos são construídos levando em conta a Convivência com o Semiárido e os princípios fundamentais da intervenção do projeto, visando preservar a Caatinga e melhorar o ambiente das famílias e comunidades”.

O Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) foi selecionado por meio de uma chamada pública para executar o projeto Ater Biomas nos municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sobradinho e Sento Sé, atendendo 1.080 famílias, durante 4 anos. O Projeto é financiado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater).

Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
 


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