IRPAA - Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada

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29.04.2022

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Agricultores/as recebem oficina com foco no manejo sanitÃ¡rio, produtivo e alimentar de galinhas caipiras

Vacinação de aves, ração produzida com plantas encontradas na comunidade, tipos de ninhos e custo de produção e lucro para criação de galinhas de postura foram temas abordados na oficina de “Manejo sanitário, produtivo e alimentar de avicultura caipira” realizada na comunidade de Fundo de Pasto Lagoinha, em Casa Nova. A atividade conduzida pelos projetos Ater Agroecologia e Bahia Produtiva, executados na comunidade pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) reuniu agricultores/as que desejam iniciar ou melhorar a criação de galinhas poedeiras e/ou para corte.

Para a criação de aves de qualidade, é necessário que o/a agricultor/a esteja atento/a à vacinação contra doenças como: Newcastle, conhecida como peste aviária (uma das mais graves e com rápida transmissão); e a Bouba aviária, conhecida popularmente como caroço ou pipoca (mais comum e de elevada mortalidade). Na atividade, os/as agricultores/as conheceram mais sobre essas doenças e aprenderam na prática como deve ser feita a vacinação. “A gente aprendeu sobre vacinação, agora já sabemos quando comprar a vacina e como aplicar”, diz o agricultor José Henrique Souza.

O colaborador do Irpaa, André Luiz, fala mais sobre a importância da vacinação. “Quando a gente intensifica a produção, a gente junta os animais, juntando os animais, aumenta o risco de doenças (...) e a forma de prevenção de algumas doenças é justamente, a vacinação. (...) Então, a gente está protegendo os animais e evitando que pare de produzir e até a mortalidade. O fato de você vacinar os animais, não quer dizer que está deixando de criar de forma agroecológica e sustentável, [vacinando] diminui a perda de animais e aumenta a produtividade e a segurança da criação”.

Além da vacinação, a ração ofertada às aves deve ser rica em energia, podendo ser produzida com plantas encontradas na comunidade, como: folha ou raspa de mandioca, gliricídea, leucena, palma forrageira, algaroba e moringa, garantindo carne e ovos de qualidade; e reduzindo o custo com a compra de ração industrializada. “Uma produção de ração apropriada, utilizando materiais que eles [os/as agricultores/as] já produzem na própria comunidade, reduzindo os custos no mercado, manejo sanitário e produtivo na criação de aves”, destaca o colaborador do Irpaa, Tamillo Souza. O agricultor José Henrique concorda, ao dizer que, “Temos riqueza na comunidade para produzir ração alternativa para as galinhas, o que acaba barateando a ração e produzindo mais e de qualidade”.

Para a criação de galinhas poedeiras, é preciso investir na construção de ninhos que podem ser feitos de diferentes formas, como, por exemplo: caixote de plástico, caixote de madeira, balde de plástico e pneu. “O que mais me chamou a atenção foi os tipos de ninho, principalmente, o de pneu, gostei muito da estrutura (...) Pretendo voltar a criar galinha poedeira junto com meu genro”, relata a agricultora, Luzia dos Santos.

Alguns agricultores/as da Associação de Fundo de Pasto dos Pequenos Produtores do Sitio Lagoinha receberam galinheiros amplos através do projeto Bahia Produtiva para criação de galinhas caipiras. A estrutura torna a atividade mais produtiva, dando para as galinhas proteção durante a noite e mais segurança para postura, favorecendo a produção e comercialização de ovos.

Pensando na comercialização dos ovos caipira, analisar a viabilidade financeira do negócio é fundamental. “Em cima do custo de produção, eu preciso descobrir qual o preço do meu produto e se o preço que estou vendendo está me dando lucro ou não. Quanto a família vai gastar com ração, embalagem, rótulo, plástico filme, transporte, para conseguir saber quanto ganha por dia, por mês e por ano, e verificar se é viável ou não”, frisa o colaborador do Irpaa, Paulo César.

Essas são discussões necessárias para garantir uma melhor produção de galinhas caipiras, garantindo ovos e carne de qualidade, contribuindo com a segurança alimentar e melhorando a renda das famílias agricultoras assessoradas por projetos que valorizam a agricultura familiar, como o Ater Agroecologia, financiado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater). E o projeto Bahia Produtiva também uma ação da SDR, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), com recursos do Governo do Estado da Bahia e do Banco Mundial.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação