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Agricultoras/es familiares do Sertão do São Francisco ficam mais próximas/os de obter a certificação orgânica participativa

Agricultoras/es familiares do Sertão do São Francisco ficam mais próximas/os de obter a certificação orgânica participativa

Agricultoras/es familiares de Sento Sé, Sobradinho e Juazeiro participaram, dia 05 de fevereiro, da terceira etapa de formação para a certificação orgânica participativa de propriedades nestes municípios. O objetivo é que no final do processo agricultoras/es do Território Sertão do São Francisco – TSSF possam utilizar o selo orgânico nos produtos que hoje já são produzidos sem uso de insumos químicos.

Marila dos Santos, agricultora da comunidade Fartura, em Sento Sé, cultiva sem uso de agroquímicos e comercializa na Feira Agroecológica local. Para ela, a certificação representa um ponto positivo na relação de confiança com a clientela. Segunda a jovem “Quem já conhece [os produtos e as/os produtoras/es] tem essa confiança”, mas quem ainda não é tão próximo às vezes fica em dúvida quanto a procedência. “A gente conseguindo a certificação orgânica da nossa área, vai nos ajudar bastante na questão da valorização dos produtos, uma vez que já comercializamos na feira agroecológica”, projeta a agricultora.

Para Cícero Oliveira, agricultor do assentamento Vale da Conquista, em Sobradinho, a certificação “é de fundamental importância, não só para mim, para minha família, mas para todo o conjunto das 150 famílias assentadas no Vale da Conquista e circunvizinhos”, declara. Cícero afirma que a missão do Movimento Sem Terra, do qual faz parte, é produzir alimentos saudáveis, algo que a sociedade carece.

A agrônoma que vem acompanhando as famílias, Aline Nunes explica que o trabalho do Irpaa e do projeto Pró-Semiárido é pautado na perspectiva da produção agroecológica. Ela também acredita que o selo pode fortalecer a confiança entre quem produz e quem compra a produção. “Há uma relação de confiança entre o produtor e as famílias. A certificação vem para garantir esse modo de produção limpa... O selo é uma oportunidade de estender este processo de comercialização e uma garantia desse modo de produção para compradores que não estão tão próximos e não conhecem o produtor, não têm essa relação de confiança”.

Aline ainda cita duas oportunidades que são criadas a partir da certificação orgânica: a participação em feiras orgânicas da região, e no Programa Nacional de Aquisição de Alimentos – PAA, que em parte é dedicado à compra da produção orgânica.

Ainda de acordo com a agrônoma, a certificação pode fortalecer ainda mais as feiras agroecológicas de Sento Sé e Sobradinho, que surgiram a partir do crescimento da produção nos quintais, incentivada pelo projeto Pró-Semiárido.

Paula Ferreira, agricultora e pedagoga, foi uma das mediadoras da formação. Ela explicou diversas formas de proteger a propriedade da contaminação por resíduos químicos que, porventura, sejam utilizados por vizinhos. De acordo com Paula, às famílias que já produzem de forma agroecológica levam pelo menos 6 meses para obter a certificação, tempo necessário “para que a família compreenda o que é o sistema participativo”. Se a família usava insumos químicos pode levar de 1 e meio a 5 anos para obter o certificado. “Tem unidades produtivas que levam até 5 anos para fazer essa transição”, complementa a pedagoga.

Paula ainda apresentou informações sobre a certificação orgânica para produtos de origem animal. Segundo ela, é necessário certificar primeiro o que chama de “base primária”, onde está incluída a alimentação dos animais. Posteriormente é possível garantir o certificado dos animais, bem como da agroindústria. Neste sentido, Paula destaca que é mais fácil a certificação de agroindústrias de produção animal onde há o Sistema de Inspeção Municipal – SIM.

As comunidades que tiveram representantes no processo formativo são assessoradas pelo Irpaa através do projeto Pró-Semiárido, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR, que conta com recursos advindos de um acordo de empréstimo entre o Governo da Bahia e o FIDA - Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola. O projeto tem trabalhado a certificação orgânica junto a Associação Povos da Mata.

Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Foto: Eixo Clima e Água 


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