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Mais de 80 jovens discutem atuação em comunidades rurais por meio do Pró-Semiárido

Mais de 80 jovens discutem atuação em comunidades rurais por meio do Pró-Semiárido

A oportunidade de remunerar jovens por um trabalho que muitos/as já fazem de forma voluntária em suas comunidades de origem é um dos principais elementos que chama atenção na proposta do Pró-Semiárido, executado em 32 municípios baianos. Nos territórios rurais criados reunindo em média quatro comunidades, as associações comunitárias tem papel relevante na execução do projeto, sendo as mesmas responsáveis por gerir recursos para aquisições de bens e investimentos produtivos.

Para auxiliar o processo de gestão dos recursos em cada território, jovens exercem a função de Agente Comunitário Rural – ACR. Contratado/a pelas associações, a/o ACR torna-se responsável por fazer ponte entre a comunidade, a entidade não governamental executora e o Setaf (Serviço Territorial de Apoio a Agricultura Familiar), que é vinculado à Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (Car), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural da Bahia – SDR.

Para orientar o trabalho de Agente Comunitário Rural, o projeto oferece formação política e técnica, possibilitando ter acesso tanto a conteúdos inerentes à proposta de Convivência com o Semiárido quanto a trâmites burocráticos que o ACR precisa acompanhar, a exemplo de processos de cotações e compra de equipamentos, mobilização de beneficiários/as do projeto, organização de atividades, dando assim suporte a equipe técnica do projeto.

De acordo com Ângelo Nery, um dos assessores do componente sócio-cultural do Pró-Semiárido, as formações promovem mudanças significativas na atuação das/dos Agentes, “na própria compreensão da proposta, da execução da proposta em si, do auxílio da Associação e também até nas iniciativas de organização dos próprios jovens das comunidades”, frisa Ângelo. Ele destaca que estes/as jovens participam também de outras formações no dia a dia das comunidades e territórios, acompanhando atividades culturais, produtivas e ligadas a gestão de projetos de modo geral.

Durante uma das formações, que está acontecendo no período de 22 a 26 de abril no Centro Comunitário de Carnaíba do Sertão, em Juazeiro, as/os jovens, juntamente com assessores/as da Car, discutiram temas como a atual conjuntura política do país, o protagonismo da juventude rural, gênero, políticas públicas. Além disso, os desafios e dificuldades do trabalho de ACR em campo foram socializados a partir de trabalhos de grupos e plenárias, com vistas a corrigir possíveis entraves e ajudar as/os novos Agentes que estão participando da formação pela primeira vez.

A ACR Aidraiane Ferreira, menciona com satisfação a possibilidade de ser remunerada para realizar uma atividade que há anos ela já desenvolve voluntariamente. Ela integra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Acampados, Assentados e Quilombolas na Bahia (Movimento Ceta) e já desenvolve há alguns anos atividades voluntárias de articulação e mobilização social no município de Ourolândia. A jovem ressalta que a diferença é que agora ela irá atuar em comunidades que ainda carecem de fortalecer a organização social e que irá receber salário e suporte para a logística desse trabalho, “algo que eu já fazia há muito tempo, na verdade, voluntário”, conta Aidraiane. Ela externa que “é muito gratificante, porque a gente já fazia com amor e agora ter um salário contribui também porque você vai se dedicar só aquilo, não ter que trabalhar em outro serviço e fazer a militância”.

Emprego e renda

A jovem Gabriela Maria, atua no Território Porto Seguro, em Pilão Arcado, a 200 km da sede do município. Segundo ela, a juventude não tem oportunidades, uma vez que “nosso território é um território esquecido (...). Quando o jovem completa 18 anos é só aquela ilusão de sair, porque vê que não tem nenhum futuro ali”, denuncia. Assim, “esse projeto [Pró-Semiárido] chegou pra dá esse ânimo, pra mostrar que a gente tem capacidade e pode fazer renda nas nossas comunidades”, contrapõe a Agente Comunitária Rural.

“Você trabalhar em sua comunidade, sem você ter que sair, migrar pra outra cidade, como é com a maioria dos jovens o que acontece hoje, é muito interessante e além do mais que tô desenvolvendo um bem que vai ficar como legado na minha comunidade”, reconhece o ACR Claricélio Ribeiro, da comunidade Brejo Dois Irmãos, também em Pilão Arcado, município que possui difícil acesso entre sede e interior e ainda uma realidade de negação de muitos direitos. O jovem atua há 06 meses no Pró-Semiárido e espera agora a construção de uma agroindústria prevista a partir do Projeto, o que é uma forma de envolver outros jovens no processo de geração de renda.

Ângelo reforça que um dos critérios para contratação dos ACR’s é de que as/os jovens residam nos Territórios onde irão atuar. “É uma oportunidade de gerar renda, trabalho, para os jovens; do jovem crescer como pessoa e como liderança na própria comunidade. A gente percebe que já tem jovem com iniciativa de criar outros grupos, de organizar grupos, inclusive para, após o término do projeto, continuar algumas ações”, finaliza Nery.

Texto e foto: Comunicação Irpaa


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