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09.07.2019
Desafios e perspectivas da juventude são temas debatidos na 27ª Escola de Formação para a Convivência com o Semiárido
Jovens de comunidades rurais dos estados da Bahia, Pernambuco e Piauí estão reunidos no Centro de Formação Dom José Rodrigues partilhando suas experiências na 27ª Escola de Formação para Convivência com o Semiárido. A formação teve início no último dia 07 e vai até o dia 19 deste mês.
A programação da escola proporciona aos/as jovens uma série de atividades práticas e debates teóricos ligados a defesa dos territórios, produção apropriada, questões climáticas, políticas de acesso à água, educação contextualizada e direito à comunicação, entre outros. De acordo com um dos organizadores da Escola, o colaborador do Irpaa, Luís Almeida, a escola busca “cumprir o papel formativo, de animar e de articulação entre essas juventudes com diversas experiências, para propor ações de Convivência com o Semiárido e propagar essa proposta”, explica Almeida.
"Os desafios e perspectivas da juventude do Semiárido" foi o tema de estudo do segundo dia de formação. Nesse momento, questões ligadas a geração de renda, trabalho, educação, saúde e participação da juventude nos diversos espaços de construção de políticas públicas foram discutidas a partir da realidade de cada jovem. Almeida destaca que todo esse debate apontou o potencial da juventude em conhecer e intervir positivamente nas problemáticas presentes em suas comunidades.
O professor da Univasf e sócio do Irpaa que contribuiu na discussão, Adelson Dias de Oliveira, convidou a juventude a refletir sobre a necessidade de ocupar os espaços de decisões e buscar identificar quais são esses ambientes comunitários, municipais, regionais. O professor afirma que “os jovens têm muitas condições de modificar perspectivas sociais, estruturas sociais construídas por muito tempo, como lugares de participação somente de adultos. Então esses jovens têm muito por falar e por fazer, eles só precisam de espaços de fala”, avalia.
Oliveira ainda destaca que é comum nas universidades, nos movimentos sociais e nas escolas a concepção que é preciso dar voz a juventude, porém, “o jovem tem voz, o jovem por si se constitui de um sujeito capaz de pensar e falar. O que nós precisamos na verdade é legitimar espaços de fala, permitir que esses jovens falem, permitir que esses jovens produzam também um senso crítico, é muito mais além do que dar voz”, explica o professor.
Nessa perspectiva, a jovem Maria Auriele Silva, da comunidade de Nova Esperança, no município de Ichu, destaca os processos e espaços formativos, a exemplo da escola de formação, como ambientes estratégicos para contribuir na percepção da juventude como agente transformador. “Eu mesma, quando comecei a participar desses espaços era muito tímida. Com o tempo comecei a perder a timidez. Fui representando o MOC em outros estados. A gente vai tendo um destaque não só na comunidade, mas também em outras entidades maiores que tem na região”.
A Maria ainda defende uma inserção maior da juventude nas associações, sindicatos e nos movimentos sociais. “Na minha comunidade eu participo da associação comunitária, já fiz parte da diretoria. Hoje, eu estou apenas como sócia, mas sempre participo das decisões (…) Eu já participei também da diretoria de uma cooperativa que tem lá (…), espaços que precisam ter mais jovens ativos”, declara a participante da escola.
A programação dessa edição da Escola, que é realizada anualmente pelo Irpaa e com apoio de instituições parceiras, tem proporcionado a juventude, além das tradicionais visitas de campo a Embrapa, Escola Família Agrícola de Sobradinho e à Barragem de Sobradinho, oficina de cordel, grafite e noite cultural. Ao final da formação a juventude firma o compromisso de multiplicar o conhecimento, principalmente, na sua comunidade.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa
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