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Comunidades envolvidas em projetos do Irpaa conhecem práticas de Convivência com o Semiárido em Uauá

Comunidades envolvidas em projetos do Irpaa conhecem práticas de Convivência com o Semiárido em Uauá

Conhecer a experiência com beneficiamento de frutas e leite realizada há seis anos pela Cooperativa de Agricultores Familiares de Canudos, Uauá e Curaçá – COOPERCUC foi o principal objetivo do Seminário sobre Cooperativismo, Autogestão e Sustentabilidade realizado em Uauá com a participação de 45 agricultores e agricultoras, dentre estes alguns jovens, de sete municípios do Território Sertão do São Francisco.

A atividade aconteceu nos dias 25 e 26 e é resultado de uma parceria entre os projeto ATER – Assessoria Técnica e Extensão Rural e Projeto Recaatingamento, ambos desenvolvidos pelo Irpaa em comunidades rurais dos municípios de Juazeiro, Sobradinho, Sento Sé, Casa Nova, Curaçá, Canudos e Uauá.
 
A programação teve início com visita a Unidade de Beneficiamento da comunidade de Serra Grande que fica na divisa dos municípios de Curaçá e Uauá. O grupo conheceu também a minifábrica de laticínio situada no povoado de Testa Branca, a 18 Km da sede de Uauá.
 
O histórico da cooperativa, as principais dificuldades, as conquistas e as expectativas para os próximos anos foram os principais destaques nas falas das/os cooperados que receberam o grupo nas unidades de beneficiamento. Além disso, uma palestra sobre administração e auto-gestão encerrou a atividade.
 
A COOPERCUC hoje é um exemplo de que o extrativismo sustentável dos produtos da caatinga é uma importante forma de garantir uma complementação na renda familiar e assim viabilizar a permanência das famílias em suas comunidades. Hoje a cooperativa exporta seus produtos para países como Itália, França e Áustria, além da comercialização no mercado nacional, sendo que 50% da produção é vendida para a Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB e Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.
 
Das mini-fábricas saem doces, sucos, compotas e geleias de umbu, maracujá amarelo e maracuja da caatinga, manga, goiaba e banana, sendo o umbu responsável por 60% das frutas orgânicas processadas. Atualmente a compota de picles do xilopódio do umbuzeiro (raiz ou batata do Umbuzeiro), usado como aperitivo, é o mais novo derivado do umbu produzido pela cooperativa e que tem tido uma boa aceitação no mercado. A calda para cobertura de sorvete, feita a partir do suco concentrado e do doce cremoso do umbu, também está sendo experimentada está sendo consumido e avaliado em um impório em São Paulo e, de acordo com o atual presidente da cooperativa, Adilson Ribeiro, em breve estará sendo produzido em maior quantidade para comercialização.
 
A COOPERCUC foi escolhida na primeira etapa de seleção para fornecimento de alimentos para a Copa de 2014, aguardando apenas uma segunda etapa que, para o ex-presidente Jussemar Cordeiro, certamente será aprovada.
 
 

Mais adiante, uma lição de vida e de Convivência com o Semiárido
 
Depois de conhecer algumas unidades da COOPERCUC, ao final do primeiro dia do evento, o grupo pode conhecer a propriedade de Seu Isaías, um senhor de 65 anos que afirma que hoje é feliz porque sabe conviver com o semiárido. Localizada em área de Fundo de Pasto, antes de chegar no terreiro cheio de enfeitado de flores, se ver o plantio novo de palma, o aprisco e o “carreiro” que leva até a mais nova tecnologia de reserva de água adquirida pelo produtor: a barragem subterrânea, uma tecnologia implantada pelo Projeto P1+2. “A barragem tem que ficar em uma área de enxurrada mansa, a gente corta ela do solo até a rocha... a minha tem quatro metros de profundidade... depois coloca uma lona e enterra para que a água fique armazenada ali e assim evitar a erosão, a molhação... fica molhada” explica Seu Isaías. “Ela é muito viável. Eu já plantei verdura, acerola, capim, glirecídia, caju, manga, goiaba, laranja”, complementa.
 
Com o dom de identificar água no subsolo e com uma fé inabalável em Deus, Seu Isaías, conta que em 1993 participou da Escola de Lavradores realizada anualmente pelo Irpaa e ao retornar logo colocou em prática tudo que aprendeu, aperfeiçoando assim as técnicas que já usava na pecuária e na agricultura em uma área de 55 hectares.
  
Firme ao compartilhar o que sabe sobre o manejo do rebanho, a captação da água da chuva, agricultura de sequeiro, o agricultor não deixa de mencionar a importância de se apropriar das tecnologias de convivência com o semiárido e da necessidade das famílias lutarem por uma vida digna e de qualidade sem sair de suas terras, além de incentivar que o conhecimento deve ser aperfeiçoado, mas que o sentido da felicidade está na aplicação prática do mesmo. Para ele, há uma relação natural entre a água e a terra, sendo a água o macho e a terra a fêmea, resulatando em um processo natural de complementação, o que faz fecundar, germinar, produzir vidas.
 
 

 
 
 


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