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Mineração: ameaça constante ao modo tradicional de viver no Semiárido

Mineração: ameaça constante ao modo tradicional de viver no Semiárido

O avanço da exploração das mineradoras no município de Curaçá, principalmente nas comunidades tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, despertou as entidades e lideranças comunitárias da região para debater nessa última terça-feira, na casa Paroquial de Curaçá, o crescimento e os impactos sociais, ambientais e culturais que a ação das empresas de mineração tem provocado na região.

No primeiro momento do encontro, Marcos dos Santos, agente da Comissão Pastoral da Terra - CPT fez uma análise dos impactos das mineradoras, a partir da exibição do documentário “Igreja e mineração” e chamou atenção para o perigo das barragens de rejeitos existentes no Brasil. “As mineradoras geralmente aqui na Bahia chegam às comunidades forçando a barra, sem consultar [as comunidades], com promessas enganosas pra as comunidades e aí terminam convencendo as comunidades que aquela ação de entrada dela na comunidade é uma coisa boa”, diz. Marcos ainda complementa que muitas vezes as pesquisas das mineradoras são financiadas pelo Estado, dessa forma o “Estado vai de encontro ao bem comum das comunidades, às vezes nem vê se tem gente no local, só dar a licença pra as empresas entrar lá”, afirma o agente da CPT.

Dando continuidade à discussão, Josivaldo da Silva Martins, colaborador do Irpaa, apresentou o cenário atual das mineradoras em Curaçá, quais as comunidades ameaçadas pelas empresas e em quais etapas elas estão, sendo algumas em fase de pesquisa outras de exploração. Além de trazer depoimentos dos atingidos pelas ações da mineração, “Curaçá hoje tá tomado por mineradoras, tem aquela mineradora do agronegócio, do garimpo, tem as pedreiras... a quantidade de empresas hoje em Curaçá oscila em torno de 16 a 20 empresas e a gente sabe que há mais atrás disso aí, tem empresas que são consorciadas, o fato que o município está basicamente tomado, principalmente pela exploração de mármore e cobre”, expõe Josivaldo.

As pessoas presentes no encontro pontuaram que no primeiro momento as mineradoras chegam com promessas de geração de emprego, melhoria para as comunidades, e muitas vezes com apoio de lideranças das comunidades e até do poder público local. As comunidades que já vem sofrendo com a intervenção das mineradoras alertam para a degradação ambiental, o aumento de doenças respiratórias, diminuição das fontes hídricas, entre outros problemas. “Ocorre tudo que destrói a comunidade, como o excesso de bebidas alcoólicas, prostituição, a questão de roubos, uma série de problemas por ter vindo pessoas de fora, que não tem comprometimento com as comunidades”, diz Egídio Rundiny Trindade, presidente da Associação Comunitária Pastoril de Caladinho. Egídio ainda destaca que a comunicação realizada pelas mineradoras, seja pelo boca a boca, pela propaganda chega à população e desconstrói o processo de conscientização feito pelas organizações sociais.

Pensando em todo esse perigo da instalação das mineradoras, o grupo evidenciou a necessidade de fortalecer o trabalho em rede dos defensores da vida das comunidades no Semiárido, contribuir na organização social, na produção de materiais informativos, na utilização das ferramentas de comunicação, entre outras ações que mobilize as comunidades na luta contra esse modelo de desenvolvimento das mineradoras que na maioria das vezes provoca a destruição da vida humana e do meio ambiente.

Estiveram presentes no encontro os/as representantes das comunidades São Bento, Caladinho, Serra Grande, Fazenda Cabeceira, Pastoral do Meio Ambiente, Articulação Fundo de Pasto – CUC, Sajuc, CPT, Instituto Mata Branca e o Irpaa, onde construíram uma agenda para a próxima reunião do coletivo de entidades.

Texto e Foto: Comunicação Irpaa


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