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Oficina de Sustentabilidade Hídrica do Semiárido compartilha experiências de Convivência com a região semiárida

Oficina de Sustentabilidade Hídrica do Semiárido compartilha experiências de Convivência com a região semiárida

 “Pensar na sustentabilidade hídrica é pensar nas tecnologias apropriadas para o Semiárido, tecnologias que o povo tem domínio, que entenda e aceite”, defende o representante do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), João Gnadlinger, um dos palestrantes da Oficina de Sustentabilidade Hídrica do Semiárido. O evento foi organizado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), em Petrolina, entre os dias 07 a 08 de novembro.

O evento reuniu membros do CBHSF, além de técnicos, estudantes e representantes da sociedade civil, com o objetivo de apresentar e debater experiências que possam contribuir para a sustentabilidade hídrica no Semiárido e que dialoguem com as ações de convivência com a região. A programação da oficina contou com uma diversidade de experiências, “com intuito de discutir a disseminação aqui na nossa região, porque são práticas exitosas e contribuem efetiva e eficientemente para a melhor qualidade de vida para mulher e homem do Semiárido, considerando as características climatológicas”, explica Julianelli Tolentino, coordenador da Câmara Consultiva Regional Submédio São Francisco do CBHSF.

A coordenadora da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP), Ana Catarina Lopes ressaltou a importância do Semiárido para o debate ligado bens hídricos, “o Semiárido começa a ensinar o país sobre questões hídricas”, destaca Lopes. Para Presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, o Semiárido é uma região com grande potencial de desenvolvimento e que essa oficina contribuirá para o Comitê na elaboração de ações e projetos para a região. Em consonância com Miranda, Tolentino explica que “os temas discutidos aqui farão parte de documento, que nós chamaremos provavelmente de carta de recomendações ao comitê, e que será apresentada na plenária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (…) e a partir de lá nós deliberarmos sobre esse documento que será uma base para futuras ações, tanto do Comitê ou de outras instituições”.

Palestras

A oficina contou com apresentação de diversas experiências ligadas à sustentabilidade hídrica: energia solar, tecnologias de reuso do esgoto, agricultura sustentável em clima semiárido, restauração ambiental e florística na caatinga, construção de fogões ecológicos, produção de forragem para agricultura familiar entre outras práticas.

Durante a apresentação sobre Manejo de Água na região do Semiárido, o palestrante João Gnadlinger abordou a necessidade de desenvolver a gestão sustentável e participativa de água na região semiárida, algo que, na opinião dele, a Caatinga e a população do Semiárido têm muito a ensinar. “A Caatinga em pé consegue preservar, armazenar água para época da seca”, afirma Gnadlinger. Ele ainda destaca a implementação das tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva como uma estratégia importante para garantir a sustentabilidade hídrica no Semiárido. Além das tecnologias sociais, a ação de conservação e recuperação da Caatinga é necessário na preservação da água.

O pesquisador do Núcleo de Recursos Hídricos do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Mateus Cunha Mayer, ao abordar o reuso do esgoto em comunidades rurais do Semiárido, citou três opções do sistema de tratamento: Bacia de Evapotranspiração (BET), Filtro biológico e Reator Anaeróbico de Fluxo Ascendente chamado de Reator UASB. Segundo Mateus, essas tecnologias contribuem para “diminuir a vulnerabilidade hídrica da região. Esse sistema [reuso] possibilita gerar renda para o agricultor, através de uma fonte gratuita que é água do esgoto tratado, uma água que já vai vir rica em nutrientes”.

Para o pesquisar um dos grandes desafios agora é construir um marco regulatório do saneamento rural, “para que ele [o reuso do esgoto] possa um dia se tornar uma política pública incorporada à esfera do governo federal de forma intensa para investimento, como foi o caso das cisternas”. Assim Mateus acredita que a tecnologia pode ser expandida para todo o Semiárido, contribuindo de forma decisiva no saneamento rural.

Durante a visita de campo, ao Centro de Formação Dom José Rodrigues, os/as participantes da oficina puderam conhecer na prática tecnologias de reuso citadas no seminário e que foram implantadas pelo Irpaa no espaço de formação para fins pedagógicos e experimentais. Além disso, o grupo conheceu outras tecnologias como o barreiro trincheira, a horta agroecológica e o recaatingamento que exemplificam ações de Convivência com o Semiárido.

O debate do saneamento rural chamou bastante atenção dos/das participantes da oficina. Segundo João Gnadlinger, a sugestão da plenária do evento é que essas tecnologias possam reforçar a “política do comitê, porque o comitê tem um plano decenal […] dentro desse plano está a proposta de espalhar essas tecnologias de sustentabilidade hídrica do Semiárido e efetivá-las como uma política pública.”

Texto e foto:Comunicação Irpaa


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