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Organização e comercialização são debatidos com empreendimentos do TSSF

Organização e comercialização são debatidos com empreendimentos do TSSF

Um grupo de aproximadamente 50 representantes, de 18 empreendimentos acompanhados pelo Irpaa através do Projeto Bahia Produtiva, estiveram reunidas/os durante os dias 10 e 11 de setembro, no Centro de Formação Dom José Rodrigues. O objetivo do evento foi debater com os empreendimentos as possibilidades que se abrem para os grupos organizados, bem como os avanços e desafios vivenciados por associações e cooperativas que fazem parte do projeto.

No primeiro dia de evento, o painel “estratégias e meios de acesso aos mercados no Território Sertão do São Francisco (TSSF)” pautou justamente os desafios e conquistas alcançadas por comunidades de Casa Nova, Juazeiro e Sento Sé, tendo em vista a organização, produção e comercialização. Na mesa estavam presentes representantes de associações de Canoa (Juazeiro), Melancia (Casa Nova) e Sento Sé-BA.

Para o agricultor Pedro Antônio da Silva, da Associação Indígena Truká, de Sobradinho-BA, a fala de agricultores/as contando suas experiências, barreiras e conquistas trouxe ânimo, que ele vai compartilhar na comunidade e estimular o esforço coletivo. Na opinião do agricultor, ficou explícito que nenhum dos empreendimentos que apresentaram sua experiência “conseguiu galgar sucesso sem esforço, sem luta, sem uma grande batalha. Então essas experiências trazidas por pessoas que, como nós, enfrentaram [os desafios] e deram um passo adiante, nos orienta, nos dá ânimo, porque certamente vamos encontrar dificuldades, mas temos a certeza de que, assim como eles superaram, nós também haveremos de superar”, projeta o representante Truká.

A mensagem de união destacada por Pedro, foi o que mais marcou a agricultora Gercina Ribeiro dos Santos, representante da Associação dos Pequenos Produtores de Jenipapinho, em Campo Alegre de Lourdes. Ela explica que o evento fortaleceu a ideia de coletividade e destaca a mística de abertura do evento como “um sinal de união, todos juntos por uma causa só”.

Para Valério Rocha, que relatou a experiência de organização comunitária e produção de caprinos na região de Areia Grande, em Casa Nova, um dos maiores desafios das comunidades é melhorar a organização social. Mesmo assim, ele diz que é preciso garantir a união do povo, com vistas a melhorar aspectos sociais e econômicos e cita o exemplo de sua comunidade. “A gente viu que se a gente não se organizar, a gente vai produzir para os outros ganharem”, alertou Valério durante a sua fala.

A liderança de Casa Nova ainda destacou a preocupação que devemos ter com as políticas públicas equivocadas. Valério citou como exemplo ações governamentais que provocaram prejuízos, inclusive relacionados ao meio ambiente. Ele conta que em toda região houve projeto que garantia financiamento para investir na produção e que as pessoas que articularam tal financiamento “circulavam nas comunidades com um trator para desmatar áreas”. Segundo Valério hoje é possível perceber nos locais devastados as dificuldades enfrentadas por agricultores/as que receberam recursos e desmataram áreas. Na concepção de Valério, “a Caatinga hoje faz falta para os caprinos e ovinos”.

Segundo Jorge Murilo de Carvalho, Agente de Desenvolvimento do Banco do Nordeste, ações desse tipo ficaram no passado. Hoje, de acordo com ele, o Banco do Nordeste procura ouvir as/os produtoras/es e tenta potencializar aquilo que as famílias já trabalham. “Dentro da linha do Pronaf nós temos diversas situações que o produtor pode acessar para complementar sua renda, ou ajudar na atividade que ele já está desenvolvendo”, informa Jorge.

O representante do Banco apresentou as ações desenvolvidas no TSSF e citou diversas possibilidades para que as famílias envolvidas no Projeto Bahia Produtiva possam acessar crédito para melhorar a produção, como o Pronaf Semiárido, destinado à construção e reforma de estruturas hídricas.

Novos horizontes

André Rocha, colaborador do Irpaa, afirma que em um ano de ação da instituição junto às comunidades, através do Projeto Bahia Produtiva, já são notórios avanços importantes como a formação da juventude local para fazer assessoria nas comunidades. Entretanto, o colaborador diz que há um anseio da equipe do Irpaa em ver o progresso no que se refere ao aspecto da produtividade, que até então foi prejudicada pela preocupação com questões administrativas. “Os grupos ficaram muito presos em superar as dificuldades administrativas, de como gerir convênio, como gerir contrato, prestação de contas, licitação, contratação de fornecedor, ações administrativas que os grupos não estavam acostumados”, aponta André Rocha.

Segundo André, “mesmo os grupos mais organizados e com experiência em produção, não conseguiram se dedicar satisfatoriamente aos quesitos produtivos”. De acordo com ele é “preciso qualificar a produção, tornando rentável, mas também acessível”. O colaborador revela que a equipe do Irpaa tem “a expectativa que os grupos consigam avançar para de fato discutir produção, produtividade, sustentabilidade, ampliação da renda, redução dos custos de produção, melhoria na margem de lucro, diversificação de mercado e alcançar a geração de renda cada vez mais próximo daquilo que é demandado para garantir a dignidade das famílias do campo”, projeta André Rocha.

O Projeto Bahia Produtiva é uma política pública de Ater do Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e conta com recursos do Banco Mundial e contrapartida do Estado.


Texto e Foto: Comunicação do Irpaa


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